247 - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta sexta-feira (19) que as negociações entre Mercosul e União Europeia (UE) foram concluídas. “A negociação está concluída e, sendo concluído o debate no Conselho Europeu, o lado europeu estará pronto para a assinatura. O Mercosul já está pronto para a assinatura”, declarou Vieira, após se reunir com Kaja Kallas, representante da União Europeia para Segurança e Política Externa, segundo o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2025/09/19/chanceler-de-lula-afirma-que-mercosul-esta-pronto-para-assinar-acordo-com-uniao-europeia.ghtml">O Globo</a>. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha para que o tratado seja oficializado em dezembro, durante reunião de chefes de Estado do bloco sul-americano.
<h2>Um acordo que levou 26 anos</h2>
As tratativas entre Mercosul e União Europeia começaram há mais de duas décadas e foram marcadas por avanços e retrocessos. A resistência de países como a França, contrários à ampliação das importações agrícolas, foi um dos principais entraves.
Para contornar a pressão, a Comissão Europeia apresentou salvaguardas que buscam proteger agricultores locais diante da entrada de produtos do Mercosul, reduzindo o impacto de uma abertura comercial imediata.
<h2>Aprovação parlamentar será decisiva</h2>
A parte comercial do acordo só entrará em vigor após aprovação do Parlamento Europeu. Do lado sul-americano, cada país integrante do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – precisará da aprovação de seus respectivos legislativos. Já a parte política do tratado depende da ratificação dos parlamentos dos 27 países da União Europeia, o que deve demandar um processo mais longo.
<h2>Decisão está nas mãos da Europa</h2>
Kaja Kallas, que também se reuniu com Lula em Brasília, ressaltou que a decisão final cabe agora ao Conselho Europeu. “Somos 27 democracias e há diferentes grupos, a discussão está acontecendo e esperamos que ocorra tudo bem”, afirmou.

Paulo Emilio

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Sul Global

‘Mercosul está pronto para assinar o acordo comercial com a União Europeia’, diz Mauro Vieira

247 - A Universidade da África do Sul (Unisa) anunciou a escolha de Naledi Pandor como vencedora do Leadership in Practice Award 2025, um dos prêmios mais prestigiados do país. A informação foi divulgada pelo jornalista Lelethu Sabekwa, da <a href="https://nnatvplus.com/single-post?id=MTY=&amp;post=Dr.%20Naledi%20Pandor%20is%20the%20Leadership%20In%20Practice%20Award%20Recipient%202025">National Network Africa</a>. A honraria, concedida anualmente pela Alumni Association da School of Business Leadership (SBL), reconhece personalidades que demonstram visão, integridade e impacto transformador na sociedade.
Criado em 1989, o prêmio se consolidou como a principal distinção da instituição, celebrando nomes que se destacaram em áreas como negócios, governança e desenvolvimento social. Em anos anteriores, já foram homenageados o presidente Cyril Ramaphosa, o ex-ministro Trevor Manuel e a jurista Thuli Madonsela, entre outros líderes de destaque.
<h2>O discurso de reconhecimento</h2>
Na cerimônia de 2025, a professora Pumela Msweli, reitora executiva e CEO da Unisa SBL, destacou as razões que levaram à escolha de Pandor: “Este prêmio é destinado a uma liderança que não se curva à pressão, que não compromete seus valores e não vacila em tempos de turbulência. Esse é o legado da doutora Pandor, uma voz de clareza, coragem e convicção”, afirmou.
Msweli ressaltou ainda que Pandor sempre defendeu a educação como instrumento de transformação social. “Ela acredita que a educação é o grande equalizador, capaz de empoderar indivíduos, transformar comunidades e elevar nações.”
<h2>A trajetória de Naledi Pandor</h2>
Ex-ministra das Relações Internacionais e Cooperação (2019–2024) e também da Educação (2004–2009), Pandor iniciou a carreira como professora. Sua trajetória política e acadêmica a consolidou como uma das vozes mais respeitadas do país, tendo obtido reconhecimento internacional por seu posicionamento firme em defesa da causa palestina.
Segundo a reitora Puleng LenkaBula, vice-chanceler da Unisa, a escolha reforça a importância da liderança feminina no continente. “Hoje celebramos uma das filhas ilustres da África, uma mulher que serviu e liderou a África do Sul com distinção por cinco décadas, dedicando seu talento para garantir que nossa democracia seja significativa e transformadora.”
<h2>O retorno do prêmio após a pandemia</h2>
A edição de 2025 marcou a retomada do prêmio após uma pausa durante a pandemia de Covid-19, quando a atividade acadêmica e empresarial foi fortemente afetada. Além do prêmio principal, a Unisa mantém desde 2018 duas categorias complementares: Woman in Leadership Award e Emerging Leader Award, voltadas para reconhecer lideranças femininas e jovens profissionais emergentes.
<h2>O discurso de agradecimento</h2>
Ao receber a homenagem, Naledi Pandor destacou o valor de quatro décadas dedicadas ao serviço público. “Quero agradecer sinceramente à Unisa School of Business Leadership por este reconhecimento. Ele torna meus mais de 40 anos de serviço público ainda mais gratificantes.”
A ex-ministra também lançou um desafio às universidades sul-africanas. “Peço às nossas instituições de ensino superior que ajudem formuladores de políticas a buscar soluções, e não apenas a identificar problemas. Acredito que uma parceria sólida para melhorar o desempenho do setor público pode ser a peça que falta na transformação fundamental do nosso país.”

Redação Brasil 247

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Naledi Pandor recebe o prêmio Leadership in Practice 2025 na África do Sul

247 - O 2º Fórum BRICS de Valores Tradicionais, realizado na Câmara dos Deputados em Brasília entre 15 e 17 de setembro, consolidou oficialmente uma lista de princípios que passam a nortear a cooperação entre os países do bloco. O encontro reuniu parlamentares, empresários, representantes culturais e sociais, além de parceiros e nações candidatas à adesão.
<h2>Princípios aprovados</h2>
Segundo a agência <a href="https://noticiabrasil.net.br/20250917/brics-define-lista-de-valores-comuns-em-forum-realizado-em-brasilia-43327144.html">Sputnik</a>, a lista inclui beneficência, soberania cultural, igualdade entre culturas, prosperidade econômica, justiça social, multipolaridade, saúde, responsabilidade com as futuras gerações, humanismo, pacificidade, respeito mútuo, moderação, combate ao fanatismo, solidariedade, unidade e honestidade.
“Os países do BRICS não tratam apenas de pragmatismo, mas também de uma base espiritual”, afirmou Dmitry Kuznetsov, deputado da Duma de Estado da Rússia e vice-presidente do fórum.
<h2>Novos projetos e declaração conjunta</h2>
Durante o fórum, foram anunciados projetos em áreas estratégicas como negócios, educação, saúde, medicina e inovações culturais. O evento será encerrado com a assinatura de uma declaração oficial, consolidando os valores comuns como pilar da ampliação da parceria entre os membros do BRICS.
<h2>Literatura como elo do bloco</h2>
Um destaque foi o Prêmio Literário do BRICS, que já promove a cooperação cultural entre os países. Segundo Kuznetsov, as obras dos escritores indicados ajudaram a identificar os valores clássicos e contemporâneos que unem o bloco.
<h2>Organização e objetivos</h2>
O encontro foi organizado pela Frente Parlamentar do BRICS no Congresso Nacional e pela Women BRICS Alliance, com apoio da World Association on Traditional Values. O objetivo é reforçar a integração multilateral e abrir novos caminhos de diálogo sobre desafios globais que afetam tanto os países-membros quanto a comunidade internacional.

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BRICS define valores comuns em Fórum de Brasília

247 - A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (17) revela que a maioria dos brasileiros aprova a defesa da aliança comercial do Brasil com os países do BRICS. Segundo os dados, 53% consideram correta a posição do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 29% a desaprovam e 18% não souberam ou preferiram não responder. O levantamento, conduzido pela Quaest e divulgado pelo diretor Felipe Nunes em suas redes sociais, também aponta que 64% apoiam a ênfase do governo na soberania nacional frente aos Estados Unidos.
De acordo com Nunes, a pesquisa mostra um cenário de estabilidade após meses de recuperação da popularidade de Lula, iniciada em julho, depois do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa recuperação, contudo, foi interrompida em setembro, mesmo com o julgamento que envolveu Jair Bolsonaro (PL).
<h2>Estabilidade na aprovação e avaliação do governo</h2>
Segundo a Genial/Quaest, 51% dos entrevistados desaprovam o governo Lula, enquanto 46% aprovam. A avaliação segue estável: 31% classificam a gestão como positiva, 28% como regular e 38% como negativa.
Felipe Nunes destacou que essa estabilidade traz sinais mistos: “como em toda pesquisa que apresenta estabilidade, o governo tem motivos pra comemorar e pra se preocupar”. De um lado, programas sociais recém-lançados, como o Gás do Povo, já contam com aprovação de 67%. Por outro, cresce a percepção de que essas políticas deixaram de ser vistas como benefícios políticos e passaram a ser encaradas como direitos adquiridos, diminuindo seu potencial de impacto eleitoral.
<h2>Notícias positivas, mas economia segue no radar</h2>
Outro ponto favorável ao governo é o aumento no número de brasileiros que dizem ter visto notícias positivas sobre Lula: de 19% em maio para 27% em setembro. Já o impacto de notícias negativas caiu de 52% para 45%. Apesar disso, duas questões críticas seguem pesando contra a imagem da gestão: o caso do INSS e a inflação.
A percepção sobre o mercado de trabalho, no entanto, melhorou. Após oito meses, cresceu o número de brasileiros que acreditam estar mais fácil conseguir emprego em comparação a um ano atrás. Mesmo assim, o cenário econômico segue pressionado: 61% dizem perceber alta nos preços dos alimentos nos mercados, o que ajuda a explicar a interrupção na recuperação de popularidade.
<h2>Desafios para Lula e Bolsonaro</h2>
Embora Lula ainda enfrente dificuldades para reverter a percepção de que o país segue na direção errada — opinião de 58% dos brasileiros — e de que perdeu a conexão com o povo (61%), a pesquisa também mostra problemas para seu principal adversário.
O julgamento de Jair Bolsonaro (PL) consolidou a visão de que houve tentativa de golpe envolvendo o ex-presidente e setores militares. Hoje, 54% acreditam que Bolsonaro participou ativamente do plano, contra 34% que o isentam. A visão de perseguição política também perdeu força, caindo de 52% para 47%, enquanto aumentou a percepção de imparcialidade no processo judicial conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
Quem saiu fortalecido foi o ministro Alexandre de Moraes: 52% da população agora rejeitam a ideia de impeachment contra ele.
<h2>Metodologia</h2>
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.004 pessoas em todo o país entre os dias 12 e 14 de setembro de 2025. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Guilherme Levorato

Maioria dos brasileiros apoia aliança comercial do Brasil com países do BRICS, aponta Quaest

247 – A China reforçou nesta terça-feira (17) sua disposição em aprofundar a cooperação com os países do BRICS em setores emergentes, com destaque para inteligência artificial, veículos elétricos e fontes de energia limpa, como solar e hidrogênio. A informação foi <a href="https://en.people.cn/n3/2025/0917/c90000-20367233.html">publicada pelo Diário do Povo</a>.
Durante o Fórum do BRICS sobre Parceria na Nova Revolução Industrial 2025, realizado em Xiamen, na província de Fujian, o ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Li Lecheng, destacou a importância estratégica do bloco para a economia global. “O BRICS agora representa quase metade da população mundial e cerca de 40% do PIB global. O grupo desempenha um grande papel como uma importante fábrica, um vasto mercado e uma plataforma cooperativa de larga escala que impulsiona a globalização econômica inclusiva”, afirmou.
<h2>Avanços desde a criação do centro de inovação do BRICS</h2>
A proposta de um centro de inovação em Xiamen foi apresentada pelo presidente Xi Jinping durante a 12ª Cúpula do BRICS, em 2020. Desde então, o projeto registrou avanços significativos em coordenação de políticas, capacitação de pessoal e desenvolvimento de projetos industriais.
Segundo o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, já foram assegurados 107 projetos industriais no âmbito da parceria, com investimentos que somam 50,6 bilhões de yuans (US$ 7,1 bilhões). Além disso, no ano passado foi criado um centro para promoção da inteligência artificial no bloco, que prepara agora uma plataforma para compartilhamento de modelos de linguagem avançados e bases de dados de alta qualidade.
“O objetivo é reduzir barreiras tecnológicas e promover interoperabilidade de infraestrutura digital”, disse Li, acrescentando que a China incentivará empresas ligadas a veículos de nova energia, energia fotovoltaica, eólica e hidrogênio a ampliar sua cooperação internacional.
<h2>Cooperação ampliada em tecnologia e indústria</h2>
Alekxey Vladimirovich Gruzdev, vice-ministro da Indústria e Comércio da Rússia, afirmou que o fórum já ultrapassou o papel de mecanismo de diálogo, consolidando-se como “uma comunidade de especialistas e profissionais globais que contribui para a liderança tecnológica dos países do BRICS e molda o desenvolvimento industrial mundial”. Ele ressaltou que quase 48% do comércio exterior da Rússia está hoje vinculado aos países do grupo, destacando o potencial de cooperação em biotecnologia.
Já Faisol Riza, vice-ministro da Indústria da Indonésia — que se tornou membro pleno do BRICS neste ano — observou que o setor industrial representa mais de 16,9% do PIB do país, mas enfrenta desafios relacionados a rupturas nas cadeias globais de suprimento e incertezas geopolíticas. “Acelerar a transformação verde e digital tornou-se essencial, e é por isso que o fórum em Xiamen é tão importante”, disse.
<h2>Digitalização e 6G no horizonte dos BRICS</h2>
Yang Jie, presidente da China Mobile, destacou que há grandes oportunidades de transformação digital compartilhada entre os países do bloco. Ele revelou que a empresa já estabeleceu laboratórios conjuntos de inteligência artificial em países como Indonésia e Brasil, desenvolvendo algoritmos e modelos específicos para demandas locais.
Na América Latina e no Norte da África, a China Mobile apoia também a construção de fábricas inteligentes. “Vamos aprofundar a cooperação com nossos parceiros no alinhamento internacional de padrões de IA e 6G, construindo infraestrutura interconectada para fortalecer a espinha dorsal digital dos países do BRICS”, afirmou.

Primeiro-Ministro da República Popular da China, Li Qiang e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião bilateral, no Forte de Copacabana. Rio de Janeiro - RJ

China busca ampliar cooperação industrial com BRICS em inteligência artificial e energia limpa

247 – A Graduate School of Business Leadership (SBL) da Universidade da África do Sul (UNISA) alcançou um marco histórico ao obter, pela primeira vez, a acreditação internacional da Business Graduates Association (BGA).&nbsp;
A informação foi publicada pelo National Network Africa em <a href="https://nnatvplus.com/single-post?id=MTE=&amp;post=UNISA%20Graduate%20School%20of%20Business%20Archives%20Historic%20Milestone:%20Gains%20International%20Accreditation%20and%20Launches%20New%20Thought%20Leadership%20on%20Africa%E2%80%99s%20Trade">reportagem assinada por Sello Lentsoane</a>. O reconhecimento coloca a instituição entre as 200 melhores escolas de negócios do mundo e representa um divisor de águas em seus 60 anos de trajetória, reforçando seu compromisso com a excelência acadêmica, a inovação e o avanço econômico do continente.
A conquista foi celebrada sob a liderança transformadora da reitora e CEO da SBL, professora Pumela Msweli, que destacou a relevância desse resultado para a educação de negócios africana. “Ser reitora executiva de uma escola de negócios de 60 anos – uma das primeiras na África do Sul – significa tudo para mim”, afirmou. “É o resultado de anos de perseverança, esforço comunitário e uma determinação incansável de elevar a educação empresarial africana a padrões internacionais”.
O processo de acreditação não foi simples. A instituição havia buscado o reconhecimento internacional em 2001 e em 2008, mas somente em 2025 obteve êxito. Segundo a BGA, a certificação valida a qualidade e a relevância dos programas oferecidos pela UNISA SBL, ampliando a confiança de estudantes, professores e parceiros na solidez da instituição.
<h2>Lançamento de obra sobre comércio intra-africano</h2>
Além de conduzir a escola a um patamar global, a professora Pumela Msweli também tem se dedicado a promover o debate sobre o futuro econômico da África. Recentemente, ela coassinou e lançou o livro “Will AfCFTA Unleash Africa’s Potential?”, publicado com apoio da UNISA SBL. A obra analisa as perspectivas da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA) e discute as barreiras que ainda dificultam a plena integração econômica do continente.
“Durante muito tempo falamos em integrar a África. Agora, as fronteiras foram removidas, mas ainda existem problemas de implementação”, disse Msweli. Ela acrescentou que “a razão pela qual a África não negocia consigo mesma é que é incrivelmente difícil integrar o continente quando ele foi deliberadamente dividido – governar, criar conflitos. Essas divisões tornam o comércio e a cooperação regional difíceis”.
<h2>Desafios e oportunidades para o continente</h2>
O livro destaca que, apesar dos avanços institucionais, ainda persistem obstáculos políticos e estruturais que freiam o comércio intra-africano. Como exemplo, mostra que em 2023 o volume total de comércio da África representava apenas 3,5% do comércio global, muito abaixo da participação da Ásia, que alcança 41%. Esse contraste evidencia o tamanho do desafio para que o continente possa aproveitar melhor seu potencial econômico por meio da integração.
A UNISA SBL, com sua nova acreditação e com a liderança intelectual de Pumela Msweli, consolida-se como protagonista não apenas na formação de líderes de negócios, mas também na construção de um discurso crítico e estratégico sobre o papel da África no cenário global.

Equipe da Unisa celebra acreditação internacional

Escola sul-africana conquista acreditação internacional e lança obra sobre integração comercial africana

247 – A ferrovia que liga Mombasa a Nairóbi já é considerada um dos projetos de infraestrutura mais transformadores do Leste Africano. Inaugurada para substituir uma linha centenária, a Standard Gauge Railway (SGR) modernizou o transporte no Quênia, fortaleceu a integração econômica regional e se tornou símbolo da Iniciativa Cinturão e Rota da China. A <a href="https://nnatvplus.com/single-post?id=MTM%3D&amp;post=Mombasa%26ndash%3BNairobi+SGR%3A+A+Railway+Transforming+East+Africa">reportagem foi publicada originalmente pela National Network Africa</a> e assinada pelo jornalista Sello Lentsoane.
O engenheiro queniano Jamlick Mwangi Kariuki, atualmente mestrando em Engenharia de Rodovias e Ferrovias na Universidade Jiaotong de Pequim, trabalhou na Kenya Railways entre 2021 e 2023, período em que participou diretamente do desenho, construção e supervisão de projetos ferroviários. Para ele, a SGR representa um marco nacional.
<blockquote>&nbsp;“O principal objetivo da SGR foi modernizar o transporte entre Mombasa e Nairóbi. A antiga ferrovia de bitola métrica tinha mais de um século e já não conseguia atender ao crescente volume de cargas vindas do porto de Mombasa, que serve não apenas o Quênia, mas toda a região da África Oriental”, explicou Kariuki.</blockquote>
<h2>Superando desafios de financiamento e capacitação</h2>
O projeto enfrentou obstáculos relevantes, em especial o financiamento, solucionado por meio de aporte conjunto dos governos do Quênia e da China. Outro desafio foi a falta de mão de obra especializada em engenharia ferroviária. A saída veio pela cooperação internacional.
“O Programa de Quenianização reuniu a China Road and Bridge Corporation, a Kenya Railways e a Universidade Jiaotong de Pequim. Ele garantiu que os quenianos fossem treinados localmente e também na China, construindo capacidade para a gestão da ferrovia após a construção. O Instituto de Treinamento Ferroviário em Nairóbi também foi modernizado para apoiar o desenvolvimento de habilidades no longo prazo”, destacou.
<h2>Infraestrutura moderna e valor de longo prazo</h2>
Apesar do alto custo inicial, Kariuki defende a relevância estratégica da ferrovia.
<blockquote>&nbsp;“A ferrovia utiliza a tecnologia mais avançada. É moderna, segura e eficiente. Pode ter sido cara para construir, mas seu valor está no serviço de longo prazo que prestará tanto para o transporte de cargas quanto para passageiros”, afirmou.</blockquote>
A SGR faz parte da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), estratégia global da China para interligar países por meio de infraestrutura de transporte e comércio. Para Kariuki, os efeitos já são visíveis:
<blockquote>&nbsp;“A BRI melhorou o transporte nos países participantes, criou empregos e abriu oportunidades para que jovens estudem e trabalhem. A SGR é um dos exemplos mais visíveis de seus benefícios na África Oriental.”</blockquote>
<h2>Impactos sociais e econômicos</h2>
Segundo o engenheiro, o impacto da ferrovia vai muito além do transporte.
“Boa infraestrutura é a base para o crescimento. Com uma rede ferroviária eficiente, o movimento de mercadorias e pessoas no Leste Africano se torna mais fácil, os negócios se expandem e surgem novas oportunidades de emprego e renda. Com o tempo, os padrões de vida melhoram”, enfatizou.
À medida que os trens cortam a savana queniana entre Mombasa e Nairóbi, a SGR se firma como um símbolo de progresso e de futuro. Mais do que ligar duas cidades, conecta economias, promove integração regional e redefine o destino de um continente em transformação.

Ferrovia Mombasa–Nairobi impulsiona integração e desenvolvimento no Leste Africano

247 - O Fórum de Cooperação da Mídia sobre a Iniciativa Cinturão e Rota 2025 foi realizado em 16 de setembro em Kunming, província de Yunnan, no sudoeste da China. O evento reuniu mais de 200 representantes de 87 países, além de organizações internacionais e regionais, e 165 veículos e instituições de comunicação. A reportagem é do <a href="https://en.people.cn/n3/2025/0916/c90000-20366616.html">Diário do Povo</a>. 
Os participantes destacaram que, desde que o presidente Xi Jinping lançou a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) em 2013, ela alcançou resultados significativos e se consolidou como um bem público internacional de grande relevância e como uma plataforma de cooperação global.
Na recente reunião “Organização para Cooperação de Xangai Plus”, o presidente Xi apresentou a Iniciativa de Governança Global, oferecendo sabedoria e soluções chinesas para a construção de um sistema de governança internacional mais justo e equitativo, além de abrir novas e amplas oportunidades para o avanço da cooperação de alta qualidade no âmbito da BRI.
Durante o fórum, os presentes ressaltaram que os meios de comunicação do mundo inteiro devem intensificar a cooperação, atuar como praticantes e promotores do espírito da Rota da Seda e defender os princípios de igualdade, aprendizado mútuo, diálogo e inclusão entre civilizações. Destacaram também que a mídia deve funcionar como registradora e narradora das conquistas do desenvolvimento, continuar a relatar as práticas da cooperação no âmbito da BRI e ajudar a construir amplo impulso para uma colaboração de ganhos mútuos.
Segundo os participantes, a mídia deve se engajar e contribuir para o aprendizado recíproco entre civilizações, produzir trabalhos de qualidade que promovam a compreensão, superem divisões e aproximem os povos, reforçando as bases de uma comunidade global com futuro compartilhado para a humanidade.
Organizado em conjunto pelo People’s Daily, pelo Comitê Provincial de Yunnan do Partido Comunista da China (PCC) e pelo Governo Popular da Província de Yunnan, o fórum teve como tema “Responsabilidade compartilhada da mídia para intercâmbios e aprendizado mútuo entre civilizações”. A programação contou com a cerimônia de abertura, o fórum principal, vários subfóruns, a entrega do 2º Prêmio Global de Jornalismo da Rota da Seda e o Fórum de Cooperação da Mídia 10+3.
Após o encontro, representantes da mídia chinesa e internacional realizarão atividades conjuntas de reportagem em Yunnan e em outras províncias, regiões autônomas e municípios do país.
Desde sua criação em 2014, o Fórum de Cooperação da Mídia sobre a Iniciativa Cinturão e Rota já foi realizado nove vezes, atraindo mais de 1.000 representantes de veículos de comunicação e de organizações internacionais e regionais de mais de 100 países e regiões, construindo amplo consenso e impulso para o fortalecimento da cooperação de alta qualidade no âmbito da BRI.

Fórum de Cooperação da Mídia sobre a Iniciativa Cinturão e Rota 2025

Fórum de Cooperação da Mídia sobre a Iniciativa Cinturão e Rota 2025 é realizado em Kunming, no sudoeste da China

247 - O fórum artístico foi organizado pelo Instituto de Arte Teatral Kabzon de Moscou, com a participação do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, e vai reunir jovens artistas e pedagogos de Rússia, China, África do Sul, Índia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Indonésia e Belarus. As informações foram divulgadas pela rede <a href="https://tvbrics.com/pt/news/r-ssia-re-ne-escolas-teatrais-dos-pa-ses-do-brics-em-festival-internacional/">TV BRICS</a>, que atuará como parceira de informações do evento. 
O festival será organizado de acordo com as áreas de cooperação entre os países do BRICS delineadas pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. Os contatos culturais são uma dessas áreas. No âmbito da parceria no grupo do BRICS, os participantes terão a oportunidade de se aproximar das tradições teatrais de cada país e de compartilhar suas experiências profissionais com colegas estrangeiros. 
O reitor do Instituto Kabzon e diretor do fórum, Dmitri Tomilin, em entrevista exclusiva à TV BRICS, ressaltou que o evento demonstra como as abordagens teatrais permanecem unidas, mesmo mantendo sua identidade nacional.
"O que mais impressiona o público de Moscou é que outros países também estudam de acordo com o sistema Stanislavski. [...] Eles ficam surpresos em ver como o sistema de Stanislavski muda de acordo com as tradições dos países participantes, mas ao mesmo tempo permanece imutável", afirmou ele. 
O reitor apontou a importância do diálogo internacional. Segundo ele, esse formato cria uma base essencial para o entendimento recíproco entre os países. "No início recebemos uma carta de Vladimir Putin, onde ele definiu [o fórum] como uma forma de poder leve, e depois Serguei Lavrov [chanceler da Rússia] o definiu como diplomacia social. Isso porque podemos falar de como você é bom, mas quando uma pessoa vê com seus próprios olhos, [...] para eles [os espectadores] vale muito mais do que mil palavras", ressaltou. 
Durante nove dias, os espectadores assistirão a espetáculos ao ar livre, concertos e programas educativos organizados pelos participantes do evento. O festival terminará com o tradicional espetáculo conjunto, com a participação dos representantes de todos os países envolvidos. No ano da amizade entre a Rússia e a China, o espetáculo será dedicado à obra de um autor chinês do século XIII: O Órfão da Dinastia Zhao. 
Antes da abertura do fórum, será organizada uma coletiva de imprensa, na qual participarão os organizadores e os chefes das delegações estrangeiras. Durante a coletiva, será discutido o programa do festival e seu papel no desenvolvimento da diplomacia pública.

Kremlin, residência oficial da presidência da Rússia

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Rússia reúne escolas teatrais dos países do BRICS em festival internacional

247 – O número de ônibus públicos elétricos na China alcançou cerca de 544 mil unidades até o final de 2024, o que representa 82,7% de toda a frota urbana do país. Os dados foram divulgados pela agência estatal Xinhua, com base em declarações de Li Yang, vice-ministro do Transporte, durante um evento promocional de transporte verde realizado em Jinan, capital da Província de Shandong.
Segundo Li, o avanço tecnológico e a prioridade dada à sustentabilidade colocam a China em posição de destaque mundial na mobilidade urbana. “Mais de 200 milhões de pessoas em todo o país estão optando por usar métodos de viagem ecológicos diariamente”, afirmou o vice-ministro.
<h2>Expansão da infraestrutura de transporte</h2>
Além da eletrificação da frota de ônibus, a rede de transporte coletivo da China tem se ampliado em ritmo acelerado. Até o final de 2024, o comprimento total das linhas de ônibus urbanos em operação atingiu 1,75 milhão de quilômetros, enquanto a malha de transporte ferroviário urbano chegou a aproximadamente 11 mil quilômetros — a maior do mundo, de acordo com Li Yang.
O vice-ministro destacou ainda que 100 milhões de pessoas utilizam diariamente o transporte ferroviário urbano, enquanto outros 100 milhões optam pelos ônibus públicos. Além disso, 24 milhões de cidadãos recorrem a serviços de bicicletas compartilhadas para seus deslocamentos cotidianos.
<h2>Prioridade para o transporte verde</h2>
Para além da conquista dos números, Li Yang reforçou a necessidade de aprimoramento contínuo: “É essencial que as autoridades locais melhorem ainda mais os serviços de transporte público urbano e criem um ambiente mais propício para viagens ecológicas”, disse.
Esse movimento de expansão do transporte limpo se insere no esforço da China de reduzir emissões de carbono, melhorar a qualidade do ar e fortalecer sua posição como líder global em inovação tecnológica voltada para a sustentabilidade.

Ônibus elétricos já respondem por 82,7% dos ônibus públicos na China

247 - O jornalista Leonardo Attuch, editor do Brasil 247 e fundador da Editora 247, foi um dos palestrantes do Fórum de Cooperação de Mídia no Cinturão e Rota de 2025, realizado na cidade de Kunming, província de Yunnan, China, sob a organização do Diário do Povo. Em seu discurso, Attuch destacou que a cooperação entre os países do Sul Global precisa avançar para além da esfera comercial e alcançar também o campo das ideias, como forma de construir uma globalização mais inclusiva e sustentável.
O encontro reuniu representantes de veículos de comunicação de diversas partes do mundo, reforçando a importância da mídia como instrumento de integração e soberania diante das transformações globais. “O eixo do desenvolvimento está se deslocando para o Sul Global. Reunimos a maioria da população mundial e a maior riqueza natural do planeta. Entretanto, além do intercâmbio econômico, precisamos também ampliar nossa cooperação no campo das ideias”, afirmou Attuch.
Durante sua fala, o jornalista lembrou a trajetória da presidenta Dilma Rousseff, hoje à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), sublinhando seu papel na luta pela democracia no Brasil e no fortalecimento das instituições. Ele citou ainda a importância da visita do ex-presidente João Goulart à China, em 1961, como exemplo visionário da aproximação entre os dois países.
Attuch também destacou a necessidade de fortalecer as parcerias midiáticas não apenas na produção de conteúdo, mas também no intercâmbio de melhores práticas no uso das redes sociais e da inteligência artificial. Segundo ele, este é um passo essencial para enfrentar crises provocadas pela manipulação e pela desinformação, cada vez mais frequentes em países ocidentais.
“Sejamos nós, comunicadores do Sul Global, os pioneiros da paz mundial, aspiração máxima da Humanidade”, concluiu.
Discurso de Leonardo Attuch, Presidente da Editora 247 – Diário do Povo
Distintas autoridades, prezados colegas e queridos amigos,
É uma honra imensa estar em Kunming para participar do Fórum de Cooperação de Mídia do Cinturão e Rota de 2025. Agradeço à equipe do Diário do Povo pelo convite e pela calorosa hospitalidade em Yunnan.
Ao contrário de muitos colegas aqui presentes, não estou chegando a Kunming apenas para este evento, mas sim regressando a esta bela cidade. Estive aqui nos dias 6 e 7 de setembro para o Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global e, no intervalo entre estes dois encontros, tive uma agenda intensa em Pequim e Xangai, em minha terceira visita à China neste ano de 2025.
O ponto culminante foi o jantar com a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, na última sexta-feira, 12 de setembro. A foto do encontro, publicada nas redes sociais, viralizou porque ocorreu em um momento muito significativo da história do Brasil, em que um ex-presidente e militares foram, pela primeira vez, condenados por tentativa de golpe de Estado.
Ao longo da história, Dilma Rousseff sempre esteve entre as figuras centrais da luta pela democracia no Brasil. Na juventude, foi presa por combater uma ditadura militar implantada em nosso país pela potência imperial, com apoio praticamente unânime dos grandes meios de comunicação.
Décadas depois, Dilma se tornou a primeira mulher a presidir o Brasil, mas foi vítima de um novo golpe de Estado em 2016, também apoiado pelos grandes meios de comunicação. Essa experiência nos mostrou como o país pagou – e ainda paga – um preço alto por não reconhecer a importância estratégica da comunicação e da disputa ideológica. Diferentemente da China, onde esse tema é tratado com absoluta seriedade e centralidade – o que permite ao país seguir na trilha de paz e desenvolvimento pacífico.
Nesta mesma viagem, entre as duas conferências de Kunming, tive a honra de visitar a sede do Diário do Povo, o Global Times, onde fui recebido por seu presidente, Fan Zhengwei, além de dois dos maiores grupos editoriais da China: o China Publishing Group e o China International Communications Group, que celebrará 76 anos na mesma data da Revolução de 1949.
A visita ao Global Times foi especialmente significativa. Ali, não apenas reafirmamos nossa parceria de longo prazo, como também revisamos os resultados do fórum de mesa-redonda China-América Latina, que realizamos em parceria no Rio de Janeiro durante a cúpula do BRICS deste ano.
Foi um evento que aproximou ainda mais nossas sociedades, gerando um ambiente fértil de cooperação entre jornalistas, acadêmicos e gestores públicos.
Agora, sob a inspiração da Iniciativa de Governança Global lançada pelo presidente Xi Jinping, assumimos um novo compromisso: em 2026 realizaremos um encontro ainda maior e mais abrangente, desta vez na China, para aprofundar o diálogo entre nossos países e povos. Como destacou o presidente Xi, não basta formular princípios – é preciso tomar ações concretas, e este será um passo nessa direção.
É por isso que este encontro em Kunming é tão importante. O eixo do desenvolvimento está se deslocando para o Sul Global. Reunimos a maioria da população mundial e a maior riqueza natural do planeta. Brasil e China já trilham um caminho de cooperação extraordinária, com um comércio bilateral de mais de 200 bilhões de dólares anuais.
Por isso mesmo, quero aqui registrar uma homenagem ao ex-presidente brasileiro João Goulart, que visitou a China em 1961, antes mesmo do restabelecimento das nossas relações diplomáticas, que ocorreu em 1974, e foi um visionário dessa relação estratégica entre os dois gigantes do Sul Global.
Entretanto, além do intercâmbio econômico, precisamos também ampliar nossa cooperação no campo das ideias. Só assim teremos força coletiva para defender uma globalização mais inclusiva, justa e sustentável, que dê voz à maioria global.
Nossa missão, como comunicadores, é sermos pontes entre civilizações, construindo confiança e compreensão mútua. E não poderia haver melhor local, pois Kunming, ao longo da história, foi e tem sido palco de encontros de civilizações.
Concluo dizendo que os países do Sul Global precisam fortalecer a cooperação midiática não apenas na troca de conteúdo editorial, mas também no campo das melhores práticas no uso das redes sociais e da inteligência artificial. Só assim seremos soberanos e resistentes às crises provocadas pela manipulação e pela desinformação, como se vê hoje em vários países ocidentais.
Nós, do Brasil 247, estamos honrados em participar desse esforço coletivo para construir narrativas justas e um mundo harmônico. Sejamos nós, comunicadores do Sul Global, os pioneiros da paz mundial, aspiração máxima da Humanidade.
Muito obrigado. Xie, xie!

"Cooperação entre países do Sul Global deve passar do comércio para o campo das ideias", diz Attuch em encontro internacional

Por Chen Ziqi, repórter da CGTN – Quando se pensa em Xinjiang, vêm à mente vastos desertos e verões escaldantes. Afinal, é a região com a maior área desértica da China, incluindo o Deserto de Taklamakan. Paisagens secas e arenosas são, de fato, uma das faces de Xinjiang.
Mas não contam a história completa. A região é rica em recursos de água doce e salobra, com diversos lagos e rios que sustentam ecossistemas prósperos. O Rio Tarim, o maior rio interior da China e o quinto maior do mundo, se estende por 2.179 quilômetros através de uma imensa bacia. O Lago Bosten, o maior lago interior de água doce do país, cobre 1.646 quilômetros quadrados e rende cerca de 5.000 toneladas de peixe de água doce por ano. 
 Neste território de contrastes, a criação de salmão encontrou um lar improvável. Em 2024, Xinjiang produziu mais de 8.000 toneladas de salmão, com exportações para o Sudeste Asiático, Europa e Oriente Médio. A questão é: como o salmão prosperou tão longe do oceano?
<h2>Condições naturais ideais para o salmão</h2>
De forma contraintuitiva, o ambiente natural de Xinjiang é perfeito para a criação de salmão. Cercada por montanhas, a região acumula águas puras do derretimento das geleiras em suas bacias, com temperaturas entre 8 e 18 °C durante todo o ano e altos níveis de oxigênio. São condições ideais para peixes de águas frias prosperarem. Segundo o Departamento de Agricultura e Assuntos Rurais de Xinjiang, um comerciante espanhol elogiou o salmão da região por sua frescura, sabor limpo e gordura bem distribuída, características que o tornam especialmente adequado para sashimi.
<h2>Tecnologia verde impulsiona a criação</h2>
No Condado de Nilka, noroeste de Xinjiang, o salmão vem sendo criado em gaiolas de aquicultura no Reservatório de Jilintai desde 2014. Após a eclosão dos ovos importados e o crescimento dos alevinos, os peixes são separados em diferentes gaiolas por tamanho quando atingem cerca de 150 gramas. Com o tempo, o cultivo em gaiolas evoluiu para um modelo mais inteligente e sustentável.
O sistema ecológico de gaiolas em rede resolve os problemas de poluição dos métodos tradicionais, mantendo excelente qualidade da água a montante e a jusante. Na base de criação, telas eletrônicas em tempo real monitoram oxigênio, temperatura e limpeza da água. Robôs subaquáticos de limpeza, equipados com sonar e câmeras de zoom óptico, removem resíduos com precisão. Fora das gaiolas, peixes filtradores consomem o alimento não aproveitado, funcionando como um processo natural de purificação.
A alimentação também foi modernizada. Um sistema inteligente calcula a quantidade de comida necessária em cada estágio de crescimento, reduzindo desperdício e custos de mão de obra. No início de 2025, a base de Nilka soltou 9,1 milhões de alevinos, com expectativa de produção anual de 8.000 toneladas.
<h2>Do reservatório à mesa</h2>
Após três anos, os salmões adultos são colhidos. Trabalhadores utilizam uma bomba para transferir os peixes suavemente por um tubo diretamente para a linha de processamento, minimizando ferimentos e preservando a qualidade. Os peixes são então rapidamente resfriados a menos de 5 °C antes de seguirem para a planta de processamento, onde se transformam em diferentes produtos, incluindo cortes frescos e salmão congelado.
Com apoio do governo, as fazendas locais trabalham com institutos de pesquisa para diversificar a produção. Hoje, o salmão de Xinjiang não apenas chega às mesas em toda a China, mas também é exportado para o Sudeste Asiático, Europa e Oriente Médio. Na alfândega de Yining, o salmão resfriado pode passar pela inspeção em apenas 30 minutos, garantindo frescor para mercados internos e externos.
<h2>Criação de salmão transforma vidas</h2>
Atualmente, mais de 800 profissionais trabalham na base de Nilka, sendo 60% originários da própria Xinjiang. Muitos antes dependiam da agricultura tradicional ou da pecuária, atividades facilmente afetadas pelo clima. Agora, os trabalhadores da linha de frente ganham mais de US$ 840 por mês, cerca de US$ 100 acima da média salarial local. Graças a essas oportunidades, 609 famílias saíram da pobreza e quase 400 pessoas obtiveram licenças como profissionais da aquicultura.
Para apoiar os funcionários, o governo central investiu quase US$ 7 milhões na construção de dormitórios no ano passado. Outros US$ 2,8 milhões foram destinados a moradias no condado, permitindo que os trabalhadores comprem casas próprias com subsídios entre US$ 20.000 e US$ 40.000.
<h2>Além do salmão: potencial maior para a aquicultura</h2>
A criação de salmão faz parte de uma visão mais ampla para a piscicultura em Xinjiang. O desenvolvimento da aquicultura não apenas aumenta a oferta de alimentos, mas também melhora ecossistemas frágeis. Em terras salinas e alcalinas, autoridades aplicam um modelo conhecido como “peixe para reduzir salinidade e alcalinidade”, que aumenta a biodiversidade e recupera o solo.
Os resultados já são visíveis. No Lago Swan, após a introdução da piscicultura, o número de espécies de aves aumentou consideravelmente, atraindo mais aves selvagens para a região. Isso demonstra como a aquicultura contribui tanto para a sustentabilidade econômica quanto ambiental.
<h2>Criação de salmão reflete o desenvolvimento de Xinjiang</h2>
O presidente Xi Jinping tem defendido esforços contínuos e detalhados para construir uma bela Xinjiang, onde ecossistemas prosperem e as pessoas vivam com satisfação, como parte da modernização da China.
A indústria do salmão é um microcosmo dessa visão, ao aproveitar as vantagens naturais da região, tecnologias verdes de ponta e forte apoio comunitário. Xinjiang pode abrigar o maior deserto da China, mas também é terra de rios, lagos e engenhosidade. Ao transformar condições improváveis em oportunidade, a região converteu a criação de salmão de um sonho improvável em uma indústria sustentável, provando que, até no deserto, a vida pode florescer.

Pesca de Salmão na região do Xinjiang, na China

Salmão no deserto? Como Xinjiang cultiva o impossível

247 – O chá Pu’er, também chamado de Pu-erh, nasceu na província de Yunnan, no sudoeste da China, região famosa por suas montanhas, vales férteis e uma biodiversidade única. É em Yunnan que estão algumas das mais antigas árvores de chá do mundo, algumas com mais de 800 anos, reverenciadas como verdadeiros patrimônios vivos. A cidade de Pu’er deu nome à bebida porque era o grande entreposto comercial durante a época em que caravanas percorriam a chamada “rota do chá e dos cavalos”, conectando Yunnan ao Tibete e, dali, a outras regiões da Ásia. Durante séculos, blocos prensados de chá eram transportados por longas distâncias e trocados por cavalos, fundamentais para a defesa militar da China. Esse comércio transformou o Pu’er em símbolo de prestígio e riqueza. <h2>Kunming: a porta de entrada de Yunnan</h2> Nenhuma narrativa sobre o Pu’er estaria completa sem mencionar Kunming, a capital de Yunnan e um dos polos históricos e contemporâneos da rota do chá. Conhecida como a “cidade da eterna primavera” por seu clima ameno durante todo o ano, Kunming desempenhou papel estratégico como ponto de convergência das rotas comerciais que partiam da província em direção ao Tibete, à Birmânia (atual Mianmar) e ao Vietnã. Hoje, Kunming é um centro de distribuição e exportação de Pu’er para o mundo inteiro, além de abrigar feiras e mercados especializados que atraem compradores internacionais. A cidade funciona como uma vitrine global da riqueza cultural e agrícola de Yunnan, reforçando a identidade da província como berço de alguns dos chás mais apreciados do planeta. <h2>O Pu’er como produto premium</h2> Na atualidade, o Pu’er ocupa um espaço nobre no mercado de chás finos. Muitos apreciadores o comparam a vinhos raros, já que pode ser envelhecido por décadas, desenvolvendo complexidade e suavidade com o tempo. Os exemplares produzidos a partir de árvores centenárias de Yunnan – chamadas “árvores-mãe” – alcançam preços astronômicos em leilões especializados, refletindo não só sua raridade, mas também a reverência cultural em torno dessa tradição. O chá é frequentemente comercializado em tijolos ou discos prensados, embrulhados em papéis artesanais e selados com marcas de prestígio. Cada peça representa não apenas uma bebida, mas uma obra de arte e um investimento, já que seu valor cresce conforme envelhece.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250915190916_41bcc6ea1d4d0eee8347104b0d118944485b33675f8ca09f84dd1c7095ef0c88.png" data-media-id="editor_0" data-image-id="20250915190916_41bcc6ea1d4d0eee8347104b0d118944485b33675f8ca09f84dd1c7095ef0c88" data-rendition-name="original" width="1874" height="1266" loading="lazy" alt="Vendido em discos prensados, o chá Pu'er tem cores e aromas intensos"><figcaption>Vendido em discos prensados, o chá Pu'er tem cores e aromas intensos(Photo: Divulgação Yunnan)</figcaption></figure>  <h2>As propriedades medicinais comprovadas</h2> Além de seu caráter cultural e de luxo, o Pu’er é amplamente reconhecido por seus benefícios à saúde. Estudos científicos vêm confirmando o que a medicina tradicional chinesa sempre defendeu: <ul> <li>Emagrecimento e metabolismo: acelera a queima de gordura e ajuda no controle de peso. </li> <li>Saúde cardiovascular: reduz os níveis de LDL (o “mau colesterol”) e melhora a circulação, tornando o sangue menos viscoso. </li> <li>Controle glicêmico: auxilia na estabilização da glicose no sangue, sendo aliado no combate ao diabetes. </li> <li>Probióticos naturais: por ser fermentado, contém micro-organismos benéficos que equilibram a flora intestinal e fortalecem a imunidade. </li> <li>Digestão: é considerado, há séculos, o chá ideal após refeições pesadas, favorecendo a digestão e reduzindo a absorção de gorduras. </li> </ul> <h2>Ritual, cultura e prazer</h2> Mais do que bebida funcional, o Pu’er é uma experiência cultural. No gongfu cha, tradicional cerimônia do chá, pequenas infusões sucessivas revelam as várias camadas de sabor: primeiro mais intensas e terrosas, depois mais doces e sutis. É um ritual de contemplação e convivência, que conecta os praticantes à filosofia taoista e budista, à paciência e ao prazer dos sentidos. <h2>Um tesouro de Yunnan para o mundo</h2> O Pu’er é um legado vivo da província de Yunnan e de sua capital, Kunming, que mantêm o elo entre passado e futuro dessa tradição milenar. Hoje, quando se fala em chás que unem saúde, história e sofisticação, é impossível não pensar nesse tesouro líquido que atravessou séculos de rotas comerciais e conquistou consumidores em todos os continentes. Mais do que “o chá que emagrece e afina o sangue”, o Pu’er é um símbolo da cultura chinesa e um exemplo de como uma tradição pode se reinventar e permanecer relevante no mundo contemporâneo. <div class="embed-block"><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/1dYUMeUxUdw?si=7ODpetxXSf4SERrp" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" referrerpolicy="strict-origin-when-cross-origin" allowfullscreen></iframe></div>