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      Defesa de ex-assessor de Bolsonaro diz ao STF que monitoramento de Moraes foi 'ordem direta' do ex-mandatário

      Advogado do coronel Marcelo Câmara afirma que ação não teve relação com plano para matar ministro do STF, como apontado pela PGR

      (Foto: STF | Isac Nóbrega/PR)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - A defesa do coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quarta-feira (13) que o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi solicitado “diretamente” pelo ex-mandatário. A declaração, feita pelo advogado Eduardo Kuntz, ocorreu durante acareação entre Câmara e o tenente-coronel Mauro Cid, também ex-ajudante de ordens da Presidência da República, segundo o jornal O Globo

      No fim de 2022, Câmara e Cid trocaram mensagens sobre o paradeiro de Moraes. Cid já havia relatado que a iniciativa partiu de Bolsonaro, que queria saber se o ministro se encontraria com o então vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), atualmente senador.

      A Procuradoria-Geral da República (PGR) associou esse monitoramento a um plano para assassinar Moraes, citado no documento intitulado Punhal Verde e Amarelo. A defesa de Câmara, porém, nega qualquer relação com a suposta conspiração.

      “A defesa do réu Marcelo Câmara solicitou que fosse esclarecido que, em relação ao segundo momento, monitoramento no final de dezembro, não há nenhuma relação com a citada operação ‘Punhal Verde e Amarelo’ e esse monitoramento foi solicitado diretamente pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”, registra a ata da acareação, de acordo com a reportagem. Em outro trecho, Câmara descreveu o ato como um “pedido pontual” para realizar uma “verificação de agenda”.

      A acareação foi pedida pela defesa de Câmara, que responde a processo no chamado “núcleo dois” da trama golpista investigada pelo STF. Já Cid, que fechou acordo de delação premiada, é réu em outra ação, considerada o “núcleo crucial” da suposta organização criminosa que teria tentado um golpe de Estado.

      No mês passado, Cid, ouvido como informante na ação contra Câmara, reafirmou que o pedido partiu do então presidente. “Esse último pedido foi realizado na época pelo presidente da República. O entendimento na época era que tinha chegado uma informação em que o senhor (Moraes) estaria se encontrando com o general Mourão em São Paulo. E aí solicitou, o presidente perguntou para verificar se isso realmente estava acontecendo. Como a estrutura presidencial estava já desarticulada, eu solicitei ao coronel Câmara essa informação.”

      Câmara, por sua vez, declarou que, após o segundo turno de 2022, buscou viabilizar um encontro entre Bolsonaro e Moraes. Essa reunião, disse ele, ocorreu na casa do senador Ciro Nogueira (PP-PI), então ministro da Casa Civil:

      “Após o segundo turno, entre o primeiro e o segundo turno, nesse período, nós tentamos por várias vezes, tentamos, digo, os ministros tentaram, assim como o ministro Ciro Nogueira. Ele proporcionou o encontro do ex-presidente na casa dele. Isso aí foi veiculado.”

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