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Oliveiros Marques

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

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Um daqueles momentos para exercer o poder

Lula deve optar por Jorge Messias para o STF, decisão que reforça poder e alinhamento político do presidente

Lula e Jorge Messias (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

As especulações correm como lebre. Nomes surgem e desaparecem nas mesas, nas telas e nas redes. Uns são lançados para serem defendidos, outros, claramente, para serem queimados. Assim se movem as articulações em torno da próxima indicação ao Supremo Tribunal Federal, na vaga deixada por Roberto Barroso, que anunciou sua aposentadoria nesta semana.

Os nomes até agora ventilados reúnem, sem dúvida, qualidades e trajetórias que os credenciam. Entre eles, o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco; o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinicius Carvalho; o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas; o desembargador do TRF-4, Rogério Favreto; o atual advogado-geral da União, Jorge Messias; a ministra do TSE, Vera Lúcia Araújo; e a presidente do STM, Maria Elisabeth Rocha. Todos, em algum momento, já foram lembrados e têm méritos que merecem reconhecimento.

Mas há apenas uma vaga — por enquanto. E a decisão, imagino, já esteja amadurecida na cabeça de Lula, o único, afinal, capaz de dar qualquer resposta verdadeira sobre a dúvida que povoa o debate político hoje. O que, é claro, ele não fará antes da hora.

Em escolhas como essa, entram em jogo critérios técnicos e políticos, objetivos e subjetivos. E assim deve ser. Trata-se de uma decisão estrutural no tabuleiro do poder — um movimento que influenciará por anos o rumo da vida nacional, apontando para onde o país pretende seguir.

A indicação é prerrogativa do presidente da República, com aprovação do Senado. É, portanto, um ato essencialmente político. E, sendo assim, arrisco um palpite: Lula deverá escolher Jorge Messias. Agradavelmente evangélico, com sólida formação jurídica, ampla experiência na vida pública e uma lealdade já testada em momentos decisivos da história do Brasil e do próprio presidente.

Messias carrega algo que pesa tanto quanto o currículo: partilha da mesma visão de mundo e do mesmo projeto de país. É alguém em quem Lula confia — e confiança, nesse tipo de escolha, vale tanto quanto qualquer tese ou título.

Depois de tantas indicações ao longo de sua trajetória, Lula sabe que escolher um ministro do Supremo é um dos momentos em que o chefe do Executivo precisa exercer plenamente o poder que a Constituição lhe confere. É quando a política e o destino se cruzam — e o presidente deve escolher alguém alinhado com o futuro que defende. Por isso, sem desmerecer os demais nomes que surgiram até agora, apostaria em Jorge Messias.

Se aquele termo de posse que ele entregou a Lula, a pedido de Dilma, foi ignorado em meio a casuísmos e ao lawfare de outrora, hoje a decisão de Lula será ratificada.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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