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      Com alta do IOF, arrecadação federal atinge recorde histórico e chega a R$ 234,5 bilhões em junho

      É o maior valor para junho desde 1995; crescimento foi de 6,6% na comparação anual

      Notas de real (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
      Otávio Rosso avatar
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      247 - A arrecadação do governo federal alcançou R$ 234,5 bilhões em junho deste ano, informou a Receita Federal nesta quinta-feira (24). O valor representa um crescimento real de 6,6% em relação ao mesmo mês de 2024, quando o montante arrecadado foi de R$ 220 bilhões, já corrigido pela inflação. As informações são do g1.

      De acordo com a Receita, trata-se da maior arrecadação já registrada para meses de junho desde o início da série histórica, em 1995. O resultado foi impulsionado, principalmente, pelo aumento temporário do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), adotado pelo governo em meados de maio.

      “O IOF apresentou uma arrecadação de R$ 8,02 bilhões, representando crescimento real de 38,83%. Esse desempenho pode ser justificado pelas operações relativas à saída de moeda estrangeira e pelas operações de crédito destinadas a pessoas jurídicas, especialmente em decorrência de alterações na legislação do tributo”, informou o órgão.

      A medida provisória que elevou o IOF foi derrubada pelo Congresso Nacional em 27 de junho, mas voltou a vigorar — em quase sua totalidade — a partir de 16 de julho, após decisão do Supremo Tribunal Federal.

      No acumulado do primeiro semestre de 2025, a arrecadação federal atingiu R$ 1,42 trilhão em valores nominais. Com a correção pela inflação, o valor chega a R$ 1,44 trilhão, o que representa um crescimento real de 4,4% frente ao mesmo período de 2024 (R$ 1,38 trilhão). Também nesse caso, o resultado é o maior já registrado para um primeiro semestre desde o início da série histórica.

      Outras fontes de arrecadação - Além do aumento no IOF, a Receita Federal destacou que outras medidas adotadas pelo governo federal vêm contribuindo para o desempenho da arrecadação. Entre elas estão:

      • Tributação de fundos exclusivos e de aplicações no exterior (offshores);

      • Mudanças na tributação de incentivos fiscais concedidos por estados (subvenções);

      • Retomada da tributação de combustíveis;

      • Tributação sobre apostas esportivas online (bets);

      • Criação de imposto sobre encomendas internacionais, como as compras de baixo valor (a chamada “taxa das blusinhas”);

      • Reoneração gradual da folha de pagamentos;

      • Fim dos benefícios fiscais para o setor de eventos (Perse).

      Meta fiscal - A alta na arrecadação está diretamente ligada à tentativa do governo de cumprir a meta fiscal de 2025, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. A meta é zerar o déficit primário das contas públicas neste ano, com margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) — cerca de R$ 31 bilhões.

      Além disso, a regra permite excluir do cálculo da meta fiscal os R$ 44,1 bilhões referentes ao pagamento de precatórios, que são dívidas da União reconhecidas pela Justiça.

      Para 2026, a meta é alcançar um superávit primário de 0,25% do PIB, com a mesma margem de tolerância e possibilidade de exclusão dos precatórios.

      Entre as medidas anunciadas para aumentar a arrecadação e tentar cumprir essas metas estão:

      • Aumento da alíquota sobre as bets, de 12% para 18% da receita líquida (GGR);

      • Elevação da alíquota do imposto sobre os juros sobre capital próprio (JCP), de 15% para 20%;

      • Criação de tributação de 5% sobre títulos incentivados, como LCI e LCA;

      • Atualização das regras de tributação de criptoativos;

      • Aumento da CSLL para fintechs, que passarão a ser tributadas como instituições financeiras, com alíquotas de 15% ou 20% (antes pagavam 9%).

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