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      São Paulo, de Tarcísio, será o estado mais afetado pelo tarifaço de Trump aos produtos brasileiros

      Com 32% das exportações nacionais aos EUA, indústria paulista sofrerá maior impacto das tarifas de 50% impostas por Trump a partir de agosto

      Tarcísio de Freitas (Foto: Reprodução )
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado americano provocará um forte abalo na economia paulista. Segundo levantamento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), o estado de São Paulo respondeu por 31,9% das exportações nacionais para os EUA no primeiro semestre de 2025, o que equivale a US$ 6,4 bilhões. A medida começa a valer em 1º de agosto.

      Segundo o Metrópoles, os principais produtos exportados por São Paulo incluem aeronaves — com destaque para a Embraer —, sucos de frutas e equipamentos de engenharia civil. Na lista dos dez produtos brasileiros mais vendidos para os norte-americanos, aparecem ainda commodities como petróleo, celulose, café e carne bovina.

      O Rio de Janeiro ocupa a segunda posição entre os estados exportadores para os EUA, com 15,9% (US$ 3,2 bilhões), seguido por Minas Gerais (12,4%, ou US$ 2,5 bilhões), Espírito Santo (8,1%, ou US$ 1,6 bilhão) e Rio Grande do Sul (4,7%, ou US$ 950,3 milhões). Nenhum deles, no entanto, chega à metade do montante exportado por São Paulo.

      Produtos mais exportados para os EUA (1º semestre de 2025):

      •  Óleos brutos de petróleo – US$ 2,3 bilhões
      •  Semi-acabados de ferro ou aço – US$ 1,9 bilhão
      •  Café não torrado – US$ 1,16 bilhão
      •  Aeronaves – US$ 1 bilhão
      •  Ferro-gusa – US$ 865,8 milhões
      •  Óleos combustíveis – US$ 830,6 milhões
      •  Carne bovina – US$ 791,2 milhões
      •  Sucos de frutas – US$ 743,2 milhões
      •  Celulose – US$ 718 milhões
      •  Equipamentos de engenharia civil – US$ 592,1 milhões

      Tarcísio modera críticas - A repercussão do tarifaço não se limitou ao campo econômico. No plano político, a decisão de Trump causou desconforto entre aliados da extrema direita no Brasil. Logo após o anúncio, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atribuindo a ele parte da responsabilidade pela retaliação comercial dos EUA.

      Com o passar dos dias e diante da magnitude das perdas para o setor produtivo paulista, Tarcísio suavizou o tom. Passou a defender uma atuação conjunta entre os governos estadual e federal e elogiou a diplomacia liderada pelo Itamaraty. A guinada incomodou aliados do bolsonarismo, como o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que inicialmente se irritou com a mudança de postura, mas disse que “já se entendeu” com o governador.

      Brasil segue com déficit comercial - Os Estados Unidos são um dos principais mercados para os produtos brasileiros. No primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou US$ 20 bilhões para os EUA — alta de 4,4% em relação ao mesmo período de 2024. Trata-se de um crescimento superior ao das exportações brasileiras totais no período, que caíram 0,6%. Para a China, por exemplo, houve recuo de 7,5%, e para a União Europeia, de 2,6%.

      A Argentina foi o único dos grandes parceiros comerciais a registrar um aumento expressivo, com salto de 55,4% nas exportações brasileiras para o país.

      Em contrapartida, as importações brasileiras oriundas dos EUA totalizaram US$ 21,7 bilhões nos primeiros seis meses de 2025 — uma elevação de 11,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com isso, o saldo comercial bilateral ficou negativo em US$ 1,7 bilhão para o Brasil. Desde 2009, os EUA mantêm superávits nas relações comerciais com o país ao longo do primeiro semestre de cada ano.

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