Estadão critica "abusos intoleráveis" do STF em editorial sobre prisão de Bolsonaro
Jornal aponta risco de escalada institucional e pede moderação diante da radicalização política
247 – O Estado de S. Paulo, em editorial publicado sob o título “É preciso interromper a marcha da insensatez”, lançou duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, no contexto da prisão domiciliar preventiva de Jair Bolsonaro. O jornal reconhece a gravidade das acusações contra o ex‑presidente, mas alerta que algumas decisões judiciais configuram “abusos intoleráveis” à luz do Estado Democrático de Direito.
Segundo o editorial, apenas “os cidadãos inebriados pela devoção inconteste ao ‘mito’” parecem incapazes de compreender a seriedade das acusações que pesam contra Bolsonaro, hoje réu no STF por crimes graves, incluindo tentativa de golpe de Estado. Ao mesmo tempo, o jornal enxerga que parte das reações do Supremo, especialmente de Moraes, extrapolam os limites da jurisprudência e podem comprometer a credibilidade institucional:
“Estamos falando de abusos de poder que, ainda que tenham sido cometidos em nome da ‘salvação da democracia’, não deixam de ser abusos intoleráveis à luz do Estado Democrático de Direito.”
O texto alerta para uma espiral de radicalização, em que cada excesso dos bolsonaristas — como a tentativa de anistia e pressões externas articuladas com o governo Donald Trump — provoca uma reação igualmente extrema do STF. Para o jornal, ninguém parece disposto a “serenar os ânimos e pensar no que é melhor para o País”, enquanto temas centrais à vida nacional ficam paralisados pela polarização jurídica e política.
O Estadão rejeita a narrativa de perseguição política e reforça que a inelegibilidade de Bolsonaro foi resultado de devido processo legal. Entretanto, defende que a resposta institucional ao golpismo deve ser prudente, moderada e transparente, evitando transformar a defesa da democracia em uma justificativa para decisões arbitrárias.
O editorial conclui com um apelo à moderação por parte do STF, do Congresso e do presidente Lula, lembrando que o respeito às leis é o único antídoto contra o arbítrio:
“É tempo de recusar maniqueísmos e restaurar canais de diálogo, o que nem remotamente significa fazer concessões a liberticidas. Significa lembrar que, numa democracia liberal digna do nome, o respeito às leis e à Constituição é a única diferença entre o Estado de Direito e o arbítrio.”
A publicação reforça que a preservação da democracia exige serenidade institucional, em vez de uma escalada de decisões motivadas pela tensão política.
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