<p><b>247 – </b>Um editorial publicado neste domingo pelo jornal <b>Global Times</b> questiona se os Estados Unidos estão dispostos a se tornar o “outlier solitário” — o único a se isolar — na questão palestina. O texto foi divulgado após a decisão de <b>Austrália, Canadá e Reino Unido</b> de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina, movimento que deve ser seguido por <b>França, Bélgica, Luxemburgo, Portugal, Malta, Andorra e San Marino</b>, durante a reunião de alto nível da <b>Assembleia Geral da ONU</b> marcada para 22 de setembro.</p>
<p>De acordo com o Global Times, mais de dois terços dos países membros da ONU já reconhecem a Palestina, e a tendência crescente entre aliados tradicionais de Washington expõe o distanciamento dos Estados Unidos frente ao consenso internacional.</p>
<h2>Veto norte-americano e crise humanitária em Gaza</h2>
<p>No dia 18 de setembro, os EUA vetaram novamente uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia cessar-fogo imediato em Gaza. A proposta havia sido aprovada por <b>14 dos 15 membros do Conselho</b>, e a rejeição isolada de Washington escancarou o contraste com a posição global.</p>
<p>Enquanto isso, a crise humanitária em Gaza atinge níveis devastadores. O embaixador da China na ONU, <b>Fu Cong</b>, questionou em plenário: <i>“Quantas vidas inocentes ainda terão de ser perdidas antes que se alcance um cessar-fogo em Gaza? Quantas tragédias mais serão necessárias para que a ajuda humanitária flua sem impedimentos?”</i></p>
<p>Segundo dados citados no editorial, a ofensiva israelense já provocou a morte de <b>mais de 65 mil palestinos</b>, gerou fome generalizada e forçou mais de <b>dois milhões de pessoas a abandonar suas casas</b>.</p>
<h2>Ruptura no Ocidente e o avanço da solução de dois Estados</h2>
<p>Historicamente, países ocidentais adotaram postura crítica em relação à Palestina, mantendo solidariedade com Israel. No entanto, a intensidade da crise humanitária e os protestos de massas em várias capitais europeias vêm pressionando governos a alterar suas posições. O <b>reconhecimento da Palestina</b> surge, assim, como reflexo da necessidade de reconstruir um caminho político para a paz.</p>
<p>O Global Times ressalta que Israel, amparado pelo apoio militar e diplomático dos EUA, tem endurecido sua política externa e ampliado ataques a países vizinhos, como <b>Síria, Líbano, Irã e até alvos no Catar</b>, o que gera preocupação internacional sobre o risco de escalada regional.</p>
<h2>Consenso internacional pela paz</h2>
<p>O editorial enfatiza que a defesa da <b>solução de dois Estados</b> deixou de ser uma opção futura para se tornar uma urgência presente. Para o jornal chinês, o movimento de reconhecimento por parte de países ocidentais, somado à ampla maioria internacional favorável, fortalece o direito palestino à autodeterminação e cria uma base jurídica e política sólida para pressionar Israel e EUA a reverem suas posturas.</p>
<p>Na avaliação do texto, os Estados Unidos, ao persistirem em sua política unilateral, minam seu papel histórico de mediador e se afastam do espírito multilateral que marca os 80 anos da criação da ONU.</p>

Redação Brasil 247

Genocídio promovido por Israel destruiu a cidade de Gaza

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Global Times

Washington se isola ao rejeitar reconhecimento da Palestina, aponta Global Times

<p><b>247</b> - O funeral do ativista de extrema direita Charlie Kirk &nbsp;tornou-se palco para um discurso político do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ao longo da cerimônia, Trump alternou homenagens emocionadas ao aliado com declarações sobre seu governo, críticas a adversários e até promessas de novas medidas. As informações são do <a href="https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2025/09/21/trump-funeral-charlie-kirk.htm">UOL</a>.</p>
<p>No início de sua fala, o presidente classificou Kirk como um “mártir” do movimento conservador. “O nome de Kirk viverá para sempre no registro eterno dos maiores patriotas da América, ele viverá para sempre. Nenhum de nós jamais vamos esquecer Kirk, nem a história o irá esquecer. Charlie está reunido com seu criador no céu e sua voz vai ecoar por gerações”, disse.&nbsp;</p>
<p>Ele também dirigiu palavras de consolo à família: “Sabemos que nenhuma palavra jamais será suficiente para preencher o vazio que ele deixou. É um vazio que simplesmente não pode ser preenchido. Mas espero que a extraordinária demonstração de emoção ao longo desses últimos 11 dias tenha lhes trazido conforto com a certeza de que seu filho trouxe mais bondade e amor a este mundo em seus breves 31 anos do que a maioria das pessoas consegue trazer em toda uma vida”.</p>
<p>Trump destacou o patriotismo de Kirk, afirmando que o ativista já demonstrava esse espírito desde jovem. O presidente relatou ainda uma de suas últimas conversas com o fundador do Turning Point USA: “Uma das últimas coisas que ele me disse foi: ‘Por favor, senhor, salve Chicago’. Nós vamos fazer isso. Vamos salvar Chicago dos crimes horríveis”.</p>
<p>A partir desse ponto, o tom da fala mudou. Trump declarou abertamente que, ao contrário de Kirk, ele “odeia” seu adversário político. “Talvez consigam me convencer de que isso não está certo, mas odeio meu oponente”, afirmou. O presidente também disse que o Departamento de Justiça investiga supostas “redes de radicais de esquerda que financiam violência política nos EUA” e relacionou a apuração ao assassinato de Charlie Kirk: “Acreditamos saber quem são muitos deles, mas a aplicação da lei pode ser apenas o início de nossa resposta”.</p>
<h3><b>Governo, tarifas e autismo no centro do discurso</b></h3>
<p>Em um momento que destoou das homenagens, Trump aproveitou a ocasião para exaltar realizações de seu governo. Segundo ele, os Estados Unidos “estão muito melhor que um ano atrás”.&nbsp;</p>
<p>Além disso, anunciou que fará na segunda-feira uma comunicação oficial que seria “uma resposta para [a causa do] autismo”. O republicano quer associar o autismo ao uso de Tylenol por mulheres grávidas. De acordo com o Washington Post, Trump acredita que o uso desse medicamento pode causar o autismo, em contrariedade às diretrizes médicas que não veem nexo entre o autismo e Tylenol.</p>
<p>Trump também &nbsp;citou o tarifaço imposto por seu governo a vários países. Ele afirmou que as tarifas estão "nos deixando ricos novamente, mais ricos do que qualquer um jamais imaginou ser possível".</p>

Otávio Rosso

O presidente dos EUA, Donald Trump, durante visita ao prédio do Federal Reserve, em Washington, D.C. - 24/07/2025 

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Mundo

Trump transforma funeral de Charlie Kirk em palco político com menções a tarifas e teoria sobre autismo

<p><b>247</b> - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para criticar duramente a nova medida imposta pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Segundo informações publicadas pela imprensa norte-americana, jornalistas credenciados no Pentágono passam a estar sujeitos a regras mais rígidas para publicação de informações, que só poderão ser divulgadas após aprovação prévia de um funcionário autorizado.</p>
<p>Na publicação, Gleisi classificou a medida como mais um ataque do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à liberdade de imprensa. “A censura aos jornalistas que cobrem o Pentágono é mais um ataque de Donald Trump à liberdade de imprensa, depois de cassar credenciais na Casa Branca, pressionar grupos de mídia, cortar verbas de universidades e desacatar ordens judiciais, entre outros episódios autoritários. Esse é o modelo de ‘democracia’ que Jair Bolsonaro segue e que conhecemos muito bem aqui no Brasil. Querem ‘liberdade’ para censurar, atacar os adversários, impor sua vontade pela força”, escreveu.</p>
<h2><b>Regras mais rígidas contra a imprensa</b></h2>
<p>O documento oficial, divulgado na noite de sexta-feira (20), determina que até mesmo informações obtidas por meio de fontes anônimas ou fora dos canais de comunicação institucionais deverão passar por análise do Pentágono. O descumprimento das novas normas poderá resultar no cancelamento imediato do credenciamento de jornalistas.</p>
<p>Especialistas em liberdade de expressão apontam que a medida reforça a ofensiva de Trump contra veículos de comunicação que, segundo ele, mantêm uma cobertura negativa de sua administração. A Casa Branca já havia restringido o acesso de repórteres, além de intensificar pressões sobre grupos de mídia considerados críticos ao governo.</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">A censura aos jornalistas que cobrem o Pentágono é mais um ataque de Donald Trump à liberdade de imprensa, depois de cassar credenciais na Casa Branca, pressionar grupos de mídia, cortar verbas de universidades e desacatar ordens judiciais, entre outros episódios autoritários.…</p>&mdash; Gleisi Hoffmann (@gleisi) <a href="https://twitter.com/gleisi/status/1969808534985453568?ref_src=twsrc%5Etfw">September 21, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<p>&nbsp;</p>

Trump e Bolsonaro querem “liberdade” para atacar e censurar seus adversários, diz Gleisi

<p><b>247 - </b>Produtores rurais do meio-oeste dos Estados Unidos estão temerosos com o impacto das tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump. Segundo a <a href="https://www.bbc.com/portuguese/articles/c147k0pr3l7o">BBC News Brasil</a>, a medida, que elevou custos de insumos e reduziu exportações, mergulhou agricultores em dívidas e risco de falência, embora a maioria continue apoiando o presidente.</p>
<p>Tim Maxwell, agricultor de 65 anos em Iowa, resumiu a tensão: “Nossa produção, nossa safra e o clima estão bons, mas o [interesse dos] nossos mercados, agora, está em baixa”. Apesar das dificuldades, ele afirma acreditar em Trump: “Nosso presidente disse que irá levar um tempo para que todas essas tarifas entrem em vigor. Vou ser paciente. Acredito no nosso presidente.”</p>
<h2>Agricultores americanos relatam incertezas no campo</h2>
<p>No coração do chamado cinturão do milho, a realidade é de apreensão. A guerra comercial com a China reduziu drasticamente a compra de soja e milho dos Estados Unidos. Em 2024, as empresas chinesas importaram US$ 12,7 bilhões em soja americana, mas neste ano as encomendas despencaram.</p>
<p>A Associação Americana da Soja alerta para níveis muito baixos de exportação, enquanto custos de fertilizantes e maquinário aumentaram devido a tarifas sobre insumos canadenses e asiáticos.</p>
<h2>Exportações em queda e falências em alta</h2>
<p>Segundo levantamento da Bloomberg, pedidos de falência entre agricultores atingiram o maior patamar em cinco anos. O ex-senador democrata Jon Tester, também produtor, alertou: “As pessoas que são novas na agricultura, os jovens agricultores que não têm dinheiro guardado para tempos como este, enfrentarão problemas e muitos deles irão quebrar. E, se isso continuar, muitas pessoas como eu, também irão falir.”</p>
<h2>Trump mantém apoio rural apesar da crise</h2>
<p>Mesmo sob forte pressão econômica, a base rural continua firme ao lado de Trump. Pesquisas do Pew Research Center indicam que 53% da população rural aprovam sua gestão, bem acima da média nacional de 38%.</p>
<p>Para alguns, a confiança se baseia na expectativa de que tarifas forcem a China a renegociar. John Maxwell, produtor de queijo em Iowa, afirmou: “Acho que as tarifas, eventualmente, irão nos tornar grandes novamente.”</p>
<h2>Especialistas alertam para riscos de longo prazo</h2>
<p>Acadêmicos ouvidos pela BBC apontam que a estratégia de tarifas pode gerar danos permanentes. O professor Christopher Wolf, da Universidade Cornell, lembra que parte da soja americana já foi substituída por importações brasileiras. “Mesmo que as tarifas sejam abandonadas, a mudança nas cadeias de abastecimento pode não se reverter rapidamente”, advertiu.</p>

Paulo Emilio

Agricultores dos EUA temem falência com tarifas de Trump

<p><b>Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil</b></p>
<p>O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca neste domingo (21), às 10h, para os Estados Unidos (EUA) para participar da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. A assembleia ocorre entre os dias 22 e 24 de setembro em Nova York. Lula será acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e por outros ministros e especialistas que integram a comitiva.</p>
<p><b>Como tradição desde 1955, o Brasil será o primeiro Estado-membro a discursar na abertura do debate geral. Lula falará na terça-feira (23) de manhã, logo após os discursos do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e da presidente da 80ª assembleia geral, Annalena Baerbock.</b></p>
<p>Além de apresentar prioridades da política externa brasileira, o presidente deve participar de encontros que discutem desde o cenário na Palestina até a crise climática, em preparação para a 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP30), que ocorre em Belém em novembro.</p>
<h2>Palestina</h2>
<p><b>Durante a viagem a Nova York, Lula participa, na segunda-feira (22), da segunda sessão da Confederação Internacional de Alto Nível para Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, convocada pela França e pela Arábia Saudita.</b></p>
<p>Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro espera que o momento sirva de oportunidade para que mais países reconheçam a <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2025-09/em-nova-york-agenda-de-lula-inclui-palestina-democracia-e-clima" target="_blank">Palestina como Estado</a> – além do Brasil, outras 147 nações já reconhecem a Palestina. Países como França, Reino Unido, Canadá e Portugal manifestaram interesse em fazer o mesmo durante o encontro da ONU.</p>
<h2>Democracia</h2>
<p><b>Na quarta-feira (24), o presidente participa da segunda edição do evento Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo, acompanhado de representantes de cerca de 30 países.</b> Além do Brasil, lideram a iniciativa os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Espanha, Pedro Sánchez.</p>
<p>De acordo com o Itamaraty, a iniciativa pretende avançar em uma diplomacia ativa, que promova a cooperação internacional contra a deterioração das instituições, a desinformação, o discurso de ódio e a desigualdade social. O primeiro encontro sobre democracia ocorreu no Chile, em julho, quando foi publicada uma declaração conjunta.</p>
<h2>Crise climática</h2>
<p><b>Também no dia 24, um evento sobre crise climática – outra prioridade da agenda de Lula em Nova York – será copresidido pelo Brasil e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.</b> O encontro deve incluir a apresentação de novas contribuições nacionalmente determinadas (NDC, na sigla em inglês).</p>
<p>O presidente ainda participa, em Nova York, de evento organizado pelo Brasil para ampliar o apoio à construção do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, a ser lançado em Belém com o objetivo de financiar a preservação de florestas. Outra agenda é o encontro promovido pelo Centro Global de Adaptação para discutir mecanismos de adaptação à mudança climática.</p>
<p><b>A delegação brasileira também deve participar, a partir do dia 22 de setembro, da Semana do Clima de Nova York 2025.</b> O encontro, que promove cerca de 500 eventos com lideranças de governos e da sociedade civil do planeta, ocorre desde 2009 de forma simultânea à Assembleia Geral da ONU e serve como evento preparatório à COP30.</p>

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Geraldo Alckmin - 21 de setembro de 2025

Lula viaja aos EUA e abre Assembleia da ONU

<p><b>247 – </b>O presidente da Argentina, Javier Milei, encerrou uma das semanas mais difíceis de sua gestão com um ato político em Córdoba e o anúncio de uma reunião bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi divulgada pelo portal argentino <a href="https://www.c5n.com/politica/javier-milei-busca-aire-estados-unidos-mientras-tiembla-su-gobierno-n215143" target="_new">C5N</a>, que destacou o esforço do governo em buscar legitimidade internacional diante do agravamento da crise interna.</p>
<p>O evento em Córdoba foi marcado pela tentativa de resgatar o entusiasmo inicial de sua base, quando Milei surgia como uma força disruptiva no cenário político. No entanto, dezenove meses após sua posse, o panorama mudou: a “batalha cultural” foi abandonada, antigos aliados se distanciaram e os setores sociais mais afetados pela agenda ultraliberal do governo intensificaram a resistência.</p>
<h2>Derrotas eleitorais e desgaste da imagem presidencial</h2>
<p>O fracasso do oficialismo nas eleições provinciais aprofundou a crise. O quarto lugar em Corrientes e a derrota esmagadora em Buenos Aires revelaram uma quebra significativa na representação do governo. Apesar de Milei ter reconhecido publicamente que “há coisas a corrigir”, manteve intacto o rumo econômico e político de sua gestão.</p>
<p>Analistas apontam para a influência central de Karina Milei, irmã do presidente e chefe de campanha, considerada a principal responsável pelas derrotas eleitorais. Mesmo diante das críticas, ela e seus colaboradores seguem ocupando postos estratégicos, sem mudanças estruturais na condução política.</p>
<h2>Crise econômica e ruptura com governadores</h2>
<p>A situação econômica e financeira é descrita como explosiva. A falta de reservas internacionais, somada à política de ajuste indiscriminado e ao encolhimento da atividade econômica, compromete o emprego e o sustento das famílias. Além disso, a relação com governadores que inicialmente apoiavam o governo entrou em colapso, já que muitas promessas não foram cumpridas.</p>
<p>No Congresso, a perda de aliados se reflete no bloqueio a projetos oficiais e no fortalecimento da oposição. Nas ruas, multiplicam-se protestos contra as medidas de austeridade, evidenciando que a máxima defendida pelo governo — de que seria possível realizar “o maior ajuste da história sem consequências sociais” — não se sustenta.</p>
<h2>A batalha cultural perdida</h2>
<p>O desgaste político vai além da economia. Segundo a análise publicada pelo C5N, o governo libertário perdeu a “batalha cultural”, uma vez que a maioria da população percebe que o individualismo e a crueldade promovidos como compensação simbólica pelos fracassos neoliberais não oferecem soluções concretas, apenas ampliam a dor social.</p>
<p>O paralelo com experiências anteriores da política argentina — como as crises de 1989 e 1999 — é inevitável. A dúvida que permanece é se Milei representa a continuidade do ciclo de aprofundamento neoliberal ou se será lembrado como o “último recurso” de um sistema em colapso.</p>
<h2>Tentativa de reposicionamento internacional</h2>
<p>Com o isolamento político interno em expansão, Milei busca agora respaldo no exterior. O encontro anunciado com Donald Trump tem claro objetivo simbólico: apresentar-se como aliado estratégico do atual presidente norte-americano em um momento de fragilidade interna.</p>
<p>Ainda que esse gesto possa fortalecer sua imagem entre setores específicos, a crise argentina não será resolvida por apoios externos. A realidade econômica e social pressiona cada vez mais e coloca em xeque a própria sobrevivência do governo.</p>

O presidente argentino Javier Milei, em Buenos Aires - 
27/01/2025

América Latina

Javier Milei busca socorro nos Estados Unidos enquanto seu governo afunda

<p><b>247 – </b>Um acordo entre Estados Unidos e China sobre as operações da TikTok em solo americano estabelece que a ByteDance, empresa chinesa dona do aplicativo, terá direito a apenas uma das sete cadeiras do novo conselho diretor, enquanto as outras seis ficarão sob controle de representantes americanos. A informação foi revelada por um alto funcionário da Casa Branca e publicada pela agência Reuters neste sábado (20).</p>
<p>O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, busca evitar o banimento da rede social — que conta com 170 milhões de usuários no país — depois que o Congresso aprovou em 2024 uma lei determinando o encerramento das atividades da TikTok até janeiro de 2025, caso a ByteDance não vendesse os ativos da empresa no território americano. O governo adiou a aplicação da medida até dezembro, numa tentativa de viabilizar a separação da operação nos EUA.</p>
<h2>Avanços e tensões políticas</h2>
<p>Segundo a Reuters, Trump afirmou ter feito “progressos” sobre um acordo em conversa telefônica com o presidente da China, Xi Jinping, e anunciou que os dois devem se reunir presencialmente em seis semanas. O governo chinês, no entanto, não detalhou publicamente os avanços dessas negociações.</p>
<p>O plano apresentado prevê que investidores americanos detenham a maioria das ações da nova empresa, que será gerida por um conselho com especialistas em segurança nacional e cibernética. A ByteDance ficaria com menos de 20% da participação.</p>
<p>Ainda assim, há questionamentos sobre se a proposta atende ao que determina a lei de 2024, que exige a completa desvinculação da empresa chinesa. O deputado democrata Frank Pallone declarou: <i>“O diabo estará nos detalhes. Não podemos permitir que a China continue tendo acesso a enormes quantidades de dados pessoais dos americanos, nem que Trump entregue o TikTok a seus amigos do setor de tecnologia para transformá-lo em um porta-voz do MAGA. Ponto final”</i>.</p>
<h2>Controle do algoritmo e dados sob gestão americana</h2>
<p>Um dos pontos mais sensíveis do acordo é o algoritmo de recomendação da TikTok. De acordo com o funcionário da Casa Branca citado pela Reuters, o sistema será “reprogramado e operado nos Estados Unidos, fora do controle da ByteDance”.</p>
<p>Todos os dados de usuários americanos serão armazenados em infraestrutura de nuvem operada pela Oracle, gigante de software dos EUA. O objetivo, segundo o governo, é impedir que informações pessoais sejam compartilhadas com autoridades chinesas.</p>
<p>Apesar disso, usuários nos Estados Unidos poderão continuar acessando conteúdos produzidos em outras partes do mundo.</p>
<h2>Conexão política</h2>
<p>Trump tem relação direta com a plataforma: sua conta pessoal soma mais de 15 milhões de seguidores, e o próprio governo lançou recentemente um perfil oficial no aplicativo. O presidente já chegou a atribuir parte de sua reeleição em 2024 ao alcance obtido pelo TikTok.</p>
<p>O desfecho das negociações será decisivo não apenas para o futuro do aplicativo no país, mas também para o clima político e econômico entre as duas maiores potências globais, que há anos enfrentam tensões comerciais.</p>

A bandeira dos EUA e o logotipo do TikTok são vistos nesta ilustração tirada em 8 de janeiro de 2025

Empresa chinesa ByteDance terá apenas um assento em conselho da TikTok nos EUA, diz governo

<p><b>247</b> - O Brasil decidiu não incluir os Estados Unidos na lista de participantes da reunião <b>“Democracia Sempre”</b>, que será realizada na próxima semana em Nova York, paralelamente à Assembleia-Geral da ONU. A informação foi publicada pela<a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2025/09/brasil-barra-eua-de-reuniao-sobre-democracia-em-nova-york-as-margens-da-assembleia-da-onu.shtml"> <i>Folha de S.Paulo</i></a>, que destacou a mudança em relação ao ano passado, quando os norte-americanos estiveram entre os convidados.</p>
<p>A cúpula, idealizada inicialmente por Brasil e Espanha, reunirá cerca de 30 países, entre eles Uruguai, Colômbia, Chile, Alemanha, Canadá, França, México, Noruega, Quênia, Senegal e Timor Leste. Também deve participar o secretário-geral da ONU, António Guterres, além de representantes da União Europeia.</p>
<h2><b>Critérios de exclusão dos EUA</b></h2>
<p>Segundo um integrante do governo brasileiro, a lista de convidados foi restrita a nações consideradas plenamente democráticas. A exclusão dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, foi justificada pelo “retrocesso extremista” vivido no país e pelo questionamento do governo americano às eleições brasileiras.</p>
<p>Entre os principais temas do encontro estão a defesa da democracia, o combate à desigualdade social e a luta contra a desinformação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia participado de uma edição do evento no Chile, em julho, quando os líderes reafirmaram seu compromisso com a preservação das instituições democráticas e com a cooperação internacional frente às ameaças globais.</p>
<h2><b>Origem do “Democracia Sempre”</b></h2>
<p>A primeira edição da iniciativa ocorreu em 2024, organizada por Lula e pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, sob o lema <b>“Em defesa da democracia, combatendo o extremismo”</b>. Na ocasião, os Estados Unidos, então sob o comando do democrata Joe Biden, enviaram apenas um funcionário de segundo escalão do Departamento de Estado, equivalente ao Itamaraty.Sánchez propôs que o encontro servisse como um fórum permanente para enfrentar o crescimento de movimentos reacionários no mundo. Ele apontou três fatores centrais que corroem a confiança pública nas instituições: <b>desigualdade social, desinformação e disseminação do discurso de ódio</b>.</p>
<h2><b>Tensões com o governo Trump</b></h2>
<p>Desde que reassumiu a Casa Branca, Donald Trump tem adotado medidas que geram atritos em fóruns multilaterais. Um dos primeiros atos de seu governo foi uma ordem executiva que proíbe políticas de combate à desinformação, consideradas pelo republicano como censura. Além disso, Trump tem pressionado emissoras e empresas a punirem figuras públicas que fizeram críticas a apoiadores conservadores. O apresentador Jimmy Kimmel, da ABC, foi suspenso após comentário sobre o assassinato de Charlie Kirk, militante de direita morto na semana passada.</p>
<p>Outro ponto de fricção é a regulação das grandes plataformas digitais. Enquanto União Europeia e países latino-americanos pressionam por leis que obriguem as Big Tech a moderar conteúdos nocivos, Trump se coloca contra qualquer restrição e ameaça impor tarifas a blocos econômicos que adotem legislações mais rígidas.</p>
<h2><b>Referências a ataques antidemocráticos</b></h2>
<p>No convite enviado aos países em 2024, Lula e Sánchez citaram tanto os ataques de 8 de janeiro em Brasília quanto a invasão ao Capitólio, em Washington, como exemplos de movimentos violentos que rejeitam a alternância de poder e a diversidade. Já em seu novo mandato, Trump concedeu perdão a 1.500 pessoas condenadas pela invasão ao Congresso americano, medida que aprofundou a percepção de enfraquecimento democrático nos EUA.</p>

Brasil exclui EUA de reunião sobre democracia durante Assembleia da ONU

<p><b>Reuters </b>- O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, ofereceu-se para iniciar conversações diretas com a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dias após o primeiro ataque dos EUA a um barco do país sul-americano que, segundo Trump, transportava traficantes de drogas.</p>
<p>Em uma carta a Trump que foi vista pela Reuters, Maduro rejeitou as alegações dos EUA de que a Venezuela desempenhava um grande papel no tráfico de drogas, observando que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia são enviadas através da Venezuela - das quais, segundo ele, 70% foram neutralizadas e destruídas pelas autoridades venezuelanas.</p>
<p>"Presidente, espero que juntos possamos derrotar as falsidades que têm manchado nosso relacionamento, que deve ser histórico e pacífico", escreveu Maduro na carta. "Essas e outras questões estarão sempre abertas para uma conversa direta e franca com seu enviado especial (Richard Grenell) para superar o ruído da mídia e as notícias falsas."</p>
<p>Ele observou que Grenell ajudou a resolver rapidamente as alegações anteriores de que a Venezuela estava se recusando a aceitar migrantes de volta, acrescentando: "Até o momento, esse canal tem funcionado perfeitamente."</p>
<p>Os voos de deportação duas vezes por semana que transportam migrantes ilegais de volta para a Venezuela continuaram ininterruptos apesar das greves nos EUA, disseram à Reuters fontes familiarizadas com o assunto.</p>
<p>A carta de Maduro foi datada de 6 de setembro, quatro dias após um ataque dos EUA a um navio que o governo Trump alegou, sem provas, estar transportando traficantes de drogas. O ataque matou 11 pessoas que, segundo Trump, eram membros da gangue Tren de Aragua e estavam envolvidas com o tráfico.</p>
<p>A Casa Branca não fez comentários imediatos.</p>
<p>No sábado, Trump redobrou sua campanha de pressão, alertando em uma postagem em sua plataforma Truth Social que a Venezuela deve aceitar o retorno de todos os prisioneiros que, segundo ele, a Venezuela forçou a ir para os EUA, ou então pagar um preço "incalculável".</p>
<p>Na sexta-feira, Trump anunciou pelo menos o terceiro ataque contra supostas embarcações de drogas da Venezuela, em meio a um grande reforço militar dos EUA no sul do Caribe, que inclui sete navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35.</p>
<p>O ataque matou "três homens narcoterroristas a bordo da embarcação", disse Trump, sem fornecer provas.</p>

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro 

Maduro se oferece para iniciar conversas diretas com enviado de Trump

<p><b>247</b> - &nbsp;O Departamento de Defesa dos Estados Unidos passou a impor novas regras para jornalistas credenciados junto ao Pentágono, informa o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/09/20/pentagono-impoe-novas-restricoes-a-jornalistas-e-exige-que-informacoes-passem-por-aprovacao-antes-de-serem-publicadas.ghtml">O Globo</a>. A partir de agora, qualquer informação relacionada à instituição — seja confidencial ou não — só poderá ser publicada após aprovação prévia de um funcionário autorizado. Caso a norma não seja cumprida, os profissionais correm o risco de perder suas credenciais de acesso.</p>
<p>Segundo o documento oficial, divulgado na noite de sexta-feira (20), até mesmo informações obtidas por meio de fontes anônimas ou fora dos canais de comunicação institucionais devem ser submetidas à revisão. O texto destaca que o descumprimento das regras será considerado justificativa para o cancelamento do credenciamento. A medida se soma à ofensiva do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra veículos da chamada grande imprensa, que ele acusa de manterem uma cobertura negativa de seu governo.</p>
<h2><b>Reações e críticas</b></h2>
<p>O anúncio gerou forte reação de entidades ligadas à liberdade de imprensa. O presidente do Clube Nacional de Imprensa de Washington, Mike Balsamo, afirmou: <i>“Se as notícias sobre nossas Forças Armadas devem ser aprovadas primeiro pelo governo, o público não recebe mais informações independentes. O público receberá apenas o que os funcionários [do Pentágono] querem que vejam. Isso deveria alarmar todos os americanos”</i>.Já o secretário de Defesa, Pete Hegseth, defendeu a medida e reforçou outras restrições à atuação dos jornalistas. Em postagem na rede X, declarou: <i>“A imprensa não pode mais circular pelos corredores de uma instalação segura. Use sua credencial e cumpra as regras, ou vá para casa”</i>.</p>
<h2><b>Confronto com a mídia</b></h2>
<p>As novas exigências ocorrem em meio a uma escalada de tensões entre o governo Trump e os principais veículos de comunicação do país. Na última semana, o presidente celebrou processos contra o <i>Wall Street Journal</i> e o <i>New York Times</i>, além de comemorar a suspensão do programa do comediante Jimmy Kimmel após comentários sobre a morte do influenciador conservador Charlie Kirk. Trump também classificou como <i>“ilegal”</i> a cobertura da mídia que, em sua visão, teria sido excessivamente negativa sobre sua gestão.</p>

O presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca - 25/08/2025    

Pentágono impõe restrições à imprensa e exige aprovação prévia de informações

<p><b>247 - </b>O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou as medidas contra a Universidade de Harvard, impondo restrições adicionais ao acesso da instituição a recursos federais. Segundo a agência Reuters, o Departamento de Educação estadunidense colocou Harvard sob “monitoramento financeiro reforçado”. Isso significa que a universidade, localizada em Cambridge, Massachusetts, terá de usar seu próprio caixa para pagar bolsas e auxílios antes de reaver os valores junto ao governo. Além disso, foi exigida uma carta de crédito de US$ 36 milhões como garantia.</p>
<h2>Disputa sobre admissões e ideologia nas universidades</h2>
<p>Em outra correspondência, o Escritório de Direitos Civis do Departamento de Educação alertou que pode adotar medidas adicionais se Harvard não apresentar documentos que comprovem não utilizar critérios raciais ilegais em seus processos de seleção de alunos.</p>
<p>O governo Trump vem acusando a universidade de promover “ideologias antissemitas e de esquerda radical”. Até o momento, Harvard não respondeu aos pedidos de comentário sobre as novas exigências.</p>
<h2>Impactos financeiros e cortes na instituição</h2>
<p>Apesar de possuir um fundo patrimonial estimado em US$ 53 bilhões, Harvard anunciou cortes de gastos e demissões nos últimos meses. Em julho, a instituição alertou que os efeitos combinados das ações federais poderiam reduzir em até US$ 1 bilhão por ano o seu orçamento.</p>
<p>A disputa chegou à Justiça: neste mês, um juiz determinou que o governo havia encerrado de forma irregular mais de US$ 2 bilhões em bolsas de pesquisa concedidas à universidade.</p>
<h2>Trump exige pagamento milionário</h2>
<p>Durante uma reunião de gabinete, Donald Trump afirmou que Harvard deveria pagar “nada menos que US$ 500 milhões”, argumentando que a universidade “tinha sido muito ruim”.</p>

Manifestantes se opõem a medidas de Trump contra a Universidade de Harvard 

Governo Trump amplia restrições financeiras contra Harvard

<p><b>247 -</b> O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do chamado "PL da dosimetria", declarou ter  "zero receio" de possíveis sanções dos Estados Unidos por causa de seu parecer. Segundo a coluna do jornalista <a href="https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/relator-do-pl-da-dosimetria-diz-ter-zero-receio-de-sancoes-dos-eua">Igor Gadelha</a>, do Metrópoles, o deputado afirmou que não teme sofrer represálias semelhantes às impostas ao ministro do STF Alexandre de Moraes ao defender a dosimetria de penas como alternativa à anistia ampla para os condenados na trama golpista.</p>
<h2>Eduardo Bolsonaro ameaça o relator</h2>
<p>As declarações de Paulinho ocorreram após reunião com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e com o deputado Aécio Neves (PSDB). Na sequência, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as redes sociais para criticar duramente a proposta e rejeitar a possibilidade de redução de penas.</p>
<p>Em vídeo, Eduardo alertou o relator: "Um conselho de amigo: muito cuidado para você não acabar sendo visto como um colaborador do regime de exceção. Alguém que foi posto pelo Moraes para enterrar a anistia ampla, geral e irrestrita. Pois, assim como está expresso na lei, todo colaborador de um sancionado por violações de direitos humanos é passível das mesmas sanções".</p>
<h2>Dosimetria x anistia</h2>
<p>O projeto relatado por Paulinho da Força propõe a dosimetria de penas, ou seja, que cada investigado seja punido de acordo com a gravidade de sua conduta. A medida é vista por ele como alternativa mais proporcional e juridicamente sólida do que a anistia ampla, defendida pela base bolsonarista.</p>
<p>Enquanto parte do Congresso defende o perdão coletivo, setores articulados em torno do relatório de Paulinho buscam uma saída que preserve a responsabilização dos envolvidos, sem recorrer a uma anistia irrestrita.</p>
<h2>Conflito político no Congresso</h2>
<p>O embate entre Paulinho da Força e Eduardo Bolsonaro simboliza o racha dentro da própria direita sobre como lidar com os envolvidos nos atos golpistas. O relator tem buscado apoio entre lideranças políticas tradicionais, enquanto a ala bolsonarista pressiona nas redes para manter viva a pauta da anistia.</p>

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