247 – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reafirmou o compromisso de seu país em defender os interesses soberanos das nações do Sul Global, durante seu discurso no Clube Valdai de Discussões Internacionais, realizado em Sochi. A análise foi feita por Viktor Kheifets, professor do departamento de teoria e história das relações internacionais da Universidade de São Petersburgo, em entrevista à Sputnik Brasil.
Segundo Kheifets, a fala de Putin não demonstrou intenção de ampliar o confronto com o Ocidente, mas sim de fortalecer a representatividade e os interesses dos países emergentes. “A Rússia quer demonstrar que cada país tem interesses soberanos”, afirmou o professor à agência.
<h2>BRICS como símbolo de cooperação</h2>
Um dos pontos centrais do discurso foi a valorização do BRICS como espaço de integração e cooperação. Putin destacou que cada grupo de países tem o direito de formar blocos de acordo com seus interesses, desde que isso não signifique hostilidade a outros.
“O bloco não tem a intenção de destruir a ordem mundial existente, mas busca reformá-la, fazendo o que é mais justo, mostrando o potencial de todos os países, e não apenas de um pequeno grupo”, destacou Kheifets, reforçando a leitura sobre a posição do presidente russo.
<h2>Defesa do multilateralismo e da coexistência</h2>
O analista enfatizou ainda a importância do recado transmitido pelo líder russo: o BRICS não se coloca contra nenhuma outra aliança internacional. Para Putin, a chave para a paz duradoura é a coexistência, e não a eliminação de adversários.
“A paz duradoura não pode ser alcançada apenas pedindo que alguém deixe de existir. O mundo precisa aprender a coexistir considerando todos os pontos de vista possíveis”, disse Kheifets, resumindo a mensagem do discurso.
<h2>Discurso longo e abrangente</h2>
Ontem (2), Vladimir Putin discursou por quase quatro horas no Clube Valdai, respondendo também a perguntas da audiência. Ele abordou temas como o conflito na Ucrânia, as relações da Rússia com Estados Unidos e Europa, além da situação em Gaza.
Grande destaque foi dado ao avanço do multilateralismo e à necessidade de reequilibrar o poder internacional, em um contexto em que o Sul Global busca maior voz em fóruns de decisão globais.

Redação Brasil 247

Presidente russo, Vladimir Putin, particia de fórum em Sochi

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Sul Global

Putin defende voz e direitos do Sul Global: analista explica discurso do líder russo no Clube Valdai

Reuters - O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que uma decisão dos Estados Unidos de fornecer mísseis Tomahawk à Ucrânia desencadearia uma nova e importante escalada com Washington, mas não mudaria a situação no campo de batalha.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, disse no domingo que Washington estava considerando um pedido ucraniano de Tomahawks.
Perguntado sobre o que significaria o fornecimento de Tomahawks, Putin disse que seria perigoso, pois os mísseis de cruzeiro eram poderosos e representavam uma ameaça.
"É impossível usar Tomahawks sem a participação direta de militares norte-americanos", disse Putin no Clube de Discussão Valdai, no balneário de Sochi, às margens do Mar Negro.
"Isso significará um estágio de escalada completamente novo e qualitativamente novo, inclusive nas relações entre a Rússia e os Estados Unidos."
Putin disse que os Tomahawks poderiam prejudicar a Rússia, mas que o país simplesmente os abateria e melhoraria sua própria defesa aérea.
Duas autoridades norte-americanas disseram à Reuters na quarta-feira que os Estados Unidos forneceriam à Ucrânia inteligência sobre alvos de infraestrutura de energia de longo alcance na Rússia, enquanto avaliavam se enviariam a Kiev mísseis que poderiam ser usados em tais ataques.

Paulo Emilio

Mundo

Putin adverte EUA sobre risco de escalada caso forneçam mísseis Tomahawk à Ucrânia

247 - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (2) que são “absurdas” as acusações de que Moscou planeja atacar países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A declaração ocorreu durante o encerramento da 22ª reunião do Clube Valdai de Discussão Internacional, em Sochi, <a href="https://www.brasildefato.com.br/2025/10/02/acusacoes-de-que-russia-pode-atacar-a-otan-sao-absurdas-diz-putin">segundo reportado pelo Brasil de Fato</a>.
“Às vezes eu observo o que eles dizem, mas não é possível que eles consigam acreditar. Eles não conseguem acreditar no que dizem: que a Rússia planeja atacar a Otan. É impossível acreditar em tal absurdo”, disse Putin, acusando governos ocidentais de enganar suas populações com esse discurso.
O líder russo também criticou a crescente militarização da Europa e disse que políticos da região retratam a Rússia como inimiga apenas para “tapar rachaduras” em seus próprios problemas internos. “Fiquem calmos, durmam tranquilos e cuidem dos próprios problemas”, completou.
<h2>Críticas aos EUA e à guerra na Ucrânia</h2>
Putin voltou a responsabilizar os Estados Unidos e aliados da Otan pelo prolongamento da guerra na Ucrânia. Ele acusou a administração Joe Biden de transformar o país vizinho em um “instrumento destrutivo” contra a Rússia e de tratar o povo ucraniano como “descartável”.
Sobre as sanções, Putin destacou que a Rússia se tornou “recordista absoluta da história mundial” em restrições, mas disse que as medidas “fracassaram completamente” em atingir seus objetivos.
<h2>Defesa da multipolaridade</h2>
Em seu discurso, o presidente reforçou a defesa de uma ordem internacional multipolar, que considera emergente diante do que classificou como declínio da hegemonia ocidental.
“A multipolaridade tornou-se uma consequência direta das tentativas do Ocidente de manter a hegemonia global. Se o conflito na Ucrânia tivesse sido resolvido de acordo com os princípios de um mundo multipolar, a decisão coletiva teria sido mais equilibrada”, disse.
A 22ª edição do Clube Valdai reuniu cerca de 140 representantes de mais de 40 países, incluindo acadêmicos, diplomatas e políticos, para debater o tema “O Mundo Policêntrico: Instruções de Uso”.

Guilherme Paladino

Putin chama de "absurdas" acusações de ataque russo à Otan

247 - O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que as forças de Moscou estavam avançando em várias frentes na Ucrânia e desprezou um comentário do presidente dos EUA, Donald Trump, que descreveu a Rússia como um "tigre de papel".
"Somos um tigre de papel? Então o que é a Otan neste caso?", perguntou Putin, dirigindo-se a um fórum de especialistas russos no balneário de Sochi, às margens do Mar Negro.
Putin acrescentou que os esforços ocidentais para impor uma derrota estratégica à Rússia acabarão fracassando.
As declarações de Putin são uma resposta ao presidente dos EUA, Donald Trump, que anteriormente havia dito que Kiev deveria abrir mão de terras para fazer as pazes com Moscou. Ele reverteu radicalmente sua retórica na semana passada, dizendo que achava que a Ucrânia poderia recuperar todo o território da Rússia e rotulando Moscou de um "tigre de papel". Trump repetiu a frase nesta semana. (Com informações da Reuters).&nbsp;

O presidente russo, Vladimir Putin - 02/10/2025

Putin: se a Rússia é um "tigre de papel", o que é a Otan?

247 - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, advertiu que Moscou poderá enfrentar ataques diretos contra centros de poder, incluindo o Kremlin, caso a Rússia não encerre a guerra iniciada em fevereiro de 2022.
De acordo com a agência <a href="https://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/ultimo_momento/2025/09/25/zelensky-ameaca-atacar-kremlin-se-putin-nao-encerrar-guerra_75dea473-7b1d-4aed-8147-17dfde47b44f.html">ANSA</a>, publicada nesta quinta-feira (25), Zelensky afirmou em entrevista ao site Axios que os líderes do Kremlin “precisam saber onde fica o abrigo antiaéreo mais próximo”, em caso de continuidade do conflito.
<h2>Pedido de armas a Donald Trump</h2>
Durante a entrevista, Zelensky revelou que solicitou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um novo sistema de armamento considerado crucial para obrigar Vladimir Putin a negociar.
Segundo ele, Trump expressou apoio explícito para que a Ucrânia possa retaliar a Rússia em alvos estratégicos, como infraestrutura energética e fábricas de armamentos.
<h2>Retaliações contra Moscou</h2>
O líder ucraniano ressaltou que Kiev está preparada para responder proporcionalmente a cada ataque russo. &nbsp;“Eles precisam saber que nós, na Ucrânia, responderemos todos os dias. Se atacarem nossa energia, Trump diz que podemos responder com energia”, afirmou Zelensky.
Ele ainda indicou que fábricas de drones e instalações de mísseis também poderiam ser alvos, embora reconheça que esses pontos são fortemente protegidos.
<h2>Limite de ataques e possível alvo no Kremlin</h2>
Apesar da retórica dura, Zelensky deixou claro que a Ucrânia não atacará civis. “A Ucrânia não é terrorista”, destacou. &nbsp;Ainda assim, ele insinuou que centros de poder em Moscou, como o Kremlin, podem ser incluídos em futuros ataques, caso a guerra persista.
<h2>Futuro político indefinido</h2>
Zelensky também comentou sobre sua permanência no cargo após o fim da guerra. Ele disse estar disposto a não disputar novas eleições caso seja firmado um cessar-fogo.
&nbsp;“Se terminarmos a guerra com os russos, sim, estou pronto para não ir [às eleições], porque não é meu objetivo”, declarou.
O presidente foi eleito em 2019 com maioria expressiva. Seu mandato de cinco anos terminaria em maio de 2024, mas as eleições foram suspensas pela lei marcial imposta após a invasão russa em larga escala, em fevereiro de 2022. Essa suspensão tem levado Moscou a questionar sua legitimidade como líder.

Zelensky ameaça atacar Kremlin se guerra continuar

Serguei Monin, <a href="https://www.brasildefato.com.br/2025/08/20/chanceler-russo-diz-que-ainda-e-cedo-para-a-reuniao-entre-putin-e-zelensky/">Brasil de Fato </a>- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou nesta quarta-feira (20) que o encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky é uma questão que ainda está aberta. Segundo ele, ainda são necessários preparativos para a que cúpula entre ou dois líderes seja realizada.
Após as negociações com os líderes da Ucrânia e da União Europeia (EU) na última segunda-feira (18), Donald Trump disse que o planejamento para reunião com os presidentes da Ucrânia e da Rússia já teria começado. O Kremlin, por sua vez, em nenhum momento confirmou oficialmente o encontro, que seria uma etapa fundamental para chegar a um acordo de paz.
O chanceler russo informou que, após a reunião dos líderes da UE e da Ucrânia na Casa Branca, Trump conversou com Putin por telefone e o presidente russo “confirmou sua disposição de continuar as negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia que ocorreram em Istambul”. De acordo com ele, Putin fez uma proposta não apenas para continuar essas negociações, mas também para considerar “aumentar o nível dos chefes de delegações” de Moscou e Kiev.
“Estamos prontos para qualquer formato, mas quando se trata de reuniões de alto nível, elas precisam ser preparadas da maneira mais completa possível em todas as etapas anteriores, para que as cúpulas não resultem em um agravamento da situação, mas realmente ponham fim às negociações que estamos prontos para continuar”, acrescentou Lavrov.
Garantias de segurança da Ucrânia
Outra questão que está no centro das negociações para um acordo de paz é a das garantias de segurança para a Ucrânia. Os EUA declararam nesta terça-feira (19) que vão ajudar na coordenação das garantias de segurança para a Ucrânia no contexto das negociações para e “possivelmente fornecerão outros meios” para tal, mas descartaram o envio de tropas para o país.
Já o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que os aliados europeus e Washington concordaram que as futuras garantias de segurança para Kiev deveriam incluir o apoio ao exército ucraniano e a criação de forças de segurança em mar, ar e terra.
Nesta quarta, Lavrov afirmou que Moscou é favorável a garantias para a segurança da Ucrânia, mas destacou que Kiev deve abandonar as ambições de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e que os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, incluindo Rússia e China, poderiam atuar como Estados garantidores da segurança ucraniana.
“Somos a favor de que essas garantias sejam realmente confiáveis”, disse Lavrov em resposta a uma pergunta de jornalistas sobre as garantias de segurança para a Ucrânia, que foram discutidas em cúpulas recentes, durante o encontro dos presidentes russo e americano no Alasca e nas negociações em Washington entre Volodymyr Zelensky, Donald Trump e líderes europeus.
Durante a coletiva de imprensa realizada após a reunião entre Vladimir Putin e Donald Trump, no Alasca, em 15 de agosto, o líder russo afirmou que Moscou concorda que a segurança da Ucrânia deve ser garantida e está pronta para trabalhar nessa direção. No entanto, as condições de segurança de Kiev que a Rússia estaria disposta a aceitar ainda não foram especificadas pelo Kremlin.

Leonardo Lucena

Serguei Lavrov diz que ainda é cedo para a reunião entre Putin e Zelensky

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que sua paciência com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está “se esgotando rapidamente” e sinalizou que novas sanções econômicas contra Moscou estão em preparação, informa a <a href="https://www.bloomberg.com/news/articles/2025-09-12/trump-says-losing-patience-with-putin-eying-bank-oil-sanctions">Bloomberg </a>nesta sexta-feira (12).
Segundo Trump disse à Fox News, caso as negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia continuem paralisadas, os EUA poderão ampliar a pressão com medidas direcionadas a bancos, petróleo e tarifas comerciais. “Vai ser um impacto muito forte com sanções a bancos e relacionadas ao petróleo e tarifas também”, afirmou o presidente.
<h2>Pressão internacional e críticas à Europa</h2>
Na entrevista, Trump destacou que já tomou medidas para punir Moscou, como a aplicação de tarifas adicionais à Índia por adquirir energia russa. Ele também responsabilizou os aliados europeus por não fazerem o suficiente para conter Putin. “Este é um problema da Europa, muito mais do que nosso problema”, disse.
Do lado russo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou nesta sexta-feira que as negociações com a Ucrânia estão em “pausa”. Embora canais de comunicação sigam ativos, Peskov afirmou que não há avanços concretos no momento.
<h2>Papel do G7 e novas medidas em discussão</h2>
O governo norte-americano deve apresentar aos aliados do Grupo dos Sete (G7) uma proposta para impor tarifas de até 100% sobre as importações de petróleo da Rússia feitas por Índia e China. Além disso, os EUA defendem a criação de mecanismos legais que permitam a apreensão de ativos soberanos russos congelados, avaliados em cerca de US$ 300 bilhões — a maior parte localizada na Europa. Esses recursos poderiam ser utilizados para financiar a defesa da Ucrânia.
No início da semana, Trump já havia sinalizado a dirigentes europeus que estaria disposto a ampliar tarifas sobre Índia e China para forçar Putin à mesa de negociações, mas condicionou a medida à adoção de postura semelhante por parte da União Europeia.
<h2>Negociações travadas e cenário incerto</h2>
Apesar dos esforços diplomáticos, o impasse persiste. Trump se reuniu com Putin no mês passado e incentivou um encontro direto entre o líder russo e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Entretanto, com a confirmação do Kremlin sobre a suspensão das conversas, o cenário permanece indefinido e tende a aumentar a pressão internacional por uma saída para o conflito.

Guilherme Levorato

Trump volta a ameaçar a Rússia com sanções

247 - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, comentou pela primeira vez o convite feito pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, rejeitando a proposta de ir a Moscou para negociações.
“Ele pode vir a Kiev”, disse Zelensky à correspondente-chefe de assuntos globais da ABC News, Martha Raddatz, afirmando, no entanto, que estava “pronto para o encontro” em “qualquer formato”.
O presidente russo, Vladimir Putin, havia declarado na última quarta-feira que Zelensky deveria ir a Moscou caso estivesse disposto a se reunir. Putin acrescentou que nunca descartou tal encontro com Zelensky e que havia informado o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a possibilidade dessas negociações.

Zelensky rejeita proposta de Putin para ir a Moscou

247 - Os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, chegaram a comentar sobre transplantes de órgãos como uma alternativa com o objetivo de prolongar a vida. Durante evento em Pequim, onde ocorreu um desfile militar, marcando o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, o líder russo sugeriu que a vida eterna poderia ser alcançada por conta das inovações na biotecnologia. 
As declarações estão em uma tradução dos comentários captados por um microfone aberto, durante transmissão ao vivo de uma TV estatal chinesa. A troca foi transmitida por um tradutor mandarim para o presidente da Rússia e por um tradutor russo para Xi Jinping. Depois foi traduzida para o inglês pela <a href="https://www.bbc.com/news/articles/cr70rvrd41ko">BBC</a>. 
O tradutor de Xi foi ouvido dizendo em russo: "Antigamente, era raro alguém viver além dos 70 anos, e hoje em dia dizem que aos 70 ainda se é uma criança". O tradutor de mandarim de Putin afirmou: "Com o desenvolvimento da biotecnologia, os órgãos humanos podem ser continuamente transplantados, e as pessoas podem viver cada vez mais jovens, podendo até alcançar a imortalidade."
O tradutor de Xi então disse: "Previsões apontam que, neste século, existe a chance de viver até 150 anos".

Em Pequim, Xi Jinping e Vladimir Putin discutem transplantes de órgãos e imortalidade

247 - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (3) &nbsp;que existe uma possibilidade de encerrar a guerra na Ucrânia por meio de negociações, desde que haja "bom senso" por parte das partes envolvidas. Em declaração durante uma visita à China, Putin demonstrou-se otimista, destacando os esforços dos Estados Unidos em buscar uma solução para o conflito. No entanto, ele deixou claro que, caso as negociações não avancem, a Rússia está disposta a recorrer ao uso da força para alcançar seus objetivos.
Falando em Pequim, no final de uma visita que resultou em um acordo para um novo gasoduto que levará gás russo à China, Putin reconheceu sinais de "uma certa luz no fim do túnel" para a resolução do impasse. "Parece-me que, se o bom senso prevalecer, será possível chegar a um acordo sobre uma solução aceitável para acabar com esse conflito. Essa é a minha suposição", afirmou o presidente russo, de acordo com a agência Reuters.&nbsp;
Putin também elogiou a postura do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como positiva nesse processo de busca por uma solução. "Especialmente porque podemos ver a disposição da atual administração dos EUA sob o comando do presidente Trump, e vemos não apenas suas declarações, mas seu desejo sincero de encontrar essa solução... E acho que há uma certa luz no fim do túnel. Vamos ver como a situação se desenvolve", disse Putin, destacando a importância das negociações. No entanto, ele advertiu que, “caso contrário, teremos que resolver todas as tarefas que temos pela frente pela força das armas."
Apesar da disposição para conversar, Putin manteve suas exigências de longa data, como a demanda de que a Ucrânia desista de qualquer intenção de se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a eliminação das alegadas discriminações contra falantes de russo no território ucraniano. Ele também se mostrou aberto a conversar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, caso este aceite viajar para Moscou. No entanto, Putin insistiu que qualquer encontro precisaria ser bem preparado e resultar em decisões concretas.
Por outro lado, o governo ucraniano descartou a possibilidade de realizar uma reunião com Putin em Moscou, considerando-a "inaceitável". O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, deixou claro que Kiev não aceitaria uma proposta de encontro em território russo.
Em meio a essa tensão, Zelensky tem pressionado por um encontro com Putin para discutir os termos de um possível acordo de paz. No entanto, as negociações ainda parecem distantes, com os dois lados afastados em suas condições. O presidente ucraniano também pediu que os Estados Unidos imponham mais sanções à Rússia, caso o Kremlin não aceite um acordo. Trump, por sua vez, tem tentado atuar como mediador nesse processo, reiterando seu desejo de ver os dois líderes se encontrando. No entanto, o presidente dos EUA ainda não aplicou novas sanções secundárias à Rússia, embora tenha ameaçado fazê-lo.
Putin, cuja economia tem mostrado sinais de estresse devido às severas sanções econômicas impostas pelo Ocidente, ainda se mantém favorável a uma solução diplomática para o conflito. "Preferiria terminar a guerra por meios pacíficos, se possível", afirmou, reforçando a ideia de que, caso não haja outro caminho, a Rússia estará pronta para buscar seus objetivos por meios militares.
A Rússia continua a afirmar que anexou quatro regiões ucranianas, embora esta alegação seja amplamente rejeitada pela Ucrânia e pela maioria da comunidade internacional, que considera essa ação uma apropriação ilegal de territórios, caracterizada como uma guerra de conquista de estilo colonial.

Putin sugere negociações para acabar com a guerra na Ucrânia, mas alerta para uso da força se necessário

247 - Durante visita à China, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, abordou temas importantes sobre a situação da Ucrânia, a relação com a China e a governança global. Em uma coletiva de imprensa no encerramento de sua participação na cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), ele fez declarações que podem ter implicações tanto no cenário internacional quanto nas negociações de paz com Kiev.
Segundo a <a href="https://noticiabrasil.net.br/20250903/iniciativa-de-governanca-global-proposta-por-xi-visa-promover-relacao-positiva-entre-diferentes-42905084.html">Sputnik Brasil</a>, a visita de Putin à China foi marcada por um encontro bilateral com o presidente chinês, Xi Jinping, onde ele expressou apoio à Iniciativa de Governança Global proposta pelo líder chinês. Essa iniciativa visa promover uma maior cooperação e uma relação de confiança entre diferentes nações. "Acredito que seja muito oportuna e visa promover um trabalho positivo entre os países", afirmou Putin, destacando a importância da confiança mútua para a construção de um futuro mais cooperativo.
No campo energético, o presidente russo detalhou a longa negociação que resultou no acordo para a construção do gasoduto Power of Siberia 2, que visa fornecer gás à China a preços de mercado. "Isso é o resultado de muitos anos de trabalho de entidades econômicas de ambos os lados", declarou Putin, confirmando que a Gazprom está expandindo sua atuação no setor energético global.
Porém, o tema mais esperado foi, sem dúvida, o da crise ucraniana. Putin reafirmou sua posição contra a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), mas expressou que nunca questionou o direito do país de buscar sua adesão à União Europeia (UE). "Sempre fomos contra a Ucrânia ser membro do bloco do Atlântico Norte, mas nunca questionamos seu direito de conduzir atividades econômicas e comerciais como bem entendesse", disse o presidente russo.
A questão territorial da Ucrânia, no entanto, continua sendo um ponto central para Putin. O presidente da Rússia afirmou que a resolução dos conflitos territoriais deveria ser feita por meio de um referendo, conforme prevê a Constituição ucraniana. "De acordo com a Constituição ucraniana, quaisquer questões territoriais são resolvidas apenas por referendo, mas um referendo não pode ser realizado sob lei marcial", destacou.
Em relação à segurança da Ucrânia, Putin afirmou que ela não pode ser garantida "às custas da segurança da Rússia". Ele acrescentou que a Rússia luta pelos direitos das pessoas que vivem em territórios disputados, destacando o direito de falar sua própria língua e manter sua cultura. "Estamos lutando não tanto por território, mas sim pelos direitos humanos", disse Putin, ressaltando que a democracia e o direito internacional devem ser respeitados.
Putin também propôs uma possível reunião com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, caso ele esteja disposto a dialogar. "Se Zelensky estiver pronto, ele deveria vir a Moscou. A reunião acontecerá", declarou o presidente russo, sublinhando que nunca descartou essa possibilidade. Ele ainda mencionou que informou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a chance de tais negociações. "Eu disse a ele: 'Sim, é possível'", relatou.
Em um ponto mais amplo, Putin criticou o uso da questão ucraniana para justificar tarifas impostas ao Brasil, alegando que essa conexão não faz sentido algum. "Usar a questão ucraniana para aplicar tarifas ao Brasil por questões de política interna não tem lógica", afirmou o presidente russo.

"Se Zelensky estiver pronto, que venha a Moscou e a reunião acontecerá", diz Putin

247 - O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, afirmou em encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que seu país está disposto a oferecer apoio à Rússia sempre que necessário. A declaração foi divulgada pela agência estatal de notícias <a href="https://sputnikglobe.com/20250903/putin-holding-separate-meeting-with-kim-jong-un-in-beijing-1122716053.html">Sputnik</a>. "Se a Coreia do Norte puder ajudar a Rússia de qualquer forma, certamente o fará, é um dever fraternal", afirmou Kim, reforçando o compromisso de sua nação com o governo russo.
Putin, por sua vez, comentou que as relações entre os dois países têm evoluído de maneira significativa. O presidente russo destacou que essa relação tem adquirido uma “característica especial de confiança e amizade, um caráter aliado”, conforme relatado pela agência. A reunião ocorreu em Pequim, durante um desfile militar que celebrou a vitória da China na Guerra da Resistência contra o Japão e na Segunda Guerra Mundial, evento organizado pelo presidente chinês, Xi Jinping.
Em sua participação no evento, Putin elogiou os atos promovidos pela China, descrevendo-os como “brilhantes” e de “alto nível”. "Quero enfatizar que os soldados lutaram de forma corajosa e heroica", disse Putin, referindo-se à relevância do esforço bélico contra o fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. Esse encontro com Kim Jong-un ocorre em um momento crítico, com o conflito na Ucrânia ainda em andamento, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenta mediar negociações com Putin para encerrar a guerra.
A aproximação entre a Rússia e a Coreia do Norte tem sido criticada pelo Ocidente, especialmente em relação ao apoio que Pyongyang tem prestado à Rússia no conflito contra a Ucrânia. Kim Jong-un tem enviado milhares de soldados para auxiliar as forças russas nos combates. Em junho deste ano, o líder norte-coreano reafirmou seu compromisso, prometendo apoio irrestrito à Rússia. No ano passado, os dois países assinaram um acordo estratégico que prevê uma colaboração militar mais estreita e assistência mútua em caso de agressões externas.
No dia anterior à reunião com Kim, Putin teve um encontro com Xi Jinping, presidente da China, onde destacou o avanço das relações entre os dois países. O presidente russo afirmou que essa parceria alcançou um nível "sem precedentes" e que as duas nações estão unidas na luta contra o fascismo. Xi, por sua vez, sublinhou que essa aliança, resistente às mudanças no cenário global, serve de modelo para outras potências, e reafirmou o compromisso da China em estreitar ainda mais os laços com a Rússia.
O encontro de Putin com Xi também foi marcado por uma demonstração de união, com os três líderes – Putin, Xi e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi – compartilhando gestos simbólicos de aliança, como o aperto de mãos, para reforçar o fortalecimento dessa parceria internacional.

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