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      Putin propõe a Trump cessar guerra em troca de controle total do leste da Ucrânia

      Proposta prevê retirada ucraniana de Donetsk e reconhecimento de territórios anexados, enquanto líderes europeus e Kiev reagem com cautela

      Vladimir Putin (Foto: Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via Reuters)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou nesta semana ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, uma proposta abrangente para um cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia, condicionada à entrega por Kiev de todo o leste do país e ao reconhecimento internacional das regiões anexadas por Moscou. As informações são do Wall Street Journal, que ouviu autoridades europeias e ucranianas a par das negociações.

      De acordo com o jornal, a proposta foi transmitida na quarta-feira (6) ao enviado especial norte-americano Steve Witkoff, em Moscou, e provocou intensa movimentação diplomática. Trump confirmou na sexta-feira (8) que se reunirá com Putin no Alasca em 15 de agosto para discutir o plano. Ele não forneceu detalhes adicionais sobre o local exato ou a agenda do encontro, e o Kremlin não respondeu aos pedidos de comentário.

      Condições da proposta russa

      Segundo autoridades ouvidas pelo WSJ, Putin ofereceu um cessar-fogo imediato caso a Ucrânia retire suas forças de toda a região de Donetsk, permitindo que Moscou consolide o controle sobre Donetsk e Luhansk, no Donbas, além da Crimeia — anexada pela Rússia em 2014 e que o Kremlin exige seja reconhecida como território soberano russo.

      A proposta incluiria duas fases: na primeira, a retirada ucraniana e o congelamento das linhas de frente; na segunda, um acordo final entre Putin e Trump, posteriormente negociado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Ainda não há clareza sobre o destino de Zaporizhzhia e Kherson, regiões do sul parcialmente ocupadas por tropas russas.

      Reações cautelosas de Ucrânia e Europa

      Autoridades ucranianas afirmaram não se opor, em princípio, a discutir propostas, mas condicionaram qualquer avanço a um cessar-fogo total e incondicional. “Uma trégua é pré-requisito para qualquer passo seguinte”, disse um representante de Kiev ao jornal.

      Líderes europeus reagiram com desconfiança, temendo que o gesto de Putin seja apenas uma manobra para evitar novas sanções e tarifas dos EUA. “Talvez um congelamento do conflito — não quero dizer o fim da guerra, mas um congelamento — possa acontecer mais cedo do que se imagina”, declarou o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, manifestando cauteloso otimismo.

      A Constituição ucraniana proíbe que Zelensky autorize unilateralmente mudanças territoriais, e Kiev há muito rejeita o reconhecimento oficial de áreas ocupadas pela Rússia. Além disso, o plano não contempla as garantias de segurança buscadas pela Ucrânia, incluindo a adesão à Otan.

      Escalada militar e pressão internacional

      Apesar das conversas, a ofensiva russa se intensificou nas últimas semanas, com ataques a infraestruturas civis em Kiev e bombardeios a Bucha, cidade marcada pelo massacre de civis e prisioneiros ucranianos em 2022. Dados apontam que o número de mísseis e drones lançados pela Rússia dobrou desde janeiro, quando Trump assumiu a presidência.

      Putin teria discutido o conteúdo da reunião com Witkoff com líderes de Índia, China, Belarus, África do Sul e outros países, enquanto o chanceler russo, Sergei Lavrov, conversou com seu homólogo turco. Segundo Witkoff, apesar das ressalvas, a proposta de Putin indicaria “movimento genuíno” em direção à paz, mesmo que um eventual acordo final possa diferir do esboço atual.

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