Xi Jinping reúne Putin e Kim Jong Un em Pequim e reforça visão de ordem multipolar
Encontro histórico ocorre na véspera de grande desfile militar para celebrar os 80 anos da vitória na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa
247 - O presidente da China, Xi Jinping, recebeu nesta terça-feira (2) os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong Un, em Pequim. É a primeira vez que os três se reúnem na capital chinesa, segundo reportou a agência Reuters.
O encontro começou no Grande Salão do Povo, onde Xi chamou Putin de “velho amigo”, e continuou na residência oficial do líder chinês. Poucas horas depois, o trem blindado de Kim Jong Un chegou à capital, marcando sua participação em uma série de atividades que incluem o grande desfile militar desta quarta-feira (3) para celebrar os 80 anos da vitória chinesa na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa, no contexto da Segunda Guerra Mundial.
Cooperação estratégica
Durante a reunião, foram firmados novos passos de integração energética. A Gazprom e a China National Petroleum Corporation assinaram um acordo para ampliar o fornecimento de gás russo à China e avançar na construção de um novo gasoduto com validade de 30 anos. A medida consolida a parceria energética entre os dois países, em um momento em que a Ásia ganha centralidade no comércio global de energia.
Putin e Kim também devem realizar uma reunião bilateral em Pequim, segundo a agência russa Tass. A aproximação entre os três países vem se intensificando desde 2024, com a assinatura de pactos de cooperação política e de defesa. Analistas apontam que exercícios conjuntos de segurança na Ásia-Pacífico são uma possibilidade no horizonte próximo.
Na véspera do encontro, Xi Jinping já havia feito um discurso a mais de 20 líderes de países do Sul Global, destacando a importância de “tomar uma posição clara contra o hegemonismo e a política de poder”. Para o presidente chinês, a consolidação de fóruns como a Organização para Cooperação de Xangai (OCX) e os BRICS ampliados demonstra que o mundo caminha para uma estrutura internacional mais inclusiva e multipolar, na qual diferentes nações participam da governança global em condições de igualdade.
O encontro de Pequim ocorre ainda em meio à preparação da cidade para sediar líderes de mais de 20 países e dez organizações internacionais, que participam do desfile e de reuniões bilaterais paralelas.