Ucrânia não cederá território, afirma Zelensky diante de plano de Trump para encontro com Putin
Presidente ucraniano rejeita proposta de cessão de áreas à Rússia em acordo defendido por Trump, que se reunirá com Putin no Alasca para discutir a guerra
247 – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que seu país “não dará sua terra aos ocupantes” e rejeitou qualquer negociação que envolva a entrega de territórios à Rússia. A declaração foi feita após o anúncio de um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, marcado para 15 de agosto, no Alasca. As informações são da BBC News.
A reunião, segundo Trump, buscará um acordo para encerrar a guerra, e pode incluir o que ele chamou de “troca de territórios”. O presidente norte-americano declarou: “Você está olhando para um território pelo qual se luta há três anos e meio. Muitos russos morreram. Muitos ucranianos morreram. É muito complicado. Vamos recuperar alguns, vamos trocar alguns. Haverá alguma troca de territórios, para o benefício de ambos”.
Proposta dos EUA e resistência de Kiev
Fontes ouvidas pela rede CBS News, parceira da BBC, afirmam que a Casa Branca tenta convencer líderes europeus a aceitarem um acordo que daria à Rússia controle total sobre a região de Donbas, no leste da Ucrânia, e manteria a anexação da Crimeia. Em contrapartida, Moscou abandonaria as áreas de Kherson e Zaporizhzhia, atualmente sob ocupação parcial.
Zelensky, porém, já havia rejeitado previamente qualquer pré-condição que envolvesse concessões territoriais e voltou a insistir que decisões tomadas sem participação da Ucrânia são “decisões contra a paz”. Em mensagem publicada no Telegram, ele reforçou: “Estas são decisões natimortas. Não são viáveis”.
Críticas ao formato das negociações
O presidente ucraniano também questionou o fato de a reunião entre Trump e Putin acontecer “muito longe desta guerra, que está acontecendo em nossa terra, contra nosso povo, e que não pode ser encerrada sem nós, sem a Ucrânia”. Ainda assim, Zelensky afirmou que está disposto a trabalhar com Trump e outros parceiros para alcançar uma “paz real”.
Ele lembrou que o conflito foi iniciado pela Rússia, que “arrasta” a guerra e “ignora todos os prazos”, reforçando que a responsabilidade pelo fim da guerra recai sobre Moscou.
O papel de Trump nas negociações
A decisão de Trump de se reunir com Putin marca uma mudança de postura. No início da semana, o presidente norte-americano havia dado um ultimato para que o líder russo aceitasse um cessar-fogo sob pena de novas sanções, mas a ameaça foi abandonada em favor de uma aproximação direta.
Trump declarou acreditar que há uma “chance” de um acordo e que a troca de territórios seria para o “benefício de ambos” os países. Analistas apontam que qualquer cessão de áreas pela Ucrânia seria vista como uma vitória para Putin, mas Trump aposta no impacto político de se apresentar como mediador de um possível fim do conflito.
O encontro no Alasca tem forte simbolismo: trata-se de território norte-americano comprado da Rússia em 1867, e será palco de uma das mais importantes conversas diplomáticas desde o início da invasão russa em 2022. A escolha do local foi descrita pelo Kremlin como “lógica”, devido à proximidade geográfica entre os dois países pela travessia do Estreito de Bering.
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