Irã denuncia ataque dos EUA e de Israel contra instalações nucleares como crime internacional
O Irã apelou à comunidade internacional para que condene a postura considerada de “selvageria fora da lei” adotada pelos Estados Unidos
247 – Em comunicado oficial divulgado neste domingo (22), a Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI, na sigla em inglês) condenou veementemente os recentes ataques dos Estados Unidos, em coordenação com Israel, contra suas instalações nucleares localizadas em Fordow, Natanz e Isfahan. Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim News, os bombardeios ocorreram ao amanhecer e foram classificados como um “ato bárbaro e ilegal”, em total violação ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual o Irã é signatário.
A AEOI informou que as instalações atingidas estão sob inspeção contínua da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), conforme previsto pelo acordo de salvaguardas nucleares e o próprio TNP. “O inimigo americano, por meio de uma declaração do seu presidente nas redes sociais, assumiu oficialmente a responsabilidade pelos ataques a esses locais”, afirma o texto.
A organização iraniana expressou indignação com a postura da AIEA, acusando a entidade de omissão diante de uma violação grave do direito internacional. “É lamentável que essa ação — claramente contrária à lei internacional — tenha ocorrido com a indiferença e, em alguns casos, com a cumplicidade da Agência Internacional de Energia Atômica”, prossegue o comunicado.
O Irã apelou à comunidade internacional para que condene a postura considerada de “selvageria fora da lei” adotada pelos Estados Unidos e manifestou sua determinação em seguir com o programa nuclear pacífico do país. “A Organização de Energia Atômica do Irã assegura à nobre nação iraniana que, apesar das conspirações malignas dos inimigos, não permitirá que o desenvolvimento pacífico dessa indústria nacional — nascida do sangue dos mártires nucleares — seja desviado”, destaca a nota.
Segundo a AEOI, já foram iniciadas medidas legais para tratar o caso por meio de mecanismos internacionais.
O parlamentar iraniano Manan Raeisi, que representa a cidade de Qom, também comentou o ataque à Tasnim News, minimizando os danos causados à instalação de Fordow. “Apesar das mentiras do presidente enganador dos Estados Unidos, a infraestrutura crítica permanece intacta. O que foi atingido está na superfície e é totalmente restaurável”, afirmou Raeisi.
Ele garantiu que não houve vazamento de material radioativo e que o local já havia sido previamente protegido. “A bravata de Trump sobre destruir Fordow é risível”, declarou. Em tom contundente, acrescentou: “Vemos esse ataque como uma entrada direta dos Estados Unidos na guerra. Agora, cabe ao Irã decidir como e quando retaliar.”
Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que está em seu segundo mandato e coordenou os ataques com o regime sionista de Israel, ameaçou o Irã com retaliações ainda mais severas caso haja qualquer resposta militar. A ameaça veio mesmo após repetidos alertas da liderança política e militar iraniana de que qualquer agressão sofreria uma reação “firme e dolorosa”.
A escalada de tensões reacende o alerta global para os riscos de uma confrontação direta entre Teerã e Washington, além de revelar a fragilidade dos mecanismos internacionais de controle e mediação de conflitos nucleares diante de ações unilaterais de potências armadas.
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