China anuncia contramedidas contra dois bancos da União Europeia após sanções relacionadas à Rússia
Medida, que entra em vigor nesta quarta-feira, proíbe instituições e cidadãos chineses de manter relações comerciais com bancos lituanos
247 – O Ministério do Comércio da China (MOFCOM) anunciou nesta quarta-feira (13) que adotará contramedidas contra dois bancos da União Europeia, em resposta à inclusão de instituições financeiras chinesas na mais recente rodada de sanções do bloco contra a Rússia. A informação foi divulgada pelo jornal Global Times, que citou comunicado oficial publicado no site do MOFCOM.
De acordo com a nota, a medida foi aprovada pelo Mecanismo Nacional de Coordenação Antissanções Estrangeiras e está em conformidade com a Lei Antissanções Estrangeiras da República Popular da China e outras regulamentações correlatas. As contramedidas determinam que organizações e indivíduos dentro da China estão proibidos de realizar transações, estabelecer cooperação ou desenvolver qualquer tipo de atividade com os bancos UAB Urbo Bankas e AB Mano Bankas, ambos sediados na Lituânia.
Motivo das contramedidas
A decisão do governo chinês ocorre após a União Europeia, em 18 de julho de 2025, incluir duas instituições financeiras chinesas em sua 18ª rodada de sanções contra a Rússia. Segundo o MOFCOM, essa ação “constitui uma grave violação do direito internacional e das normas básicas que regem as relações internacionais” e “prejudica seriamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”.
O porta-voz do ministério afirmou que a medida da UE terá “impacto negativo significativo” nas relações econômicas, comerciais e financeiras entre China e União Europeia. “A China se opõe firmemente a isso”, declarou.
Contexto e implicações
As tensões entre China e União Europeia em torno das sanções à Rússia vêm se intensificando desde o início do conflito na Ucrânia, em 2022. Embora a UE mantenha um alinhamento estreito com os Estados Unidos e outros aliados ocidentais na aplicação de restrições econômicas contra Moscou, Pequim tem reiterado sua oposição a medidas unilaterais que, segundo seu governo, ferem o comércio internacional e a soberania nacional.
Especialistas apontam que a inclusão de bancos lituanos na lista de contramedidas chinesas também reflete a deterioração das relações bilaterais entre Pequim e Vilnius, que já enfrentam atritos diplomáticos devido à aproximação da Lituânia com Taiwan.
Com a medida, cresce a possibilidade de novas retaliações mútuas, ampliando a incerteza para empresas europeias que mantêm negócios na China e para bancos que operam no comércio internacional.
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