Apesar da condenação internacional, Netanyahu diz que vai continuar ofensiva contra Cidade de Gaza
A Cidade de Gaza sofreu intensos bombardeios aéreos na noite de domingo
247 - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (10) que pretende iniciar “bem rápido” uma nova ofensiva militar para tomar a Cidade de Gaza, apesar da pressão crescente no Conselho de Segurança da ONU por um cessar-fogo e pelo aumento da ajuda humanitária ao território palestino. As declarações foram dadas após seu gabinete de segurança aprovar, na sexta-feira, um plano amplamente criticado para controlar a cidade mais populosa da Faixa de Gaza.
Netanyahu justificou a decisão dizendo não ter “outra opção” que não seja “completar o trabalho” e derrotar o Hamas, a fim de libertar os prisioneiros israelenses ainda em poder do movimento. O governante israelense revelou ter conversado com o presidente dos EUA, Donald Trump, sobre “os planos de Israel de assumir o controle dos redutos restantes do Hamas em Gaza”.
A Cidade de Gaza sofreu intensos bombardeios aéreos na noite de domingo, destaca reportagem da Reuters. No bairro de Sabra, um ataque contra uma lanchonete matou pelo menos cinco pessoas, informou o Hospital Shifa. A mídia palestina relatou que um míssil atingiu uma tenda de jornalistas nas proximidades, matando sete pessoas, entre elas cinco funcionários da Al Jazeera: os repórteres Anas Al Sharif e Mohammed Qreiqeh, três fotojornalistas e um motorista.
Netanyahu declarou que a nova ofensiva tem como foco dois redutos do Hamas e que o objetivo não é ocupar permanentemente Gaza. “Queremos um cinturão de segurança bem próximo à nossa fronteira, mas não queremos ficar em Gaza. Esse não é o nosso propósito”, disse. O primeiro-ministro acrescentou que pretende estabelecer “zonas seguras” para evacuação da população civil, embora palestinos afirmem que essas áreas não garantiram proteção em ofensivas anteriores.
Militares israelenses alertaram que ampliar a ofensiva pode colocar em risco a vida dos reféns e levar as tropas a uma guerra de guerrilha prolongada e de alto custo.
Crise humanitária
Representantes de Dinamarca, França, Grécia, Eslovênia e Reino Unido na ONU divulgaram declaração conjunta alertando que a fome se espalha rapidamente em Gaza e que a expansão das operações militares “resultará em mais sofrimento desnecessário” para civis e reféns. Classificaram a situação como “uma crise provocada pelo homem” e pediram ação urgente para deter a fome e ampliar a ajuda.
Agências internacionais acusam Israel de restringir deliberadamente o envio de suprimentos, o que o governo israelense nega, responsabilizando o Hamas pela escassez. Washington, por sua vez, reafirmou “compromisso em atender às necessidades humanitárias, libertar reféns e alcançar a paz”. Netanyahu afirmou que trabalha junto aos EUA para aumentar a entrada de ajuda por via terrestre.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que, nas últimas 24 horas, cinco pessoas — incluindo duas crianças — morreram de desnutrição e fome, elevando para 217 o número de vítimas dessas causas desde o início do conflito, sendo 100 crianças. Além disso, 23 pessoas teriam sido mortas por cargas de ajuda humanitária lançadas do ar. Um caso recente foi o de um garoto de 14 anos, atingido por uma caixa de alimentos lançada de paraquedas.
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