Putin vai ao encontro com Trump confiante em vitória na Ucrânia

247 – O presidente russo, Vladimir Putin, chega à cúpula marcada para esta sexta-feira (15) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convencido de que a Rússia detém uma posição dominante no campo de batalha na Ucrânia. A informação foi publicada pela Bloomberg, que destaca que esse cenário deve reforçar a disposição de Putin em exigir amplas concessões territoriais em troca de um cessar-fogo, condição que ele tem resistido a aceitar até agora.

Segundo a plataforma de monitoramento Deep State, que coopera com o Ministério da Defesa da Ucrânia, as forças russas romperam defesas no leste de Donetsk e avançam em direção à cidade de Dobropillya, consolidando posições e buscando explorar pontos fracos para alcançar a estrada que liga o município a Kramatorsk, considerado estratégico.

Putin fortalecido e pressões sobre Zelensky

A ofensiva russa, embora sem avanços decisivos, coloca crescente pressão sobre as defesas ucranianas. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou na terça-feira (12) que apenas um pequeno grupo de soldados russos conseguiu atravessar as defesas de Dobropillya e que Kiev trabalha para recuperar o controle. Ele acusou Moscou de querer criar a narrativa de que “a Rússia está avançando e a Ucrânia está perdendo” antes do encontro no Alasca.

Zelensky também alertou para a difícil situação nos territórios de Donetsk e Zaporizhzhia, apesar de avanços ucranianos em Luhansk e na região de Sumy. Segundo ele, até 30 mil soldados russos experientes podem estar sendo deslocados de Sumy para frentes de combate em Zaporizhzhia, Donetsk e Dnipropetrovsk para uma ofensiva ainda em agosto.

Divergências nas negociações

Trump já manteve seis conversas telefônicas com Putin neste ano e expressou frustração com a resistência russa em aceitar um acordo. Na semana passada, após reunião em Moscou com o enviado norte-americano Steve Witkoff, foi confirmado o primeiro encontro presencial entre os dois líderes desde o retorno de Trump à Casa Branca, em janeiro.

Enquanto o presidente dos Estados Unidos pressiona por um fim imediato ao conflito, Putin quer que Kiev retire totalmente suas forças das regiões de Donetsk e Luhansk antes de aceitar qualquer trégua — o que significaria entregar ao Kremlin uma vitória no Donbas que não conseguiu militarmente desde 2014.