Israel acusa Brasil de "falha moral" por condenar genocídio palestino na Corte Internacional de Justiça
Crítica israelense foi feita após o Brasil anunciar que irá participar dos trâmites do processo aberto pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça
247 - O Ministério das Relações Exteriores de Israel condenou a decisão do governo brasileiro de participar do processo em tramitação na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que acusa o Estado israelense de genocídio na Faixa de Gaza. Segundo o Estadão Conteúdo, em nota divulgada nesta quinta-feira (25) na rede X, a chancelaria israelense declarou que a escolha do Brasil revela uma “profunda falha moral”.
“A decisão do Brasil de se juntar à ofensiva jurídica contra Israel na CIJ (Corte Internacional de Justiça), ao mesmo tempo em que se retira da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto), é uma demonstração de uma profunda falha moral”, escreveu o ministério.
Ainda segundo o comunicado, "numa época em que Israel luta por sua própria existência, voltar-se contra o Estado judeu e abandonar o consenso global contra o antissemitismo é imprudente e vergonhoso".
A crítica israelense foi desencadeada pelo anúncio do governo brasileiro, feito na quarta-feira (23), sobre a fase final dos trâmites para uma intervenção formal no processo aberto pela África do Sul na CIJ. A ação tem como base a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio e denuncia os ataques de Israel contra a população palestina.
Em resposta, o Itamaraty afirmou que a adesão brasileira está amparada em compromissos com o Direito Internacional e com o Direito Internacional Humanitário. “A decisão fundamenta-se no dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de Direito Internacional e Direito Internacional Humanitário”, apontou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
O ministério ainda justificou que o país considera inaceitáveis o silêncio e a ambiguidade diante da violência recorrente contra civis palestinos. “O Brasil considera que já não há espaço para ambiguidade moral nem omissão política. A impunidade mina a legalidade internacional e compromete a credibilidade do sistema multilateral”, ressaltou o governo brasileiro, lembrando que as violações se estendem também à Cisjordânia, e não apenas à Faixa de Gaza.
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