Trump diz que falará com líderes europeus antes de encontro com Putin no Alasca
Presidente dos EUA afirma que consulta com aliados antecederá cúpula com líder russo e promete pressionar por fim da guerra na Ucrânia
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (13) que pretende conversar “em breve” com líderes europeus antes da reunião marcada para esta sexta-feira (15) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca. A informação foi divulgada pela Bloomberg, que destacou a preocupação de aliados de Kiev com a possibilidade de um acordo que envolva concessões territoriais.
“Falarei com líderes europeus em breve. Eles são pessoas excelentes que querem ver um acordo firmado", escreveu Trump nas redes sociais. O encontro com Putin, que ocorrerá em solo norte-americano, integra a estratégia de Washington para buscar uma solução que encerre o conflito iniciado há mais de quatro anos na Ucrânia.
Preocupação com concessões territoriais
Governos europeus e a Ucrânia defendem que qualquer entendimento siga “o direito internacional, incluindo os princípios de independência, soberania e integridade territorial”. Trump admitiu que podem ocorrer “algumas mudanças” territoriais, mas classificou a reunião como um encontro inicial para “sentir” as posições, afirmando que pretende falar com ucranianos e europeus depois de se reunir com Putin.
“Você tem que acabar com essa guerra”
Durante coletiva na Casa Branca, Trump disse que levará a Putin um recado direto: “Eu vou dizer a ele: ‘Você tem que acabar com essa guerra. Você tem que acabar com ela’”. O presidente também ressaltou que poderá sair do encontro sem acordo: “Posso ir embora e dizer ‘boa sorte’ e isso será o fim. Posso dizer que isso não será resolvido”. Ele se ofereceu para mediar um encontro direto entre Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “se necessário”.
Trump criticou ainda a cobertura da imprensa antes da cúpula: “Se eu conseguisse Moscou e Leningrado de graça, como parte do acordo com a Rússia, a mídia fake diria que eu fiz um mau negócio!”.
Zelensky mantém posição firme
Zelensky rejeita a exigência russa de receber territórios que não controla como pré-condição para um cessar-fogo, destacando que uma medida assim demandaria aprovação constitucional. Essa posição tem o apoio de capitais europeias, que temem um acordo sem garantias suficientes contra novas agressões.
Sanções e pressão sobre aliados
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, defendeu que países europeus adotem sanções secundárias contra nações que compram energia russa. “O presidente Trump está se reunindo com o presidente Putin, e os europeus estão nos bastidores reclamando sobre como ele deve fazer isso, o que ele deve fazer. Mas os europeus precisam se juntar a nós nessas sanções. Eles precisam”, afirmou. Para Bessent, “é hora de agir ou se calar. O presidente está criando sua própria alavancagem. Precisamos que os europeus entrem e ajudem a criar mais pressão”.
Ele mencionou ainda discussões do G7 sobre tarifas secundárias contra a China: “Olhei para todos os líderes ao redor da mesa e perguntei: ‘Todos aqui estão dispostos a aplicar uma tarifa secundária de 200% sobre a China?’ E sabem o que aconteceu? Todo mundo quis olhar para o tipo de sapatos que estavam usando”.
Medidas econômicas recentes
Apesar de ameaçar novas sanções, Trump tem priorizado medidas tarifárias. Na semana passada, anunciou a duplicação da tarifa sobre produtos indianos, de 25% para 50%, como resposta às compras de petróleo russo por Nova Délhi. Para Washington, essas transações, assim como as de outros países, fortalecem a economia russa e ajudam o Kremlin a contornar as restrições impostas pelo Ocidente.
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