247 - O vice-chanceler da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou que os países da América Latina demonstram interesse crescente em integrar-se ao BRICS, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo Ryabkov, a ascensão do BRICS representa um contraponto às instituições ocidentais, muitas vezes vistas como restritivas ou centralizadoras.
“Na região [da América Latina] há um interesse crescente no BRICS. O trabalho sobre todas as direções do BRICS está agora andando sob a presidência do Brasil. A finalização da estratégia de parceria econômica do BRICS para 2030 está em andamento. Iniciativa de pagamentos transfronteiriços”, disse o diplomata, de acordo com a <a href="https://noticiabrasil.net.br/20251001/43791923.html">Sputnik Brasil</a>.&nbsp;
<h3>Contraste entre Rússia e Estados Unidos</h3>
O representante russo enfatizou que Moscou adota um modelo de interação baseado em respeito e igualdade, em oposição à postura dos Estados Unidos na América Latina. “Uma atmosfera de criação e parceria reina no BRICS, contrastando com a atmosfera sombria segregada pelas organizações ocidentais”, disse Ryabkov.
<h3>Cooperação justa em vez de divisão</h3>
Ryabkov reforçou a crítica à política externa de Washington, apontando que os EUA recorrem a estratégias de “dividir para conquistar” na região. “Ao contrário de outros países, incluindo os EUA, que usam os países da América Latina segundo uma regra de dividir para conquistar, a Rússia oferece-lhes uma interação igualitária e respeitosa”, concluiu o vice-chanceler.

Paulo Emilio

Vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov

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Sul Global

América Latina vê no BRICS alternativa ao Ocidente, diz vice-chanceler russo

247 - Os ministros das Relações Exteriores dos BRICS realizaram nesta sexta-feira (26), em Nova York, encontro à margem da 80ª Assembleia Geral da ONU. A reunião foi presidida pela Índia, que assumirá a presidência rotativa do bloco em 2026.
De acordo com comunicado oficial divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os representantes dos BRICS abordaram temas de segurança, economia, clima, direitos humanos e cooperação multilateral. Eles reafirmaram o compromisso de atuar por uma governança global mais inclusiva, com maior participação de países do Sul Global em organismos decisórios.
<h3>Defesa do multilateralismo e da reforma da ONU</h3>
Os chanceleres reiteraram a necessidade de fortalecer o sistema multilateral, com reformas profundas nas instituições financeiras internacionais e na Organização das Nações Unidas. Um dos pontos centrais foi o apoio à ampliação do Conselho de Segurança da ONU, com inclusão mais robusta de países emergentes, entre eles Brasil e Índia, que receberam respaldo explícito de China e Rússia.
“Reiteramos nosso compromisso de revitalizar as discussões sobre a reforma do Conselho de Segurança e fortalecer a Assembleia Geral e o Conselho Econômico e Social”, afirmaram os BRICS em nota conjunta.
<h3>Palestina, Oriente Médio e condenação a Israel</h3>
A guerra em Gaza ocupou parte central da pauta. Os BRICS condenaram os ataques israelenses contra o território palestino, considerados pelos ministros como responsáveis por “sofrimento sem precedentes à população civil”. O comunicado exige cessar-fogo imediato e permanente, retirada das tropas israelenses, reconstrução da infraestrutura palestina e adesão plena da Palestina à ONU.
Os chanceleres também condenaram o ataque armado de Israel contra o Catar, classificado como “violação flagrante da soberania” e “grave ameaça à paz regional e internacional”. Além disso, expressaram preocupação com bombardeios contra instalações civis e nucleares no Irã, cobrando respeito ao direito internacional.
<h3>Compromissos em clima, finanças e combate ao terrorismo</h3>
Na agenda econômica, os BRICS alertaram para medidas protecionistas unilaterais que ameaçam o comércio global e pediram reformas nas instituições de Bretton Woods para aumentar a representatividade dos países emergentes.
Eles reforçaram ainda compromissos na área climática, com apoio à presidência brasileira da COP30, em Belém, e à criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre. Os BRICS também reafirmaram o combate ao terrorismo em todas as suas formas, cobrando a rápida adoção da Convenção Abrangente sobre Terrorismo Internacional.
<h3>Inclusão, igualdade e direitos humanos</h3>
O comunicado destacou o papel das mulheres em processos de paz e desenvolvimento, a luta contra o racismo e a importância da cooperação cultural. Os BRICS saudaram a proclamação da Segunda Década Internacional para os Afrodescendentes (2025–2034) e a decisão da União Africana de declarar 2025 como o ano da “Justiça para os Africanos e Afrodescendentes por meio de Reparações”.

Luis Mauro Filho

Reunião de chanceleres do BRICS, à margem da 80ª Assembleia Geral da ONU - 26/09/2025

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Mundo

Em nota conjunta, BRICS cobram reformas globais e condenam ataques em Gaza

247 - A Palestina apresentou um pedido de adesão plena ao BRICS, mas ainda não obteve resposta e, por enquanto, pretende continuar participando como convidada, afirmou nesta sexta-feira (26) à Sputnik o embaixador palestino na Rússia, Abdel Hafiz Nofal. 
“Apresentamos a solicitação, mas, como sabem, a Palestina possui certas condições. Acredito que a Palestina seguirá participando da associação como convidada até que essas condições permitam que se torne membro pleno. Ainda não recebemos nenhuma resposta”, declarou o embaixador.
O BRICS é uma associação interestatal criada em 2006. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o grupo passou a incluir Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos em 2024, e a Indonésia tornou-se membro pleno em 2025.

Leonardo Sobreira

Rio de Janeiro (RJ), 07/07/2025 - Grupos ligados ao Comite de Solidariedade com a Luta do Povo Palestino fazem manifestação contra o genocídio do povo palestino na Faixa de Gaza e por uma Palestina livre, na Cinelândia, no centro da cidade 

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Palestina apresenta candidatura ao BRICS

247 - O 2º Fórum BRICS de Valores Tradicionais, realizado na Câmara dos Deputados em Brasília entre 15 e 17 de setembro, consolidou oficialmente uma lista de princípios que passam a nortear a cooperação entre os países do bloco. O encontro reuniu parlamentares, empresários, representantes culturais e sociais, além de parceiros e nações candidatas à adesão.
<h2>Princípios aprovados</h2>
Segundo a agência <a href="https://noticiabrasil.net.br/20250917/brics-define-lista-de-valores-comuns-em-forum-realizado-em-brasilia-43327144.html">Sputnik</a>, a lista inclui beneficência, soberania cultural, igualdade entre culturas, prosperidade econômica, justiça social, multipolaridade, saúde, responsabilidade com as futuras gerações, humanismo, pacificidade, respeito mútuo, moderação, combate ao fanatismo, solidariedade, unidade e honestidade.
“Os países do BRICS não tratam apenas de pragmatismo, mas também de uma base espiritual”, afirmou Dmitry Kuznetsov, deputado da Duma de Estado da Rússia e vice-presidente do fórum.
<h2>Novos projetos e declaração conjunta</h2>
Durante o fórum, foram anunciados projetos em áreas estratégicas como negócios, educação, saúde, medicina e inovações culturais. O evento será encerrado com a assinatura de uma declaração oficial, consolidando os valores comuns como pilar da ampliação da parceria entre os membros do BRICS.
<h2>Literatura como elo do bloco</h2>
Um destaque foi o Prêmio Literário do BRICS, que já promove a cooperação cultural entre os países. Segundo Kuznetsov, as obras dos escritores indicados ajudaram a identificar os valores clássicos e contemporâneos que unem o bloco.
<h2>Organização e objetivos</h2>
O encontro foi organizado pela Frente Parlamentar do BRICS no Congresso Nacional e pela Women BRICS Alliance, com apoio da World Association on Traditional Values. O objetivo é reforçar a integração multilateral e abrir novos caminhos de diálogo sobre desafios globais que afetam tanto os países-membros quanto a comunidade internacional.

BRICS define valores comuns em Fórum de Brasília

247 - A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (17) revela que a maioria dos brasileiros aprova a defesa da aliança comercial do Brasil com os países do BRICS. Segundo os dados, 53% consideram correta a posição do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 29% a desaprovam e 18% não souberam ou preferiram não responder. O levantamento, conduzido pela Quaest e divulgado pelo diretor Felipe Nunes em suas redes sociais, também aponta que 64% apoiam a ênfase do governo na soberania nacional frente aos Estados Unidos.
De acordo com Nunes, a pesquisa mostra um cenário de estabilidade após meses de recuperação da popularidade de Lula, iniciada em julho, depois do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa recuperação, contudo, foi interrompida em setembro, mesmo com o julgamento que envolveu Jair Bolsonaro (PL).
<h2>Estabilidade na aprovação e avaliação do governo</h2>
Segundo a Genial/Quaest, 51% dos entrevistados desaprovam o governo Lula, enquanto 46% aprovam. A avaliação segue estável: 31% classificam a gestão como positiva, 28% como regular e 38% como negativa.
Felipe Nunes destacou que essa estabilidade traz sinais mistos: “como em toda pesquisa que apresenta estabilidade, o governo tem motivos pra comemorar e pra se preocupar”. De um lado, programas sociais recém-lançados, como o Gás do Povo, já contam com aprovação de 67%. Por outro, cresce a percepção de que essas políticas deixaram de ser vistas como benefícios políticos e passaram a ser encaradas como direitos adquiridos, diminuindo seu potencial de impacto eleitoral.
<h2>Notícias positivas, mas economia segue no radar</h2>
Outro ponto favorável ao governo é o aumento no número de brasileiros que dizem ter visto notícias positivas sobre Lula: de 19% em maio para 27% em setembro. Já o impacto de notícias negativas caiu de 52% para 45%. Apesar disso, duas questões críticas seguem pesando contra a imagem da gestão: o caso do INSS e a inflação.
A percepção sobre o mercado de trabalho, no entanto, melhorou. Após oito meses, cresceu o número de brasileiros que acreditam estar mais fácil conseguir emprego em comparação a um ano atrás. Mesmo assim, o cenário econômico segue pressionado: 61% dizem perceber alta nos preços dos alimentos nos mercados, o que ajuda a explicar a interrupção na recuperação de popularidade.
<h2>Desafios para Lula e Bolsonaro</h2>
Embora Lula ainda enfrente dificuldades para reverter a percepção de que o país segue na direção errada — opinião de 58% dos brasileiros — e de que perdeu a conexão com o povo (61%), a pesquisa também mostra problemas para seu principal adversário.
O julgamento de Jair Bolsonaro (PL) consolidou a visão de que houve tentativa de golpe envolvendo o ex-presidente e setores militares. Hoje, 54% acreditam que Bolsonaro participou ativamente do plano, contra 34% que o isentam. A visão de perseguição política também perdeu força, caindo de 52% para 47%, enquanto aumentou a percepção de imparcialidade no processo judicial conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
Quem saiu fortalecido foi o ministro Alexandre de Moraes: 52% da população agora rejeitam a ideia de impeachment contra ele.
<h2>Metodologia</h2>
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.004 pessoas em todo o país entre os dias 12 e 14 de setembro de 2025. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Guilherme Levorato

Maioria dos brasileiros apoia aliança comercial do Brasil com países do BRICS, aponta Quaest

247 – A China reforçou nesta terça-feira (17) sua disposição em aprofundar a cooperação com os países do BRICS em setores emergentes, com destaque para inteligência artificial, veículos elétricos e fontes de energia limpa, como solar e hidrogênio. A informação foi <a href="https://en.people.cn/n3/2025/0917/c90000-20367233.html">publicada pelo Diário do Povo</a>.
Durante o Fórum do BRICS sobre Parceria na Nova Revolução Industrial 2025, realizado em Xiamen, na província de Fujian, o ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Li Lecheng, destacou a importância estratégica do bloco para a economia global. “O BRICS agora representa quase metade da população mundial e cerca de 40% do PIB global. O grupo desempenha um grande papel como uma importante fábrica, um vasto mercado e uma plataforma cooperativa de larga escala que impulsiona a globalização econômica inclusiva”, afirmou.
<h2>Avanços desde a criação do centro de inovação do BRICS</h2>
A proposta de um centro de inovação em Xiamen foi apresentada pelo presidente Xi Jinping durante a 12ª Cúpula do BRICS, em 2020. Desde então, o projeto registrou avanços significativos em coordenação de políticas, capacitação de pessoal e desenvolvimento de projetos industriais.
Segundo o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, já foram assegurados 107 projetos industriais no âmbito da parceria, com investimentos que somam 50,6 bilhões de yuans (US$ 7,1 bilhões). Além disso, no ano passado foi criado um centro para promoção da inteligência artificial no bloco, que prepara agora uma plataforma para compartilhamento de modelos de linguagem avançados e bases de dados de alta qualidade.
“O objetivo é reduzir barreiras tecnológicas e promover interoperabilidade de infraestrutura digital”, disse Li, acrescentando que a China incentivará empresas ligadas a veículos de nova energia, energia fotovoltaica, eólica e hidrogênio a ampliar sua cooperação internacional.
<h2>Cooperação ampliada em tecnologia e indústria</h2>
Alekxey Vladimirovich Gruzdev, vice-ministro da Indústria e Comércio da Rússia, afirmou que o fórum já ultrapassou o papel de mecanismo de diálogo, consolidando-se como “uma comunidade de especialistas e profissionais globais que contribui para a liderança tecnológica dos países do BRICS e molda o desenvolvimento industrial mundial”. Ele ressaltou que quase 48% do comércio exterior da Rússia está hoje vinculado aos países do grupo, destacando o potencial de cooperação em biotecnologia.
Já Faisol Riza, vice-ministro da Indústria da Indonésia — que se tornou membro pleno do BRICS neste ano — observou que o setor industrial representa mais de 16,9% do PIB do país, mas enfrenta desafios relacionados a rupturas nas cadeias globais de suprimento e incertezas geopolíticas. “Acelerar a transformação verde e digital tornou-se essencial, e é por isso que o fórum em Xiamen é tão importante”, disse.
<h2>Digitalização e 6G no horizonte dos BRICS</h2>
Yang Jie, presidente da China Mobile, destacou que há grandes oportunidades de transformação digital compartilhada entre os países do bloco. Ele revelou que a empresa já estabeleceu laboratórios conjuntos de inteligência artificial em países como Indonésia e Brasil, desenvolvendo algoritmos e modelos específicos para demandas locais.
Na América Latina e no Norte da África, a China Mobile apoia também a construção de fábricas inteligentes. “Vamos aprofundar a cooperação com nossos parceiros no alinhamento internacional de padrões de IA e 6G, construindo infraestrutura interconectada para fortalecer a espinha dorsal digital dos países do BRICS”, afirmou.

Redação Brasil 247

Primeiro-Ministro da República Popular da China, Li Qiang e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião bilateral, no Forte de Copacabana. Rio de Janeiro - RJ

China busca ampliar cooperação industrial com BRICS em inteligência artificial e energia limpa

247 - O fórum artístico foi organizado pelo Instituto de Arte Teatral Kabzon de Moscou, com a participação do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, e vai reunir jovens artistas e pedagogos de Rússia, China, África do Sul, Índia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Indonésia e Belarus. As informações foram divulgadas pela rede <a href="https://tvbrics.com/pt/news/r-ssia-re-ne-escolas-teatrais-dos-pa-ses-do-brics-em-festival-internacional/">TV BRICS</a>, que atuará como parceira de informações do evento. 
O festival será organizado de acordo com as áreas de cooperação entre os países do BRICS delineadas pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. Os contatos culturais são uma dessas áreas. No âmbito da parceria no grupo do BRICS, os participantes terão a oportunidade de se aproximar das tradições teatrais de cada país e de compartilhar suas experiências profissionais com colegas estrangeiros. 
O reitor do Instituto Kabzon e diretor do fórum, Dmitri Tomilin, em entrevista exclusiva à TV BRICS, ressaltou que o evento demonstra como as abordagens teatrais permanecem unidas, mesmo mantendo sua identidade nacional.
"O que mais impressiona o público de Moscou é que outros países também estudam de acordo com o sistema Stanislavski. [...] Eles ficam surpresos em ver como o sistema de Stanislavski muda de acordo com as tradições dos países participantes, mas ao mesmo tempo permanece imutável", afirmou ele. 
O reitor apontou a importância do diálogo internacional. Segundo ele, esse formato cria uma base essencial para o entendimento recíproco entre os países. "No início recebemos uma carta de Vladimir Putin, onde ele definiu [o fórum] como uma forma de poder leve, e depois Serguei Lavrov [chanceler da Rússia] o definiu como diplomacia social. Isso porque podemos falar de como você é bom, mas quando uma pessoa vê com seus próprios olhos, [...] para eles [os espectadores] vale muito mais do que mil palavras", ressaltou. 
Durante nove dias, os espectadores assistirão a espetáculos ao ar livre, concertos e programas educativos organizados pelos participantes do evento. O festival terminará com o tradicional espetáculo conjunto, com a participação dos representantes de todos os países envolvidos. No ano da amizade entre a Rússia e a China, o espetáculo será dedicado à obra de um autor chinês do século XIII: O Órfão da Dinastia Zhao. 
Antes da abertura do fórum, será organizada uma coletiva de imprensa, na qual participarão os organizadores e os chefes das delegações estrangeiras. Durante a coletiva, será discutido o programa do festival e seu papel no desenvolvimento da diplomacia pública.

Kremlin, residência oficial da presidência da Rússia

Rússia reúne escolas teatrais dos países do BRICS em festival internacional

CGTN – O mundo passa atualmente por mudanças sem precedentes, marcadas pelo avanço da hegemonia, do unilateralismo e do protecionismo. Neste contexto, o presidente chinês, Xi Jinping, apresentou três propostas na durante a cúpula do Brics para promover a “cooperação do Brics ampliado” e construir de forma conjunta, uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.
Xi enfatizou a necessidade de defender o multilateralismo como forma de garantir a equidade e a justiça internacional, de manter a abertura e o benefício mútuo para salvaguardar a ordem econômica e comercial global, e de reforçar a solidariedade e a cooperação para unir forças em prol do desenvolvimento comum.&nbsp;
Os líderes participantes da cúpula afirmaram que as nações do Brics devem fortalecer a solidariedade e a coordenação para enfrentar crises e desafios de forma conjunta. Também reconheceram que as propostas do presidente Xi sobre a governança global tocam o cerne da questão e oferecem um caminho para seu aperfeiçoamento.&nbsp;
“Quanto mais estreita for a cooperação do Brics, maior será a nossa confiança, mais eficazes serão as soluções e melhores os resultados na abordagem de riscos e desafios externos”, declarou Xi Jinping, reforçando a confiança das nações do bloco em enfrentar adversidades em conjunto.
O multilateralismo continua sendo o pilar essencial para a paz e o desenvolvimento. Diante do unilateralismo e da intimidação baseada no poder, os membros do Brics têm a responsabilidade de permanecer unidos na defesa do sistema internacional com as Nações Unidas em seu núcleo e da ordem baseada no direito internacional, além de ampliar a representatividade e a voz do Sul Global, fortalecendo os alicerces do multilateralismo.&nbsp;
Como maior país em desenvolvimento do mundo, a China tem sido uma defensora firme do multilateralismo. A Iniciativa para a Governança Global, proposta recentemente por Xi Jinping, oferece uma nova abordagem para construir um sistema de governança mais equitativo e racional, ao mesmo tempo em que promove a justiça e a equidade internacionais.&nbsp;
Olhando para o futuro, as nações do Brics deverão assumir suas responsabilidades e apoiar-se mutuamente para colocar em prática a Iniciativa para a Governança Global, injetando a “força do Brics” na promoção da paz e do desenvolvimento mundiais.
tradução: Shi Liang
revisão: Denise Melo&nbsp;

China

Quanto mais estreita for a cooperação do Brics ampliado, maior será a confiança do bloco para enfrentar desafios

247 – A cooperação entre veículos de comunicação internacionais e o enfrentamento dos desafios trazidos pela inteligência artificial foram os principais temas debatidos em uma conferência online promovida pelo grupo de mídia Rossiya Segodnya, no Dia Internacional da Solidariedade dos Jornalistas. A notícia foi publicada originalmente pelo portal NewsX <a href="https://www.newsx.com/world/global-media-urged-to-collaborate-promote-accuracy-and-navigate-ai-challenges-during-crises-64195/" target="_new">link</a>.
O encontro reuniu nomes de destaque da imprensa mundial: Rishabh Gulati, editor-chefe e CEO da NewsX, da Índia; Leonardo Attuch, fundador e CEO do portal Brasil 247; Omid Hussein Ali, editor e correspondente da Agência de Notícias do Iraque; Jata Kazondo, diretor-executivo da Agência de Notícias da Namíbia; além de Vasily Pushkov, diretor de cooperação internacional da Rossiya Segodnya.
<h2>Cooperação entre o Sul Global</h2>
Abrindo o debate, Leonardo Attuch defendeu maior integração entre os meios de comunicação do Sul Global para que suas narrativas sejam mais presentes no cenário internacional. 
 “Precisamos aprofundar a colaboração entre os países do Sul Global, ou da maioria global, para garantir que nossas vozes e perspectivas sejam melhor representadas na mídia internacional. A mídia tem um papel central na desconstrução de estereótipos e na promoção do entendimento mútuo. Isso inclui enfrentar narrativas negativas que alimentam a intolerância. Neste momento, é crucial confrontar a russofobia, que distorce percepções, fomenta hostilidade e mina a cooperação internacional construtiva”, afirmou o jornalista brasileiro.
<h2>Desafios da inteligência artificial</h2>
Rishabh Gulati chamou a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas redações diante da inteligência artificial e sua relação com as novas gerações. 
 “Temos dificuldade em nos conectar com a nova geração, que está sobretudo nas redes sociais. Os desafios da IA vão muito além dos casos de uso. Não consigo identificar um uso confiável e seguro de IA além da tradução, que ainda assim não é totalmente confiável. Temos uma grande comunidade jornalística na Índia e nos apoiamos fortemente uns nos outros”, destacou.
<h2>O papel da imprensa em zonas de conflito</h2>
Omid Hussein Ali lembrou os riscos enfrentados por repórteres em regiões de guerra, como em Gaza, e ressaltou a importância de combater a desinformação. 
 “O jornalismo enfrenta sérios desafios em todo o mundo, especialmente no Oriente Médio. Em Gaza, vimos quantos jornalistas foram mortos. Fake news e desinformação se espalham muito rapidamente, muitas vezes mais rápido do que a verdade, todos os dias nas redes sociais. Um único boato, uma imagem falsa ou uma manchete distorcida pode mudar a opinião das pessoas e até gerar ódio. Para os jornalistas, nunca foi tão importante checar e verificar, lutar pela precisão. Não é fácil, mas é o único caminho para construir confiança com o público. Hoje, cobrir guerras não é apenas estar fisicamente seguro, mas também se proteger no mundo digital. Precisamos de uma conversa global para garantir que essas ferramentas, como a IA, sejam usadas de forma ética e transparente”, declarou.
<h2>Uma pauta global</h2>
O evento reforçou que a solidariedade jornalística e a cooperação internacional são elementos centrais para enfrentar tanto os riscos digitais como os desafios geopolíticos contemporâneos. A necessidade de enfrentar preconceitos, promover informação precisa e utilizar novas tecnologias com ética aparece como consenso entre os participantes.

Rishabh Gulati, editor-chefe e CEO da NewsX, da Índia

Mídia

Mídia do Sul Global defende cooperação, combate às fake news e uso ético da inteligência artificial em crises

&nbsp; Beijing, 8 set (Xinhua) – O presidente chinês, Xi Jinping, pediu aos países do BRICS que defendam em conjunto o multilateralismo e o sistema multilateral do comércio ao participar de uma cúpula virtual do BRICS em Beijing nesta segunda-feira. "Nesta encruzilhada crítica, os países do BRICS, ficando na dianteira do Sul Global, devem agir conforme o Espírito do BRICS de abertura, inclusão e cooperação de ganhos compartilhados, defender em conjunto o multilateralismo e o sistema multilateral do comércio e promover cooperação BRICS maior, e formar em conjunto uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade", disse Xi. Xi pediu aos países do BRICS que persistam em multilateralismo para defender a equidade e justiça internacionais. Ele disse que os países do BRICS devem persistir em abertura e cooperação de ganhos compartilhados para salvaguardar a ordem econômica e comercial internacional. Os países do BRICS devem persistir em solidariedade e cooperação para fomentar sinergia para desenvolvimento comum, acrescentou Xi.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/2025090910098_b9911b89a9ce451536549a4bd12b128f7c25ba49d84c876356a97db1b73cebfb.jpg" data-media-id="editor_0" data-image-id="2025090910098_b9911b89a9ce451536549a4bd12b128f7c25ba49d84c876356a97db1b73cebfb" data-rendition-name="original" width="1020" height="612" loading="lazy" alt="Xi pede aos países do BRICS que defendam em conjunto o multilateralismo e o sistema multilateral do comércio"></figure>

Xi pede aos países do BRICS que defendam em conjunto o multilateralismo e o sistema multilateral do comércio

247 - O jornal Global Times destacou nesta segunda-feira (8) as propostas apresentadas pelo presidente da China, Xi Jinping, durante a Reunião Virtual de Líderes do BRICS, organizada pelo Brasil sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro, realizado por videoconferência, reuniu chefes de Estado para discutir o cenário econômico global, o papel do multilateralismo e a cooperação entre os países emergentes.
Segundo o editorial do Global Times, Xi Jinping enfatizou que os BRICS, na linha de frente do Sul Global, devem atuar com base em abertura, inclusão e benefícios mútuos, defendendo o sistema multilateral de comércio e construindo uma comunidade global de destino compartilhado. As propostas do líder chinês, afirma o jornal, refletem não apenas a visão estratégica da China, mas também o compromisso dos países membros em impulsionar um modelo de governança internacional mais justo e equilibrado.
<h3>Três propostas para um novo impulso ao BRICS</h3>
No discurso, Xi Jinping apresentou três pontos centrais para guiar a atuação do bloco:
<ol>
 <li>Defesa do multilateralismo, com foco na equidade e na justiça internacionais. 
 
</li>
 <li>Promoção da abertura e da cooperação mutuamente benéfica, a fim de preservar a ordem econômica e comercial mundial. 
 
</li>
 <li>Fortalecimento da solidariedade e da cooperação entre os países em desenvolvimento, criando sinergias para o crescimento compartilhado. 
 
</li>
</ol>
De acordo com o Global Times, essas propostas respondem a desafios urgentes enfrentados pela comunidade internacional e reforçam o papel da China como defensora da integração do Sul Global.
<h3>Reunião convocada pelo Brasil e contexto global</h3>
A iniciativa de convocar o encontro virtual partiu do Brasil, atual presidente rotativo do BRICS. O editorial aponta que o cenário de guerras comerciais e políticas protecionistas por parte de algumas economias desenvolvidas tornou necessária a coordenação entre os países emergentes, a fim de proteger regras básicas do comércio internacional e evitar maiores desequilíbrios.
Nesse sentido, o editorial observa que a reunião reforçou o espírito de cooperação do grupo, que já estabeleceu mecanismos como o Novo Banco de Desenvolvimento e a Parceria para a Nova Revolução Industrial, colocando o desenvolvimento no centro das políticas de governança global.
<h3>BRICS como força transformadora</h3>
Atualmente, os cinco países que compõem o bloco representam quase metade da população mundial, cerca de 30% do PIB global e um quinto do comércio internacional. Para o jornal chinês, isso dá ao BRICS não apenas relevância, mas também potencial para ser um agente decisivo na transformação da governança internacional.
O modelo de cooperação “BRICS Plus”, idealizado pela China, foi citado como um dos pilares dessa evolução. Iniciativas como BRICS + União Africana, BRICS + CELAC, BRICS + ASEAN e BRICS + Liga Árabe estão no horizonte de expansão do bloco, ampliando sua representatividade e seu alcance.
<h3>Palavras finais de Xi Jinping</h3>
Encerrando seu discurso, Xi Jinping destacou a importância da unidade:
“Enquanto nos esforçarmos para assumir nossas responsabilidades e cuidar uns dos outros, o gigantesco navio dos BRICS enfrentará as marés internacionais em constante mudança e navegará longe e com firmeza.”
Para o presidente chinês, os BRICS não são um “pequeno círculo” fechado, mas sim uma grande família comprometida em promover benefícios mútuos e em defender o progresso conjunto do Sul Global, oferecendo ao mundo maior estabilidade em um momento de incertezas.

O presidente da China, Xi Jinping, discursa em cúpula online do BRICS - 8 de setembro de 2025

Global Times

Xi Jinping apresenta três propostas para fortalecer papel histórico dos BRICS

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta segunda-feira (8) um discurso na Cúpula Virtual do BRICS e abordou temas importantes como integração econômico-comercial, mudança do clima, saúde global e governança da inteligência artificial.
Em seu pronunciamento, o presidente também defendeu a reforma de instituições internacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC). Também alertou para a necessidade de acabar com guerras que prejudicam a economia global. 
<h2>Leia a íntegra:</h2>
Na Cúpula do Rio de Janeiro, mostramos que o BRICS é capaz de aportar soluções concretas para os dilemas enfrentados pela humanidade.
Aprovamos decisões importantes em matéria de mudança do clima, saúde global, governança da inteligência artificial e integração econômico-comercial.
Passados apenas dois meses, vivemos um momento de crescente instabilidade.
Está cada vez mais claro que a crise de governança não é uma questão conjuntural.
Os pilares da ordem internacional criada em 1945 estão sendo solapados de forma acelerada e irresponsável.
A Organização Mundial do Comércio está paralisada há anos.
Em poucas semanas, medidas unilaterais transformaram em letra morta princípios basilares do livre-comércio como as cláusulas de Nação Mais Favorecida e de Tratamento Nacional.
Agora assistimos ao enterro formal desses princípios.
Nossos países se tornaram vítimas de práticas comerciais injustificadas e ilegais.
A chantagem tarifária está sendo normalizada como instrumento para conquista de mercados e para interferir em questões domésticas.
A imposição de medidas extraterritoriais ameaça nossas instituições.
Sanções secundárias restringem nossa liberdade de fortalecer o comércio com países amigos.
Dividir para conquistar é a estratégia do unilateralismo.
Cabe ao BRICS mostrar que a cooperação supera qualquer forma de rivalidade.
Regras e normas mutuamente acordadas são essenciais para o desenvolvimento.
O comércio e a integração financeira entre nossos países oferecem opção segura para mitigar os efeitos do protecionismo.
Possuímos inúmeras complementaridades econômicas.
Juntos, representamos 40% do PIB global, 26% do comércio internacional e quase 50% da população mundial.
Temos entre nós grandes exportadores e consumidores de energia.
Reunimos as condições necessárias para promover uma industrialização verde, que gere emprego e renda em nossos países, sobretudo nos setores de alta tecnologia.
Reunimos 33% das terras agricultáveis e respondemos por 42% da produção agropecuária global.
O Banco do BRICS contribui de forma crescente na diversificação de nossas bases econômicas e na promoção de uma transição justa e soberana.
Temos, portanto, a legitimidade necessária para liderar a refundação do sistema multilateral de comércio em bases modernas, flexíveis e voltadas às nossas necessidades de desenvolvimento.
Para isso, precisamos chegar unidos na 14ª Conferência Ministerial da OMC no próximo ano, no Cameroun.
Caros amigos,
Quando o princípio da igualdade soberana dos estados deixa de ser observado, a ingerência em assuntos internos se torna prática comum.
A solução pacífica de controvérsias dá lugar a condutas belicosas.
Sem amparo no direito internacional, os fracassos vivenciados no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e na Síria voltarão a se repetir. 
No que se refere à Ucrânia, é preciso pavimentar caminhos para uma solução realista que respeite as legítimas preocupações de segurança de todas as partes.
O encontro no Alasca e seus desdobramentos em Washington são passos na direção correta para pôr fim a esse conflito.
A Iniciativa Africana e o Grupo de Amigos para a Paz, criado por China e Brasil, podem contribuir por meio da promoção do diálogo e da diplomacia.
A decisão de Israel de assumir o controle da Faixa de Gaza e a ameaça de anexação da Cisjordânia requer nossa mais firme condenação.
É urgente colocar fim ao genocídio em curso e suspender as ações militares nos Territórios Palestinos.
O Brasil decidiu entrar como parte na ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça.
Reiterar o compromisso com a Solução de Dois Estados estará no centro da atuação brasileira na Conferência de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão Palestina.
No vazio de tantas crises não solucionadas, o terrorismo continua a assombrar a humanidade. O Brasil repudiou o sequestro e assassinato de inocentes pelo Hamas, bem como os atentados na Caxemira. 
Sabemos que o terrorismo não está associado a nenhuma religião ou nacionalidade.
Também não pode ser confundido com os desafios de segurança pública que muitos países enfrentam.
São fenômenos distintos e que não devem servir de desculpa para intervenções à margem do direito internacional.
A América Latina e o Caribe fizeram a opção, desde 1968, por se tornar livres de armas nucleares. Há quase 40 anos somos uma Zona de Paz e Cooperação.
A presença de forças armadas da maior potência do mundo no Mar do Caribe é fator de tensão incompatível com a vocação pacífica da região.
Caros amigos,
Em duas semanas, estaremos reunidos em Nova York para a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Será oportunidade para falarmos com uma só voz em defesa de um multilateralismo revigorado.
Devemos avançar na ampliação do Conselho de Segurança, incorporando novos membros permanentes e não permanentes da América Latina, da África e da Ásia.
Outra lacuna central na arquitetura multilateral refere-se ao âmbito digital.
Sem uma governança democrática, projetos de dominação centrado em poucas empresas de alguns países vão se perpetuar.
Sem soberania digital, seremos vulneráveis à manipulação estrangeira.
Isso não significa fomentar um ambiente de isolacionismo tecnológico, mas fomentar a cooperação a partir de ecossistemas de base nacional, independentes e regulados.
O impacto do unilateralismo também é grave na esfera ambiental.
Os países em desenvolvimento são os mais impactados pela mudança do clima. 
A COP30, em Belém, será o momento da verdade e da ciência.
Além de trabalhar pela descarbonização planejada da economia global, podemos utilizar os combustíveis fósseis para financiar a transição ecológica.
Precisamos de uma governança climática mais forte, capaz de exercer supervisão efetiva.
O Brasil convida seus parceiros do BRICS a considerar a criação de um Conselho de Mudança do Clima da ONU, que articule diferentes atores, processos e mecanismos que hoje se encontram fragmentados.
Chamo a atenção para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que queremos lançar na COP30, com o objetivo de remunerar os serviços ecossistêmicos prestados ao planeta.
O Sul Global tem condições de propor outro paradigma de desenvolvimento e de refutar uma nova Guerra Fria.
A futura presidência indiana do BRICS contará com todo o apoio do Brasil para seguir na defesa desses ideais.
A Cúpula do G20, sob a presidência sul-africana, também será espaço para um diálogo abrangente sobre os possíveis caminhos para a ordem internacional.
O unilateralismo jamais conduzirá à realização dos propósitos de paz, justiça e prosperidade que nossos antecessores delinearam em 1945.
O BRICS já é o novo nome da defesa do multilateralismo.
Muito obrigado.

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