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Plano de Netanyahu sempre foi arrastar Trump e os EUA para sua guerra

Ataque conjunto a instalações nucleares iranianas concretiza a estratégia do premiê israelense de envolver os Estados Unidos diretamente no conflito

Benjamin Netanyahu e Donald Trump (Foto: Reuters)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, teria alcançado seu objetivo de envolver diretamente os Estados Unidos em sua guerra contra o Irã. A avaliação é de David Phillips, pesquisador visitante da Universidade de Oxford e ex-conselheiro do Departamento de Estado dos EUA durante os governos de Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama. Em entrevista à Al Jazeera, ele afirmou que “o plano de Netanyahu sempre foi arrastar os Estados Unidos para o conflito — e parece ter sido bem-sucedido nisso”.

As declarações de Phillips surgem após os ataques coordenados entre Israel e os EUA contra três instalações nucleares iranianas, incluindo o complexo subterrâneo de Fordow. Para o ex-conselheiro, essa escalada era evitável e acontece justamente quando havia sinais de retomada diplomática entre Washington e Teerã. “Todo esse episódio era desnecessário. Os Estados Unidos estavam prestes a retomar a diplomacia com o Irã, havia uma proposta sobre a mesa que teria tornado a ação militar desnecessária”, afirmou.

Diplomacia abandonada e guerra ampliada

Apesar das esperanças da administração de Donald Trump de que os bombardeios representem um golpe cirúrgico e isolado, Phillips alerta que essa visão é irrealista. “É um pensamento ilusório da administração dos EUA acreditar que este é um incidente isolado, que agora é hora de buscar a paz”, disse ele. Na visão do analista, os ataques abriram um novo capítulo no conflito prolongado entre Washington e Teerã, com riscos crescentes de retaliações e de envolvimento mais profundo na guerra.

A postura de Netanyahu ao longo da crise reforça essa interpretação. Mesmo diante de possibilidades diplomáticas, o premiê israelense optou por uma via agressiva, calculando que a escalada militar forçaria os Estados Unidos a ultrapassar os limites do apoio logístico e político e a se envolver diretamente no teatro de operações.

Concretização de uma estratégia

O envolvimento direto dos EUA — liderado pelo presidente Donald Trump, que se encontra em seu segundo mandato — representa uma ruptura com as promessas de campanha de evitar novos conflitos no Oriente Médio. A aliança entre Trump e Netanyahu atinge agora um novo patamar, com implicações geopolíticas ainda incertas.

Phillips conclui que a ideia de que os ataques possam levar à paz é ilusória. “Netanyahu decidiu seguir adiante com os ataques. Seu plano sempre foi arrastar os Estados Unidos, e agora conseguiu. A retaliação iraniana é apenas uma questão de tempo”, alertou. Para o ex-conselheiro, o cenário que se desenha é de uma guerra prolongada e com consequências imprevisíveis para a estabilidade do Oriente Médio e para a política externa americana.

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