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      Trump diz que Ucrânia ficará "com muito território", mas descarta garantias de segurança da Otan

      Presidente dos EUA descarta garantia comparável ao Artigo 5 da Otan, que estabelece defesa coletiva caso um aliado seja atacado

      Trump e Zelenskiy se reúnem na Casa Branca - 18/08/2025 (Foto: REUTERS/Nathan Howard)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou em entrevista à rede norte-americana Fox News que a Ucrânia “ficará com muito território”, numa referência às áreas atualmente sob ocupação russa. Trump não especificou quais regiões seriam mantidas por Kiev, mas reconheceu que a negociação sobre fronteiras continua sendo um dos pontos mais sensíveis no processo de paz. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem reiterado que não aceitará abrir mão de nenhuma parte do território nacional.

      Na mesma entrevista, Trump disse não ter certeza se o presidente russo, Vladimir Putin, está disposto a fechar um acordo de paz. “O Putin está cansado dessa guerra. Mas vamos descobrir mais sobre o presidente Putin nas próximas semanas... É possível que ele não queira fechar um acordo”, afirmou. Ele também avaliou que a Rússia enfrentaria uma “situação difícil” se não houver entendimento e descreveu sua relação com o líder russo como “calorosa”.

      Garantias de segurança em debate

      Durante reunião realizada na Casa Branca na segunda-feira (18), líderes europeus pediram a Trump que as garantias de segurança para a Ucrânia fossem comparáveis ao Artigo 5 da Otan, que estabelece defesa coletiva caso um aliado seja atacado. Trump, no entanto, foi categórico ao descartar esse formato: “Haverá algum tipo de segurança, mas não [nos moldes] da Otan”.

      A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçou que Kiev precisa de garantias robustas para não sofrer novas invasões após o conflito. Zelensky, por sua vez, confirmou que seu governo já começou a elaborar propostas nesse sentido. “Haverá garantias de segurança”, disse o líder ucraniano.

      Rússia sinaliza encontro direto

      Poucas horas após a reunião em Washington, o chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou que Moscou “não rejeita nenhum formato” de negociações de paz e admitiu a possibilidade de uma reunião direta entre Putin e Zelensky. Lavrov chegou a sugerir que a Rússia poderia abrir mão de parte dos territórios ocupados, embora tenha destacado que “a Rússia nunca quis só territórios”, pedindo garantias de segurança também para Moscou.

      Segundo Trump, já está em preparação uma reunião trilateral entre ele, Putin e Zelensky, ainda sem data definida. O Kremlin classificou como “franca e construtiva” a ligação telefônica feita por Trump a Putin antes da cúpula.

      Tensões e divergências entre aliados

      Apesar do otimismo de Trump, vários líderes europeus demonstraram ceticismo quanto às intenções de Putin. O presidente francês, Emmanuel Macron, e o finlandês Alexander Stubb afirmaram que o líder russo não é confiável e não busca a paz de fato. Macron também pediu que a Europa participe da cúpula trilateral para garantir que os interesses do continente sejam considerados.

      A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, destacou a necessidade de assegurar que uma nova invasão russa nunca volte a ocorrer: “Essa é a condição prévia de qualquer tipo de paz”, declarou.

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