Cúpula entre Putin e Trump pode redefinir crises no Oriente Médio e além
Cúpula entre Putin e Trump pode redefinir crises no Oriente Médio e além
247 – A recente cúpula entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada em Anchorage, no Alasca, pode ter consequências que ultrapassam a guerra na Ucrânia e influenciam outras regiões em conflito. A avaliação é do especialista libanês em assuntos russos, Ahmed Al-Haj Ali, em entrevista à Sputnik International neste domingo (17).
Segundo o analista, “os acordos alcançados podem eventualmente se refletir em outras áreas de crise no futuro, não de forma imediata, mas gradualmente – incluindo no Oriente Médio”. Ele ressaltou que uma aproximação mais estreita entre Moscou e Washington poderia ter efeito positivo na retomada das negociações entre Irã e Estados Unidos, interrompidas nos últimos anos.
Abertura para estabilização regional
Al-Haj Ali destacou que qualquer avanço diplomático da Rússia em suas relações com os EUA tende a reduzir a pressão internacional sobre Moscou e, ao mesmo tempo, fortalecer sua posição em regiões estratégicas. “Isso abre espaço para uma certa estabilização do equilíbrio de poder nos níveis regional e internacional”, explicou.
Apesar desse potencial, o especialista lembrou que persistem divergências fundamentais entre Rússia e Estados Unidos, o que exige maior esforço de aproximação. Para ele, a reunião no Alasca serviu para romper o gelo das relações bilaterais, que estavam em níveis comparáveis ao da Guerra Fria. “Este encontro ajudou, de muitas maneiras, a rachar o iceberg das relações russo-americanas destruídas. Demonstrou a disposição de ambos os líderes em buscar interesses comuns”, afirmou.
O encontro no Alasca
A reunião entre Putin e Trump ocorreu na sexta-feira (15) em formato restrito, com três representantes de cada lado, e durou 2 horas e 45 minutos. Além dos presidentes, participaram o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o assessor presidencial Yury Ushakov. Pelo lado americano, estiveram presentes o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial Steve Witkoff.
A expectativa agora recai sobre os desdobramentos práticos desse encontro histórico. Embora as diferenças persistam, a retomada de um diálogo de alto nível entre Moscou e Washington é vista por analistas como um passo importante para remodelar não apenas o futuro da guerra na Ucrânia, mas também o equilíbrio geopolítico em regiões sensíveis como o Oriente Médio.