Deputado evangélico, Otoni de Paula apoia Messias para o STF
Deputado diz que Jorge Messias "é crente mesmo" e critica "Supremo altamente progressista"
247 - O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), pastor evangélico e integrante da oposição, manifestou apoio público ao nome de Jorge Messias, atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita em vídeo publicado em suas redes sociais, relata Guilherme Amado, do PlatôBR.
De Paula ressaltou que sua posição não é guiada apenas pela rivalidade política com o governo. “Não é por que está sendo indicado pelo Lula que eu vou torcer contra”, afirmou o parlamentar, defendendo a escolha de Messias como uma oportunidade de aproximar o campo conservador de setores do Judiciário.
Messias como opção no Supremo
Jorge Messias aparece entre os nomes mais cotados para a vaga no STF, principalmente por ser figura de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e também por sua identidade religiosa. Evangélico, ligado à Igreja Batista, Messias poderia ajudar o governo a dialogar com uma base eleitoral que historicamente se mostra resistente às pautas progressistas defendidas pelo Palácio do Planalto.
Otoni de Paula destacou justamente esse aspecto em sua fala: “O Jorge Messias, que eu conheço bem, é crente. Ele é evangélico da Igreja Batista. E é crente mesmo, já há muitos anos".
Críticas ao perfil progressista do Supremo
No vídeo, o deputado explicou que seu apoio a Messias se baseia em derrotas sucessivas do conservadorismo em pautas sociais dentro do Supremo. “Todas as derrotas que nós tivemos no campo do conservadorismo, seja na questão de aborto, seja em pautas familiares ou em outras pautas, nós perdemos na Justiça, nós perdemos no Supremo, que é um Supremo altamente progressista".
A declaração do parlamentar confronta a visão de parte do eleitorado evangélico, que rejeita Messias por ele integrar um governo de esquerda. Otoni, no entanto, relativizou essa leitura. “A direita é maior que o bolsonarismo e o conservadorismo é maior que a direita”, afirmou. E completou: “Até na esquerda você vai ter o conservadorismo, tá certo?”.


