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Brasil está sendo sacrificado por Bolsonaro, diz Haddad sobre ameaças tarifárias de Trump

Ministro da Fazenda condena intervenção da família Bolsonaro na crise com os EUA e afirma que “ninguém dessa família ajuda o país”

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que “o Brasil está sendo sacrificado por um soldado” ao reagir à ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. 

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, publicada na quarta-feira (16), Haddad criticou com veemência a tentativa da família Bolsonaro de assumir protagonismo nas negociações e atacou a conduta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem acusou de se comportar como “vassalo de outro país”.

Segundo o ministro, a política comercial brasileira deve ser conduzida exclusivamente pelo governo federal, por meio dos canais diplomáticos institucionais. Ele classificou como “inversão de valores” a movimentação de parlamentares como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, para se apresentar como interlocutor diante da medida protecionista anunciada por Trump. “Você vai ter duas mesas de negociação representando o Brasil? Qual dos 27 governadores vai falar em nome do país?”, questionou. “Não faz sentido abrir frentes paralelas. Precisamos de centralidade para proteger os setores econômicos afetados.”

Ataques à “família do mal”

Haddad elevou o tom contra o núcleo político liderado por Jair Bolsonaro, a quem se referiu como “família do mal”. Para ele, nenhum dos integrantes do clã contribui para minimizar os impactos da crise. “Não conheço paralelo na história de uma família ser um problema para o país inteiro”, afirmou.

O ministro também rebateu a leitura de que o apoio explícito de Trump a Bolsonaro, contido na carta em que o presidente norte-americano justifica a elevação das tarifas, possa ser tratado como uma questão pessoal ou política. “Vamos sacrificar o Brasil por causa do Bolsonaro? Ele que devia estar se sacrificando pelo Brasil”, declarou.

Tarcísio e submissão a interesses estrangeiros

A entrevista incluiu duras críticas ao governador Tarcísio de Freitas, cotado como presidenciável para 2026 e ex-ministro de Bolsonaro. Para Haddad, a postura de Tarcísio, alinhado ao ex-presidente mesmo em temas de interesse estratégico nacional, é incompatível com quem aspira cargos de liderança no país. “Não pode se comportar como um vassalo de outro país, como se fosse um serviçal. Isso é abjeto”, disparou.

Haddad destacou que a atuação de figuras públicas fora da esfera federal enfraquece a posição do Brasil em um momento de pressão externa. Ele reiterou que apenas os canais oficiais devem conduzir tratativas comerciais com os Estados Unidos.

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