Assassinato de jornalistas é mais um na longa lista de crimes de guerra de Israel
Entre as vítimas está Anas al-Sharif, que deixou mensagem póstuma denunciando massacres e apelando pela libertação da Palestina
247 – O jornalista palestino Anas Jamal al-Sharif, da Al Jazeera, foi morto em Gaza junto a outros quatro colegas durante ataques israelenses. A rede de notícias classificou a ação como mais um crime de guerra cometido por Israel contra profissionais de imprensa. Segundo a Al Jazeera, a ofensiva integra uma escalada de violência que há mais de um ano e meio atinge a população civil na Faixa de Gaza.
Em sua conta na rede social X, administrada por familiares e colegas, foi publicada uma mensagem póstuma escrita por al-Sharif em 6 de abril de 2025. No texto, preparado para ser divulgado no caso de sua morte, o jornalista se despede de seus entes queridos e pede a libertação da Palestina e de seu povo.
“Se estas palavras chegarem até vocês, saibam que Israel conseguiu me matar e silenciar minha voz”, escreveu. “Meu objetivo sempre foi ser um apoio e uma voz para meu povo, desde que abri os olhos para a vida nos becos e ruas do campo de refugiados de Jabalia.”
Uma vida dedicada a denunciar massacres
No testamento, al-Sharif relembra as dificuldades enfrentadas, as perdas e o sofrimento vivido, reforçando que jamais deixou de relatar a verdade “sem distorção ou falsificação”. Ele responsabiliza não apenas Israel, mas também “os que ficaram em silêncio” diante dos massacres e da destruição de Gaza.
“Confio a vocês a Palestina – a joia da coroa do mundo muçulmano, o coração pulsante de cada pessoa livre. Confio a vocês seu povo e suas crianças inocentes, cujos corpos foram esmagados sob milhares de toneladas de bombas e mísseis israelenses.”
O jornalista também pediu proteção e apoio à sua família: a filha Sham, o filho Salah, sua mãe e sua esposa, Bayan, descrita como “inquebrantável como o tronco de uma oliveira”.
Apelo pela libertação e memória de Gaza
Al-Sharif convocou a comunidade internacional e defensores dos direitos humanos a não se deixarem “calar por correntes” nem “conter por fronteiras”, conclamando-os a serem “pontes para a libertação da terra e de seu povo”.
“Se eu morrer, morro firme em meus princípios. Peço a Deus que aceite meu sangue como luz para iluminar o caminho da liberdade para meu povo. Não esqueçam Gaza… e não me esqueçam em suas orações.”
A morte de al-Sharif e de seus colegas reacende o debate global sobre a segurança de jornalistas em zonas de conflito e as graves violações do direito internacional humanitário. Organizações de imprensa e entidades de direitos humanos têm reiterado que ataques deliberados contra repórteres configuram crimes de guerra e exigem responsabilização.
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