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Bolsonaro chantageia o Brasil e pede devolução de passaporte para 'negociar' com Trump

Prestes a ser preso por tentativa de golpe e com passaporte apreendido, Bolsonaro quer ‘sinalização’ de Lula para negociar o fim do tarifaço

Jair Bolsoanro durante coletiva no Senado Federal (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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247 - Jair Bolsonaro (PL) declarou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (17), que estaria disposto a negociar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito das tarifas impostas aos produtos brasileiros. No entanto, segundo ele, isso só ocorreria se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “sinalizasse positivamente” e seu passaporte, atualmente retido pela Polícia Federal, fosse devolvido. 

“Se o Lula sinalizar para mim, eu sei que não é ele que vai dar o passaporte, eu negocio com o Trump. (...) Quem não vai conversar vai pagar um preço alto”, disse Bolsonaro durante coletiva de imprensa, de acordo com a CNN Brasil.

A fala ocorre em meio à imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada por Trump. O presidente estadunidense justificou a medida, entre outras razões, pelo que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro no Brasil. O ex-mandatário está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe para permanecer no poder após perder o pleito presidencial de 2022.

Ainda de acordo com o ex-mandatário, o Brasil encontra-se isolado diante da nova política comercial de Washington. Em sua avaliação, a defesa da soberania nacional feita por Lula conduz o país a uma dependência econômica crescente da China. 

“O Brasil está isolado. [...] Quando se fala em soberania, nós vamos ficar dependentes da China”, afirmou Bolsonaro na entrada do Senado, após visitar o gabinete de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), segundo o Metrópoles. Durante sua declaração, Bolsonaro também saiu em defesa da agressão de Trump ao Brasil, afirmando que o mandatário norte-americano deseja ver “a democracia restabelecida" no país.

As declarações foram feitas após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar nesta semana um pedido de condenação contra Bolsonaro por diversos crimes: liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado por violência e grave ameaça ao patrimônio da União. A acusação destaca que os prejuízos resultantes da intentona golpista do dia 8 de janeiro de 2023 foram consideráveis, incluindo a deterioração de bens tombados.

O julgamento de Bolsonaro e de seus aliados no STF deve ocorrer entre agosto e setembro. Conforme os prazos processuais vigentes, as alegações finais das partes devem ser concluídas até 11 de agosto, uma vez que não há suspensão de prazos durante o recesso do Judiciário em julho.

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