Lula avalia quatro possíveis nomes para comandar a AGU caso Jorge Messias vá ao STF
Com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, cresce a expectativa de que Messias seja indicado ao Supremo
247 – Com a possível ida do ministro Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou as discussões internas sobre quem poderá assumir o comando da Advocacia-Geral da União (AGU). Segundo reportagem publicada pelo Valor Econômico nesta segunda-feira (13), quatro nomes despontam como favoritos para o posto: Anelize Almeida, Edilene Lobo, Flávio Roman e Vinícius Marques de Carvalho.
Messias é apontado como um dos principais candidatos à vaga aberta com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, anunciada na última quinta-feira (9). Caso sua indicação seja confirmada, Lula fará a terceira nomeação ao STF neste mandato — após as de Cristiano Zanin, em 2023, e Flávio Dino, em 2024.
Disputas e perfis dos cotados
Entre os nomes cogitados, Anelize Almeida, atual procuradora-geral da Fazenda Nacional, aparece com vantagem. Responsável por representar o governo em questões fiscais e tributárias, ela é reconhecida por sua atuação técnica e pela experiência em causas complexas da União.
A ministra Edilene Lobo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também é considerada uma forte candidata. Nomeada por Lula em 2023, ela tem o apoio de ministros do STF e é vista como uma figura de destaque no meio jurídico, com potencial para futuras ascensões dentro do Judiciário.
Outro nome de peso é o de Flávio Roman, ministro-substituto da AGU. Próximo de Messias e com boa interlocução interna, ele é apontado como o candidato da continuidade, em um momento de reorganização política do governo diante da proximidade das eleições municipais e da possível reforma ministerial.
Já Vinícius Marques de Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), tem ligação direta com Lula e ganhou destaque ao liderar as investigações que desmontaram o esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, hoje alvo de uma CPI no Congresso.
Critérios políticos e tradição institucional
De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, há uma tradição de que a chefia da AGU seja ocupada por advogados públicos de carreira, o que favoreceria Anelize Almeida e Flávio Roman. Nenhum dos quatro cotados se manifestou oficialmente sobre a possibilidade de mudança.
Caso se confirme a ida de Messias ao STF, ele se juntará a outros ex-advogados-gerais da União que chegaram à Corte, como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e André Mendonça. Essa trajetória reforça a relevância institucional da AGU como espaço de formação de quadros de alto nível jurídico dentro do Estado brasileiro.
Além de Messias, o nome do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também é mencionado nos bastidores como uma alternativa para a vaga de Barroso.


