MP do IOF: Correia chama o ‘povo às ruas contra a blindagem aos bilionários e a bandidagem de lobbies’
'Decisão covarde', afirmou o parlamentar em crítica feita à Câmara
247 - Presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Rogério Correia (PT-MG) convocou a população a ir às ruas contra a decisão anunciada pela Casa, após a retirar de pauta a análise da Medida Provisória (MP 1303) que implementaria propostas para compensar a revogação do projeto sobre o aumento do IOF - Imposto sobre Operações Financeiras.
Em postagem divulgada nesta quarta-feira (8) pela rede social X, o petista afirmou que o povo precisa denunciar a “blindagem dos bilionários e a bandidagem de lobbies”. “Que o povo volte às ruas e cobre deste Parlamento o que deveria ser a sua função”, continuou.
“Quem sabe se o Brasil fosse composto apenas por donos de bets, banqueiros e bilionários, o Congresso faria alguma coisa para ajudar o povo. Decisão covarde dos deputados, que brincam com o orçamento público e com os necessários programas sociais”, acrescentou o parlamentar.
“Olhe bem a cara de cada um dos deputados da tropa que no lugar de defender o povo brasileiro, luta para dar ainda mais mamata para os bancos, bets e bilionários”.
A MP
A Medida Provisória 1303, derrubada pelo Congresso nesta quarta-feira (8), buscava ampliar a arrecadação federal ao incluir tributos sobre grandes patrimônios, instituições financeiras e plataformas de apostas esportivas.
O texto original fixava taxas entre 12% e 18% sobre a receita bruta das chamadas bets e previa a incidência de impostos também sobre aplicações financeiras como Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), de Crédito Imobiliário (LCI), de Desenvolvimento (LCD) e sobre os juros de capital próprio.
De acordo com estimativas iniciais do governo, a arrecadação poderia alcançar R$ 10,5 bilhões já em 2025, chegando a R$ 21 bilhões no ano seguinte. Após rodadas de negociação com o Legislativo, esse valor foi reduzido para R$ 17 bilhões.
Os recursos seriam incorporados ao Orçamento para garantir a meta de superávit primário estabelecida em R$ 34,3 bilhões para 2026. Sem a aprovação da MP, a equipe econômica avalia novos cortes de gastos já a partir de 2025, com possibilidade de impacto sobre emendas parlamentares.
Cálculos internos apontam que a rejeição da proposta pode gerar perda de até R$ 35 bilhões em 2026, o que aumenta a pressão por ajustes fiscais adicionais no próximo ano.