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      Cid confirma depoimentos, mas esclarece pontos em favor de coronel Câmara

      Ambos são réus em uma das ações penais sobre a trama golpista que teria tentado manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder

      Mauro Cid no STF - 09/06/2025 (Foto: Gustavo Moreno/STF)
      Guilherme Paladino avatar
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      Felipe Pontes, repórter da Agência Brasil - O tenente-coronel Mauro Cid confirmou nesta quarta-feira (13) os depoimentos que fez em manifestações anteriores ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas concordou com a inserção de “esclarecimentos” favoráveis ao coronel Marcelo Câmara. Ambos são réus em uma das ações penais sobre a trama golpista que teria tentado manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. 

      Os dois participaram nesta quarta de uma acareação no Supremo, em que ficaram frente a frente por cerca de 50 minutos. 

      Questionado sobre divergências nas versões apresentadas por ele e por Câmara para os mesmos fatos, Cid reafirmou que o coronel sabia sobre uma  minuta de decreto de teor golpista que estaria circulando no Palácio da Alvorada. 

      O delator, contudo, disse não poder afirmar que a minuta da qual Câmara tinha conhecimento era a mesma que fora apresentada pelo ex-assessor Filipe Martins a Bolsonaro. A existência de tal documento é um dos fundamentos da denúncia apresentada contra o coronel. 

      Em outro momento, Cid também confirmou que Câmara realizou em 2022 diligências de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice eleito Geraldo Alckmin. Ele afirmou, contudo, que não poderia dizer se Câmara sabia sobre monitoramentos para o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, que teria o objetivo de assassinar os alvos. 

      Em sua vez de falar, Câmara reiterou a versão de que eventuais monitoramentos realizados por ele tinha o objetivo de “acertar agendas” e não tinha relação com qualquer plano golpista.

      O advogado Eduardo Kuntz, que representa Câmara disse ter ficado “satisfeito” com a acareação. “Esperamos que contribua para a absolvição”, disse a jornalistas. “Hoje ficou muito claro que não existiu monitoramento com o objetivo de atacar o ministro Moraes", afirmou. 

      A acareação foi marcada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das quatro ações penais sobre a tentativa de golpe, a pedido da defesa de Câmara. O procedimento está previsto no devido processo legal. 

      Prisão preventiva 

      Preso preventivamente em uma penitenciária de Brasília, Câmara foi levado sob escolta ao Supremo. Após a acareação a defesa voltou a pedir que ele possa aguardar em liberdade pelo julgamento. 

      Moraes pediu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir sobre a prisão preventiva, mas autorizou antecipadamente o pedido para que Câmara tenha acesso a um computador na prisão, de modo que possa preparar sua autodefesa. 

      A acareação foi feita na ação penal do núcleo 2 da trama golpista. Com cinco réus, o grupo foi apontado pela PGR como responsável por ações gerenciais para o golpe, como a produção de minutas golpistas e a coordenação de operações contra adversários. 

      Todos foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por cinco crimes: organização criminosa, golpe de Estado, tentativa violenta de abolir o Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. 

      São réus do núcleo 2: 

      • Filipe Martins (ex-assessor de assuntos internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro);
      • Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro);
      • Silvinei Vasques (ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal);
      • Mário Fernandes (general do Exército);
      • Marília de Alencar (ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal); e
      • Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário-adjunto de Segurança do Distrito Federal).

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