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Alcolumbre se irrita com bolsonaristas e promete dificultar PEC da Blindagem e anistia no Senado

Paciência do presidente do Senado com a oposição bolsonaristas se esgotou

Davi Alcolumbre (Foto: Carlos Moura/Agência Senado)

247 - A relação entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e os parlamentares bolsonaristas atravessa seu momento mais tenso. Segundo Valdo Cruz, do g1, aliados próximos afirmam que a paciência de Alcolumbre chegou ao limite, e ele não pretende mais ceder às pressões da oposição, com a qual já estava em conflito desde a polêmica ocupação da Mesa do Senado.

O senador decidiu que não dará prioridade a projetos que beneficiem exclusivamente um grupo político. A decisão ocorre em meio à tramitação da chamada PEC da Blindagem e do projeto de anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, ambos defendidos com força pelo PL e pelo Centrão.

Desabafo e recado aos líderes

Em reunião com líderes da Casa, realizada logo após um desabafo público durante sessão no plenário, Alcolumbre relembrou sua promessa de que o Senado priorizaria iniciativas voltadas à população. O presidente reclamou que, desde o início de sua gestão, os temas mais cobrados por parte da oposição se concentram em impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), anistia a golpistas e blindagem parlamentar.

Durante o encontro, o senador questionou os líderes se tinham consciência de que aqueles não eram os temas defendidos pelos eleitores nas ruas. O recado foi entendido como uma mensagem explícita aos bolsonaristas de que a pauta da oposição não terá espaço privilegiado.

Críticas a Eduardo Bolsonaro e Valdemar Costa Neto

No mesmo tom de enfrentamento, Alcolumbre criticou publicamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusando-o de agir contra os interesses do país e afirmando que o parlamentar estaria nos Estados Unidos defendendo sanções contra o Brasil, o STF e colegas parlamentares, em referência às ameaças feitas pelo filho de Jair Bolsonaro caso não fosse pautado o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Em conversa reservada, o presidente do Senado também rechaçou as pressões de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que havia ameaçado obstruir votações caso a anistia a Jair Bolsonaro e aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro não fosse apreciada. Alcolumbre foi categórico ao lembrar que Costa Neto não é senador e, portanto, não pode interferir nos trabalhos da Casa.

Estratégia contra pautas da oposição

As primeiras medidas já sinalizam a mudança de postura. A PEC da Blindagem, que o PL e setores do Centrão esperavam ver votada diretamente em plenário, foi encaminhada por Alcolumbre para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que deve atrasar sua tramitação.

Além disso, o presidente reiterou aos líderes que um projeto de anistia ampla não será aprovado no Senado. Em contrapartida, ele abriu espaço para discutir uma proposta alternativa que reduza as penas dos participantes dos atos golpistas de janeiro de 2023, tentando encontrar um caminho de consenso sem ceder totalmente às pressões da oposição.

O movimento reforça a estratégia de Alcolumbre de se distanciar das agendas defendidas pelos bolsonaristas e de reafirmar seu compromisso em conduzir o Senado com foco em projetos considerados de interesse direto da sociedade brasileira.

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