A Fidel, em seu aniversário
Fidel deixou um legado vasto e multifacetado, sobretudo na defesa da paz, da justiça social e da emancipação dos povos oprimidos
Por Idalmys Brooks*, para o 247 - Para os cubanos e para os amigos espalhados pelo mundo, o dia 13 de agosto permanecerá para sempre na memória como uma data de profundo simbolismo e afeto. Há 99 anos, nascia aquele que se tornaria um líder extraordinário, capaz de desafiar o impossível com inteligência e audácia: Fidel Castro, o Comandante em Chefe da Revolução Cubana.
Desde 1959, a Revolução Cubana inspirou movimentos comprometidos com a erradicação da miséria, da desigualdade, da exploração e da guerra. Fidel defendeu a paz como necessidade vital, alertando para os riscos que ameaçam a humanidade — inclusive o perigo nuclear — e rejeitando o direito de qualquer potência de tirar a vida de milhões de pessoas. Suas reflexões sempre associaram a paz à solidariedade entre os povos e à luta contra o imperialismo e o neocolonialismo.
Entre seus pilares estavam a formação de uma nação livre, com educação universal e gratuita, e a cooperação internacional para apoiar jovens e países em desenvolvimento. Como parte da solidariedade médica internacional cubana, enviou médicos e professores a regiões necessitadas em todo o mundo.
No cenário global, foi defensor da integração latino-americana e caribenha, apoiou movimentos contra o colonialismo e a opressão na África, na Ásia e em outras partes, e teve papel de destaque no Movimento dos Países Não Alinhados, sempre em prol do multilateralismo e da cooperação pacífica entre nações.
Para Fidel, o maior legado era o próprio povo cubano e a obra revolucionária. Acreditava que as ideias transformadoras e o compromisso com um futuro mais justo deveriam inspirar gerações. Via a paz como indissociável do desenvolvimento e da justiça social, entendendo que lutar por ela era um dever ativo e sagrado, independente de religião, nacionalidade, idade ou cor de pele.
Desde os primeiros anos da Revolução, posicionou-se como firme defensor da paz, afirmando que defendê-la significava salvar a humanidade de uma destruição apocalíptica provocada por guerras e pela corrida armamentista. Alertava continuamente para os perigos do conflito e do armamento excessivo, destacando seus impactos na sobrevivência humana e na solução de problemas socioeconômicos urgentes. Para ele, paz e desenvolvimento eram condições inseparáveis.
Fidel também defendia uma paz justa, capaz de beneficiar todos — grandes e pequenos, poderosos e frágeis — e insistia na resolução de conflitos como o palestino, pregando a coexistência pacífica e o desarmamento global como caminhos para preservar a vida no planeta.
Sua obra transcende o tempo. No aniversário de seu nascimento, Fidel pertence igualmente a cubanos e amigos de todo o mundo, por sua sensibilidade, sua sólida argumentação, sua oratória precisa e pelos valores inadiáveis que ensinou. Sua universalidade é incontestável: continua presente em toda causa justa, sempre ao lado de quem precisa de apoio.
Ele próprio nos advertiu, ainda no início da Revolução: “…Não nos enganamos acreditando que, de agora em diante, tudo será fácil; talvez, de agora em diante, tudo seja mais difícil…”. Hoje, cabe a nós defender, aperfeiçoar e ampliar o que foi conquistado.
Que este 99º aniversário sirva como tributo eterno à memória de um pai. Que sejamos os heróis do nosso tempo e honremos o legado de Fidel.
*Conselheira da Embaixada de Cuba no Brasil