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      Trump diz a Zelensky que Putin quer mais da Ucrânia e pressiona por acordo

      Após cúpula no Alasca, presidente dos EUA afirma que Kiev “tem de fazer um acordo” e é informado de proposta russa que exigiria a cessão de todo o Donetsk

      Trump fala ao telefone (Foto: Getty Images)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado (16) que a Ucrânia precisa negociar um acordo com a Rússia para encerrar a guerra. As informações são da agência Reuters

      Segundo ele, Kiev não pode ignorar a disparidade de forças: “A Rússia é uma potência muito grande, e eles não são”. A fala ocorreu após a primeira cúpula entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, desde o início da invasão em 2022.

      Trump relatou ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky que Putin ofereceu congelar a maioria das linhas de frente em troca da cessão de todo o oblast de Donetsk, região industrial estratégica e alvo histórico do Kremlin. Fontes ouvidas pela agência afirmam que Zelensky rejeitou a proposta. Atualmente, Moscou controla cerca de 20% da Ucrânia, incluindo três quartos de Donetsk.

      A pressão de Trump

      Em entrevista à Fox News, Trump disse acreditar que está “bem perto de um acordo” com Putin. Questionado sobre o conselho que daria a Zelensky, foi direto: “Tem de fazer um acordo”. O presidente americano reforçou que prefere um acordo de paz imediato a um cessar-fogo temporário, ecoando a narrativa russa de que apenas um “acerto completo” poderia encerrar a guerra.

      No Truth Social, ele escreveu: “Foi determinado por todos que a melhor maneira de acabar com a horrível guerra entre Rússia e Ucrânia é ir diretamente para um Acordo de Paz […] e não para um mero cessar-fogo, que muitas vezes não se sustenta”.

      Posição de Kiev

      Zelensky, que se reunirá com Trump em Washington na segunda-feira (18), insiste que não pode ceder território sem alterar a Constituição ucraniana. Para Kiev, cidades como Sloviansk e Kramatorsk são barreiras fundamentais contra novas ofensivas russas. O líder ucraniano também reiterou a necessidade de garantias de segurança permanentes, e afirmou ter recebido “sinais positivos” de Washington nesse sentido.

      Moscou mantém exigências

      Putin, por sua vez, reafirmou demandas antigas, como a exclusão da Ucrânia da OTAN. Durante coletiva ao lado de Trump, afirmou que a segurança de Kiev “deve ser assegurada” e disse esperar que o entendimento alcançado “abra o caminho para a paz na Ucrânia”.

      A própria realização do encontro foi considerada uma vitória diplomática para Moscou, após anos de isolamento junto a líderes ocidentais. Ao final, Trump encerrou dizendo a Putin: “Falaremos em breve e provavelmente nos veremos muito em breve”. Sorridente, o russo respondeu em inglês: “Da próxima vez, em Moscou”.

      Reação europeia

      Na volta a Washington, Trump conversou com líderes europeus. O premiê britânico, Keir Starmer, elogiou o avanço diplomático, mas prometeu endurecer sanções contra Moscou até que Putin cesse sua “agressão bárbara”. Em nota, líderes da União Europeia destacaram que a Ucrânia precisa de garantias “inabaláveis” de segurança e reafirmaram o direito de Kiev de buscar a adesão à OTAN.

      Nem todos, porém, viram ganhos para Washington. O ex-embaixador alemão nos EUA, Wolfgang Ischinger, ironizou: “Putin teve tapete vermelho com Trump, enquanto Trump não levou nada”.

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