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Jaques Wagner aponta Jorge Messias como nome mais próximo de Lula para o STF

Líder do governo no Senado diz que escolha de Lula será “pessoal e sigilosa”

Jaques Wagner (Foto: Andressa Anholete / Agência Senado)

247 – O líder do governo no Senado e aliado histórico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que o advogado-geral da União, Jorge Messias, é o nome que mantém a relação mais próxima com o presidente entre os cotados para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) após a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso. A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo nesta segunda-feira (13).

Segundo Wagner, Lula ainda não revelou sua decisão nem aos auxiliares mais próximos, mas deverá consultar o Senado antes de anunciar o indicado. O senador lembrou que, além de Messias, o presidente também tem boa relação com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

 “Óbvio que o Messias é com quem ele tem mais convivência e já foi cogitado da outra vez. É uma decisão interior de Lula. Ele ouve muita gente, mas não revela o caminho que está trilhando”, afirmou Wagner.

O senador destacou ainda que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), é um dos defensores da escolha de Pacheco, mas acredita que o diálogo entre os Poderes será mantido. “O presidente vai conversar com todos. Mas todo mundo sabe o que o Davi acha”, disse.

Lula busca perfil discreto para o Supremo

Jaques Wagner afirmou que Lula procura um perfil que contribua para reduzir a exposição pública do Supremo e ajudar a “compactar” a Corte. O petista citou a conversa de Lula com o ministro Cristiano Zanin, durante sua nomeação, como exemplo do tipo de postura desejada.

 “Na conversa com o Zanin, Lula disse: ‘O que eu quero é que você seja mais discreto’, porque todo mundo reclama de muita exposição do Supremo. Acho que ele quer alguém que ajude a compactar o STF”, relatou o senador.

Wagner evitou declarar apoio a qualquer nome e reforçou que cabe ao Senado apenas avaliar a escolha presidencial: “É uma decisão do presidente. Ao Senado, cabe sabatinar e aprovar, a menos que haja algo desabonador.”

Reação à derrota no Congresso e críticas ao Centrão

Na entrevista, o líder do governo também analisou a derrota na Medida Provisória (MP) que elevava impostos, apontando que o revés foi resultado de uma “revanche política” de parte da Câmara dos Deputados após a derrubada da chamada PEC da Blindagem.

 “A Câmara não gostou da decisão do Senado sobre a PEC da Blindagem. Teve um pouco de revanche. E é muito eleitoral. Foi explícito”, disse Wagner, que também mencionou o envolvimento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nos bastidores da votação.

Wagner ironizou o comportamento dos parlamentares que, ao mesmo tempo em que reduzem receitas, exigem o pagamento acelerado de emendas parlamentares em ano eleitoral. “Do lado de lá, eles cortam. Do outro, querem impor um calendário para pagar até junho ou julho. Ou seja, um ano de seis meses. Não tem lógica.”

“Lula tem consciência fiscal e é candidatíssimo em 2026”

O senador negou que o governo esteja em “modo eleitoral” e defendeu a responsabilidade fiscal de Lula. Segundo ele, as medidas com apelo social, como tarifa de energia reduzida, crédito habitacional e vale-gás, refletem uma agenda de reconstrução do país.

 “É uma injustiça falar em irresponsabilidade fiscal. Lula nunca fez maluquice quando foi presidente. Saímos do mapa da fome, o desemprego caiu e a inflação está sob controle”, afirmou.

Sobre as eleições de 2026, Wagner confirmou que Lula deverá disputar a reeleição. “Não tenho nenhuma dúvida de que o presidente Lula é candidatíssimo em 2026 e, se depender da minha opinião, a chapa deve se repetir, como ele fez em 2006 com o José Alencar.”

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