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      "É uma espécie de AI-5 parlamentar", diz Lindbergh sobre ocupação das mesas do Congresso por bolsonaristas

      Líder petista na Câmara afirmou que parlamentares envolvidos nas mobilizações autoritárias desta terça-feira "podem e vão ser responsabilizados"

      Coletiva de imprensa liderada pelo deputado Lindbergh Farias (Foto: Gabriel Paiva/PT na Câmara)
      Guilherme Paladino avatar
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      247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), classificou nesta terça-feira (5) como um “ataque à democracia” a ocupação forçada das mesas diretoras da Câmara e do Senado por parlamentares bolsonaristas, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada na véspera pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

      “A oposição tem todo direito de fazer obstrução. É direito regimental. Agora, ocupar, na marra, as Mesas do Senado e da Câmara é fazer a mesma coisa que os vândalos do 8 de janeiro fizeram. É agredir uma instituição democrática do Brasil”, escreveu o deputado em sua conta na rede social X (antigo Twitter).

      Lindbergh afirmou ainda que a ação lembra os tempos sombrios da ditadura militar: “Impedir seu funcionamento, por meio da violência, é uma espécie de AI-5 parlamentar. A democracia brasileira está sob ataque!”

      A reação do petista ocorre em meio a uma escalada de tensões no Congresso, após a decisão do STF que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprimento de medidas cautelares e tentativa de obstrução de justiça. Em resposta, deputados e senadores ligados ao ex-presidente iniciaram uma série de ações para travar os trabalhos legislativos.

      O líder do PT na Câmara também concedeu entrevista coletiva em meio às mobilizações bolsonaristas. Segundo ele, o que aconteceu nesta terça-feira é "inaceitável".

      "A palavra para definir o que houve aqui foi um sequestro da Mesa do Parlamento. Ninguém pode parar na força o trabalho legislativo. Isso aqui é mais um ataque às instituições. Teve o 8 de Janeiro e parece que eles continuam com a mesma linha de atacar todas as instituições e fazer um movimento que só tem um objetivo: tentar livrar a cara do Bolsonaro. Isso é uma chantagem contra o país", criticou.

      Lindbergh informou ainda que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que participava de uma agenda com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em sua cidade natal de Patos (PB), foi informado da situação é já está retornando a Brasília para resolver o problema. “Estamos à espera do presidente. E cada um desses deputados que ocuparam a mesa dessa forma autoritária, podem e vão ser responsabilizados. Eles têm que ser responsabilizados no Conselho de Ética”, avisou.

      Além de dezenas de parlamentares do PT, também participaram da coletiva líderes e parlamentares do PSB, PCdoB, PSOL e Rede.

      O “pacote da paz”

      A oposição, liderada pelo PL e com apoio de PP e União Brasil, partidos que integram a base ministerial do governo Lula, anunciou nesta terça uma estratégia de obstrução total nas duas Casas Legislativas até que o Palácio do Planalto aceite negociar o chamado “pacote da paz”.

      Entre as exigências, estão a anistia ampla aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição que extingue o foro privilegiado e exige o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

      O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), usou tom agressivo para justificar a paralisação: “A partir de agora estamos nos apresentando para a guerra. Se é guerra que o governo quer, guerra terá.”

      O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, apresentou formalmente as propostas da oposição. Segundo ele, a intenção é “restabelecer a harmonia entre os Poderes”. No entanto, os termos do “pacote da paz” têm sido vistos por aliados do governo como chantagem institucional.

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