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      Defesa de Anderson Torres quer exibir vídeos e slides no julgamento da trama golpista no STF

      Pedido busca autorizar uso de material audiovisual nas sustentações orais; Moraes já liberou recurso semelhante ao general Augusto Heleno

      Anderson Torres (gravata azul) conversando com Augusto Heleno (Foto: Ton Molina/STF)
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      247 - A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para utilizar material audiovisual em slides durante as sustentações orais do julgamento da trama golpista. O pedido foi endereçado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, e ainda aguarda análise. As informações são do Metrópoles.

      Um pedido semelhante já havia sido feito pelo general Augusto Heleno e foi aceito por Moraes em decisão tomada no domingo (31). A defesa de Heleno deve apresentar o conteúdo até as 15h desta segunda-feira (1º). Já o pleito de Anderson Torres, que tenta a mesma autorização, permanece em análise.

      O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, que reservou sessões extraordinárias nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. O cronograma prevê que as sessões ocorram das 9h às 12h e, em alguns dias, também no período da tarde, das 14h às 19h. A abertura está programada para esta terça-feira, quando Zanin dará início aos trabalhos e, em seguida, Moraes fará a leitura do relatório da Ação Penal nº 2.668, um resumo dos fatos que embasam a denúncia.

      Após a leitura, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para sustentar a acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que pede a condenação de Jair Bolsonaro (PL) e de sete aliados. Encerrada essa etapa, será a vez das defesas, que terão até uma hora cada para apresentar seus argumentos. A expectativa é que a primeira semana de julgamento seja dedicada a essas manifestações orais, ficando o voto do relator para a retomada da sessão em 9 de setembro.

      Entre os acusados estão nomes centrais do governo anterior. Além de Bolsonaro, considerado pela PGR como líder do grupo, respondem à ação o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, acusado de disseminar notícias falsas sobre fraude eleitoral; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, apontado por colocar tropas à disposição do plano; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, em cuja casa foi encontrada a chamada "minuta do golpe"; o ex-ministro do GSI Augusto Heleno, que participou de transmissões com ataques ao sistema eleitoral; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, delator do caso e participante de reuniões de planejamento; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, que teria apresentado a comandantes militares um decreto de estado de defesa redigido por Bolsonaro; e o general da reserva Walter Souza Braga Netto, único preso entre os réus, acusado de obstruir investigações e de financiar ações antidemocráticas.

      Os oito acusados respondem por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. No caso de Ramagem, duas imputações foram retiradas da análise após decisão do STF a pedido da Câmara dos Deputados, restando contra ele três acusações principais.

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