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Congresso protege super-ricos e PT reforça campanha pela "taxação BBB"

Partido leva ao ar nova campanha publicitária: “Que País você quer? O que mantém privilégios para os super-ricos?”

Jerônimo Rodrigues, Lula e Janja (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247 - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu mais uma derrota no Congresso após a rejeição de uma Medida Provisória (MP) que buscava aumentar a tributação sobre apostas online, fintechs e títulos de crédito. Com isso, o Palácio do Planalto se prepara para bloquear de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões em emendas parlamentares a fim de compensar a queda de arrecadação prevista para 2026.

Segundo revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o insucesso da MP fortaleceu a decisão do PT de intensificar a campanha digital em defesa da chamada “taxação BBB” – bilionários, bancos e bets. A estratégia mira fortalecer a narrativa de que os mais ricos devem pagar mais impostos para financiar a isenção de imposto sobre os mais pobres.

Propaganda com apelo popular

A nova ofensiva nas redes e na propaganda partidária questiona diretamente os privilégios das elites econômicas. Em peça que começou a circular nesta quinta-feira (9), o partido apresenta a mensagem: “Que País você quer? O que mantém privilégios para os super-ricos? Ou o que taxa quem é bilionário para zerar o imposto de quem ganha menos?”.

A intenção é transformar o embate sobre a MP em um confronto político de largo alcance, ampliando a ideia de que o Congresso, dominado por partidos de oposição como PL e aliados do Centrão, estaria agindo contra o interesse da maioria da população ao rejeitar o aumento da carga sobre os grandes patrimônios.

Derrota em plenário e reação

A Medida Provisória foi apelidada de “MP Taxa Tudo” pela oposição e retirada de pauta antes mesmo de ser votada. O placar de 251 votos a 193, que impediu a análise do texto, escancarou a força da aliança entre o PL e o Centrão.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), admitiu que o contingenciamento de emendas será inevitável: “Haverá contingenciamento de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões só de emendas. Vamos buscar alternativas para manter a arrecadação, mas essa é uma consequência inevitável”.

Disputa de narrativas

Durante o debate, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), acusou a oposição de sabotar a gestão federal: “Estão morrendo de medo do Lula e do desempenho do governo. O nome disso que os senhores fazem aqui é molecagem”. Já o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), rechaçou a ofensiva governista: “Este governo está à deriva. Ameaçou tirar cargos, agora fala em cortar emendas, mas a verdade é que o Brasil não aguenta mais pagar impostos”.

Caminho para 2026

O bloqueio de emendas e a intensificação da campanha digital evidenciam que o governo tenta transformar a derrota legislativa em bandeira política. Ao reforçar o discurso de que “ricos contra pobres” é o verdadeiro eixo do embate, o PT busca mobilizar a opinião pública e consolidar apoio popular em um cenário já projetado para as eleições de 2026.

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