Eduardo faz novas ameaças, condiciona fim de tarifas dos EUA a anistia aos golpistas do 8/1 e diz que 'tempo está acabando'
Deputado licenciado afirma que Trump está "pessoalmente envolvido" e pede sanções contra Alexandre de Moraes e Lula para evitar escalada de punições
247 - Em novas declarações feitas desde a noite de quarta-feira (16), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a condicionar o fim das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros à concessão de uma "anistia ampla, geral e irrestrita" aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Segundo o blog Sonar, de O Globo, o filho de Jair Bolsonaro (PL) disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes “estão sem controle” e estariam “abusando de seus poderes”. Eduardo defendeu que os EUA devem sancionar o magistrado brasileiro e alertou que, caso o governo Lula não ceda, o país poderá enfrentar uma “escalada de sanções devastadora”. "Lula e Moraes estão sem controle, abusando de seus poderes, cometendo atos jamais feitos pela Suprema Corte", afirmou.
Ainda segundo a reportagem, o parlamentar também classificou os condenados pelos atos antidemocráticos como "presos políticos" e chamou de "políticos e jornalistas exilados" os apoiadores e influenciadores bolsonaristas que deixaram o país devido a processos judiciais. Eduardo insistiu na retórica de que há "censura descarada" em curso no Brasil.
Durante a mesma série de declarações, o deputado sustentou que apenas com a anistia será possível restabelecer uma “mínima normalidade democrática”. Em sua visão, para evitar que o Brasil se torne “uma nova Venezuela”, é necessário que os EUA imponham sanções a Moraes.
Na quarta-feira (16), Eduardo relatou ter participado de uma reunião na Casa Branca, que teria sido, segundo ele, um convite das autoridades estadunidenses para atualizações sobre a situação política no Brasil e sobre as tarifas adotadas pelos EUA. No encontro, que contou também com a presença de Paulo Figueiredo — neto do ex-ditador João Batista Figueiredo —, o deputado afirmou que o tema é tratado como prioridade pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reeleito para o segundo mandato em 2025.
“Trump está pessoalmente envolvido e não há chance de recuo sem um gesto concreto do governo brasileiro. Se nada for feito, o Brasil pode entrar numa escalada de sanções devastadora. Um apelo às autoridades brasileiras: o tempo está acabando”, afirmou Eduardo.
Ainda segundo ele, o assunto foi amplamente discutido em uma reunião no Departamento de Estado americano com cerca de oito autoridades de diversas áreas. "Isso realmente está na pauta, está na cabeça do Trump, não é algo secundário. Eles de fato estão olhando muito de perto", declarou o deputado.
O influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo, neto do general João Batista Figueiredo, último presidente da ditadura militar, que acompanhou Eduardo no encontro, afirmou que as autoridades americanas foram categóricas ao dizer que não existe possibilidade de suspensão das sanções sem uma contrapartida brasileira.
“Ficou bastante claro que Trump está tratando o assunto pessoalmente e que não há a menor hipótese dos Estados Unidos retirarem as sanções sem que o Brasil dê um primeiro passo”, disse. Figueiredo também destacou que, para os norte-americanos, a Seção 301 — utilizada como base legal para as sanções — representa apenas o início de um processo mais amplo contra o Brasil.
“A Seção 301 é o início de uma jornada que pode ser tenebrosa para o Brasil”, alertou, mencionando também que a eventual “punição ao Moraes e seus aliados” esteve entre os temas mais discutidos. Ainda conforme a reportagem, Eduardo Bolsonaro concluiu que Trump tem obtido sucesso em suas disputas comerciais com outras nações — como Canadá, México, países europeus e até mesmo a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos — e que o Brasil, ao insistir no confronto, estaria apenas “prolongando o sofrimento” da população.
“Até agora, ninguém conseguiu ganhar as disputas que o Trump abraçou e trouxe para a mesa dele, como essa do Brasil. Não acho que o Brasil vai ganhar”, declarou.
Ao final do vídeo gravado com Paulo Figueiredo, Eduardo ainda fez um apelo às autoridades brasileiras para que ajam com “responsabilidade”. “A gente faz um apelo para que as autoridades evitem que o Brasil entre nesse caminho desastroso desnecessariamente. Que a responsabilidade impere e que as pessoas não se furtem ao papel que a história exige delas”, concluiu Figueiredo.
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