EUA discutiram asilo e escudo contra Interpol para Bolsonaro, disse Paulo Figueiredo em live
Eduardo Bolsonaro, filho do ex-mandatário, porém, afirmou que ideia foi descartada por confiar em "anistia" no Brasil
247 - O jornalista e influenciador de extrema direita Paulo Figueiredo e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmaram em uma transmissão ao vivo que representantes da Casa Branca chegaram a discutir com eles, nesta semana, a possibilidade de oferecer asilo nos Estados Unidos a Jair Bolsonaro (PL) e ao próprio parlamentar. A proposta teria sido apresentada durante uma reunião no Departamento de Estado, em Washington, e também incluiria a proteção contra alertas da Interpol. As informações são do jornal O Globo.
A hipótese, segundo os dois, acabou rejeitada. Figueiredo, que é denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação na trama golpista de 8 de janeiro e também é citado como articulador de sanções do presidente Donald Trump contra o Brasil, detalhou a conversa em seu programa Paulo Figueiredo Show. Na live transmitida na quarta-feira (16), ele relatou que o objetivo da proposta era "oferecer algum tipo de acordo de liberdade para o seu pai para ele vir para os Estados Unidos exilado".
Segundo Figueiredo, além de membros do Departamento de Estado, havia "uma pessoa da Casa Branca especificamente na reunião". Essa autoridade teria perguntado: "se fosse oferecido algum acordo de liberdade para o seu pai para ele vir para os Estados Unidos exilado e a gente livrasse vocês dois [Jair e Eduardo] da Interpol?". Eduardo Bolsonaro, que participava da transmissão, reagiu: "Fora de cogitação", reforçando que a proposta foi descartada.
Ainda conforme a reportagem, o motivo para a negativa, de acordo com Figueiredo, é a aposta em uma eventual anistia "ampla, geral e irrestrita" aos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Bolsonaro, que responde a diversos inquéritos, entre eles o que apura sua tentativa de interferir no processo democrático brasileiro por meio de um golpe de Estado.
Nesta sexta-feira (18), Bolsonaro foi alvo de nova operação da Polícia Federal. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o ex-mandatário use tornozeleira eletrônica e impôs restrições, como a proibição de deixar Brasília, comunicar-se com seu filho Eduardo e se aproximar de embaixadas ou embaixadores. Segundo a decisão, há risco de fuga. A PF encontrou ao menos US$ 14 mil em espécie na residência do ex-presidente. A medida faz parte do inquérito que investiga Eduardo Bolsonaro por supostos crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e atentado à soberania nacional.
Bolsonaro teve o passaporte apreendido pela PF em março de 2024, durante a operação Tempus Veritatis. Após isso, chegou a se abrigar por duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília, como revelou o jornal The New York Times. O país é governado pelo presidente de extrema direita Viktor Orbán, um aliado do ex-mandatário brasileiro, que está há 15 anos no poder.
Nesta linha, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem elevado o tom contra o Judiciário brasileiro. Na semana passada, acusou as instituições do país de realizarem uma "caça às bruxas" contra seu aliado. Reforçou essa narrativa na terça-feira (15) e, no dia seguinte, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Em uma carta divulgada nesta semana, Trump justificou a retaliação alegando que há uma "perseguição" a Bolsonaro, referindo-se à sua inelegibilidade, às decisões do STF que impactam interesses de grandes empresas de tecnologia e até a um suposto — e inexistente — déficit comercial entre Brasil e Estados Unidos. O republicano afirmou que continuará "acompanhando de perto" os desdobramentos do caso Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.
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