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      Trump reinseriu Rússia ao palco da alta diplomacia internacional, aponta Bloomberg

      Encontro no Alasca entre Donald Trump e Vladimir Putin marca a volta do líder russo ao centro da cena geopolítica

      Vladimir Putin e Donald Trump - 15 de agosto de 2025 (Foto: Reuters)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu Vladimir Putin no Alasca em uma cúpula que marcou a reaproximação entre Washington e Moscou. O encontro, realizado na Base Aérea Elmendorf-Richardson, em Anchorage, devolveu ao presidente russo o status de protagonista da alta diplomacia internacional após anos de isolamento. A análise é da Bloomberg (leia aqui).

      Ao contrário das expectativas de confronto, Trump abriu as portas com pompa: tapete vermelho, desfile aéreo de bombardeiros e caças e até um convite para que Putin embarcasse em sua limusine presidencial blindada. O gesto deixou claro o novo tom da relação bilateral. Sorridente, Putin resumiu a cena diante da imprensa: “Boa tarde, caro vizinho. É muito bom vê-lo com saúde e vivo.”

      Putin sai sem concessões

      Em menos de cinco horas em solo norte-americano, Putin alcançou seu objetivo: reconhecimento internacional e protagonismo. A reunião com Trump durou quase três horas, a mais longa já registrada entre os dois líderes, mas terminou sem anúncio de acordo ou concessões do lado russo. O presidente russo afirmou que houve um “entendimento” e advertiu que os aliados europeus da Ucrânia não deveriam “colocar obstáculos”.

      Trump, por sua vez, deslocou o peso das negociações para Kiev. Em entrevista à Fox News após o encontro, disse que agora caberia ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky “resolver” a situação: “Agora é com ele. Ele precisa resolver isso”, afirmou.

      Conversas privadas e recados indiretos

      Grande parte do diálogo ocorreu dentro da limusine presidencial conhecida como The Beast, sem testemunhas além dos dois presidentes. Foi a primeira conversa aprofundada desde a reunião do G20 em 2019, no Japão.

      Antes da cúpula, Trump afirmou ter conversado por telefone com Alexander Lukashenko, presidente de Belarus e aliado próximo de Putin. Segundo ele, Lukashenko teria concordado em libertar mais de 1.300 prisioneiros políticos após negociação mediada pelos Estados Unidos.

      Efeitos na guerra da Ucrânia

      O encontro aconteceu em um momento delicado, com a Rússia ampliando avanços militares em território ucraniano. Um relatório do Comando Europeu dos EUA revelou que a suspensão temporária da ajuda militar norte-americana em março enfraqueceu as defesas de Kiev e teve impacto direto no campo de batalha.

      Na Europa, cresce a preocupação. O presidente francês Emmanuel Macron anunciou que se reunirá com Zelensky após a cúpula do Alasca, em tentativa de garantir uma resposta coordenada frente à pressão russa.

      Símbolos e provocações

      A visita também foi marcada por gestos simbólicos. Jornalistas russos que acompanharam Putin foram alojados em condições improvisadas, enquanto o chanceler Sergei Lavrov provocou os anfitriões ao vestir um suéter com a inscrição “URSS” em cirílico. Do lado de fora, manifestantes pró-Ucrânia lembraram que o Alasca já pertenceu à Rússia, antes de ser vendido aos Estados Unidos.

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