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Greta Thunberg relata abusos sob custódia em Israel: cela com percevejos e falta de alimentação

Ativista sueca teria sido mantida em condições degradantes após participar de flotilha humanitária para Gaza; governo israelense nega as acusações

Greta Thunberg, ativista em defesa da Palestina (Foto: Reprodução X)

247 – A ativista ambiental sueca Greta Thunberg denunciou ter sofrido maus-tratos durante a detenção por forças israelenses, após participar de uma flotilha que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A informação foi publicada pelo jornal britânico The Guardian, com base em um relatório do governo da Suíça.

Segundo o documento, Thunberg relatou ter sido mantida em uma cela infestada de percevejos, sem alimentação e hidratação adequadas. A embaixada da Suécia em Tel Aviv confirmou que se reuniu com a ativista e outros oito cidadãos suecos presos, cobrando das autoridades israelenses o fornecimento imediato de comida, água e atendimento médico aos detidos.

Ainda de acordo com o The Guardian, outro preso informou às autoridades suecas que viu Thunberg sendo forçada a segurar bandeiras enquanto era fotografada, embora não tenha especificado de qual país eram.

Testemunhas relatam agressões e humilhações

Dois membros da Global Sumud Flotilla, libertados no sábado (4), também descreveram abusos cometidos por agentes israelenses. Um deles, o turco Ersin Çelik, declarou à agência Anadolu que Greta Thunberg foi agredida e obrigada a beijar a bandeira israelense.

 “Ela foi forçada a beijar a bandeira de Israel e sofreu agressões durante o interrogatório”, afirmou Çelik.

Essas denúncias se somam a outros relatos de violência e intimidação contra ativistas internacionais que participavam da missão humanitária com destino a Gaza, bloqueada por Israel sob alegação de razões de segurança.

Israel nega as acusações

Em nota enviada ao The Guardian, o governo israelense negou todas as denúncias, classificando-as como “falsas”. Segundo as autoridades, todos os detidos tiveram acesso a alimentação, assistência jurídica e cuidados médicos.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou em sua conta oficial no X (antigo Twitter) que os detidos estão “seguros e em boas condições de saúde”.

Em outra publicação, o órgão declarou que alguns dos presos “obstruem deliberadamente o processo legal de deportação, preferindo permanecer em Israel”. O ministério acrescentou que “vários governos estrangeiros têm demonstrado relutância em aceitar receber os voos com os provocadores de volta”.

Contexto internacional e repercussão

O caso ocorre em meio à crescente pressão internacional sobre Israel devido à crise humanitária na Faixa de Gaza, agravada por bloqueios a comboios de ajuda e ataques a civis. Greta Thunberg, conhecida por sua militância ambiental e por denunciar violações de direitos humanos, já havia criticado a ofensiva israelense em Gaza em diversas ocasiões.

Sua prisão e os relatos de maus-tratos geraram ampla repercussão em redes sociais e veículos internacionais, com pedidos de investigação independente e apelos por respeito aos direitos humanos de ativistas estrangeiros detidos por Israel.

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