Eduardo Bolsonaro intensifica contato com governo Trump pela imposição de sanções contra Alexandre de Moraes
Filho de Bolsonaro se reúne com autoridades do Departamento de Estado e tenta envolver Trump nos assuntos internos do Brasil
247 - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) realizou, nesta semana, uma nova rodada de reuniões com autoridades do Departamento de Estado dos Estados Unidos, em Washington, informa a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S.Paulo. Os encontros se inserem no contexto de aproximação com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, que recentemente anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida que, segundo ele, está parcialmente vinculada ao “fim da perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
Acompanhado do jornalista e economista Paulo Figueiredo, Eduardo Bolsonaro buscou reforçar o pedido para que os Estados Unidos adotem sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky — legislação norte-americana que permite penalidades contra estrangeiros acusados de corrupção ou violação de direitos humanos.
Segundo Figueiredo, os dois foram chamados ao Departamento de Estado para discutir os “próximos passos” após o anúncio das tarifas. “Os norte-americanos falaram sobre o que esperam do Brasil depois do anúncio de Trump e que o país tem que ‘dar o primeiro passo’ para desescalar a crise”, relatou ele. “Mas eles estão vendo que o Brasil está agindo ao contrário e dobrando a aposta.”
Durante uma das conversas, uma das autoridades norte-americanas teria solicitado uma ligação telefônica com Jair Bolsonaro. De acordo com Eduardo, o ex-presidente atendeu ao telefonema por alguns minutos. “Foi para dar um abraço nele”, afirmou.
As reuniões tiveram como foco central o julgamento de Jair Bolsonaro, previsto para agosto, no qual o ex-presidente pode ser condenado a mais de 40 anos de prisão. Para Eduardo, evitar a condenação passa por um movimento político interno: “Isso só ocorrerá com a aprovação de uma anistia ampla pelo Congresso Nacional”.
Paulo Figueiredo relatou também que houve interesse das autoridades norte-americanas sobre os integrantes do Supremo Tribunal Federal. “Perguntaram também sobre cada um dos ministros do STF, queriam saber em detalhes como cada um deles atua”, disse.
Ao lado do filho do ex-presidente, Figueiredo tem desempenhado um papel ativo nas articulações com a gestão Trump, numa tentativa de ampliar a pressão diplomática sobre o Brasil. A insistência em envolver o governo dos EUA nos assuntos internos do Brasil abre caminho para maior ingerência imperialista contra a soberania nacional.
Enquanto isso, o governo brasileiro ainda avalia uma resposta formal à imposição das novas tarifas. O Itamaraty estuda a aplicação de medidas de reciprocidade e busca apoio de outros países afetados.
As ações de Eduardo Bolsonaro fazem parte de uma estratégia mais ampla do bolsonarismo para internacionalizar sua narrativa de perseguição política e pressionar o Judiciário brasileiro. As próximas semanas devem ser decisivas, com a expectativa de novos desdobramentos tanto no front interno quanto externo.
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