STF promove acareação entre Mauro Cid e Marcelo Câmara por supostas contradições em caso de trama golpista
Ministro Alexandre de Moraes autorizou encontro após defesa apontar divergências nos depoimentos sobre minutas, monitoramento e relatos inconclusivos
247 - O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta quarta-feira (13) uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e o coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente. Segundo o Metrópoles, a medida foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito da ação penal que investiga a suposta trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.
O procedimento acontece na sala de audiências do STF, às 11h30, e atende a um pedido da defesa de Marcelo Câmara. Os advogados apontaram ao menos três contradições nas declarações de Cid à Polícia Federal: sobre a existência e discussão de minutas golpistas no Palácio da Alvorada, o alegado monitoramento de Moraes e relatos considerados inconclusivos sobre esse acompanhamento.
Regras e restrições para o depoimento
Como Marcelo Câmara cumpre prisão no Batalhão do Exército, em Brasília, Moraes autorizou seu deslocamento ao STF com uso de tornozeleira eletrônica e determinou que ele só possa se comunicar com seus advogados. Na decisão, o ministro registrou: “O réu preso Marcelo Câmara Costa deverá comparecer pessoalmente, mediante a instalação de equipamento de monitoramento eletrônico durante o período necessário para o deslocamento e realização da acareação, mantida a proibição de se comunicar com qualquer pessoa que não seja seu advogado”.
Histórico da prisão e acusações
Câmara foi preso por ordem de Moraes no inquérito que apura a trama golpista, sendo liberado em maio de 2024, mas voltou à prisão em 18 de junho deste ano. Ele integra o chamado núcleo 2 da investigação e é acusado de monitorar autoridades, incluindo o próprio Moraes, para repassar informações a uma suposta organização criminosa.
Em interrogatório, o militar negou ter realizado monitoramento clandestino, afirmando que utilizou apenas dados públicos, como agendas oficiais. Quando deixou a prisão em 2024, recebeu restrições, entre elas a proibição de uso de redes sociais, mesmo por intermédio de terceiros. A medida foi considerada violada quando seu advogado usou uma rede social para se comunicar com Mauro Cid, delator do caso, supostamente buscando informações sobre a colaboração premiada.
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