<p><b>247 – </b>O presidente da Argentina, Javier Milei, encerrou uma das semanas mais difíceis de sua gestão com um ato político em Córdoba e o anúncio de uma reunião bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi divulgada pelo portal argentino <a href="https://www.c5n.com/politica/javier-milei-busca-aire-estados-unidos-mientras-tiembla-su-gobierno-n215143" target="_new">C5N</a>, que destacou o esforço do governo em buscar legitimidade internacional diante do agravamento da crise interna.</p>
<p>O evento em Córdoba foi marcado pela tentativa de resgatar o entusiasmo inicial de sua base, quando Milei surgia como uma força disruptiva no cenário político. No entanto, dezenove meses após sua posse, o panorama mudou: a “batalha cultural” foi abandonada, antigos aliados se distanciaram e os setores sociais mais afetados pela agenda ultraliberal do governo intensificaram a resistência.</p>
<h2>Derrotas eleitorais e desgaste da imagem presidencial</h2>
<p>O fracasso do oficialismo nas eleições provinciais aprofundou a crise. O quarto lugar em Corrientes e a derrota esmagadora em Buenos Aires revelaram uma quebra significativa na representação do governo. Apesar de Milei ter reconhecido publicamente que “há coisas a corrigir”, manteve intacto o rumo econômico e político de sua gestão.</p>
<p>Analistas apontam para a influência central de Karina Milei, irmã do presidente e chefe de campanha, considerada a principal responsável pelas derrotas eleitorais. Mesmo diante das críticas, ela e seus colaboradores seguem ocupando postos estratégicos, sem mudanças estruturais na condução política.</p>
<h2>Crise econômica e ruptura com governadores</h2>
<p>A situação econômica e financeira é descrita como explosiva. A falta de reservas internacionais, somada à política de ajuste indiscriminado e ao encolhimento da atividade econômica, compromete o emprego e o sustento das famílias. Além disso, a relação com governadores que inicialmente apoiavam o governo entrou em colapso, já que muitas promessas não foram cumpridas.</p>
<p>No Congresso, a perda de aliados se reflete no bloqueio a projetos oficiais e no fortalecimento da oposição. Nas ruas, multiplicam-se protestos contra as medidas de austeridade, evidenciando que a máxima defendida pelo governo — de que seria possível realizar “o maior ajuste da história sem consequências sociais” — não se sustenta.</p>
<h2>A batalha cultural perdida</h2>
<p>O desgaste político vai além da economia. Segundo a análise publicada pelo C5N, o governo libertário perdeu a “batalha cultural”, uma vez que a maioria da população percebe que o individualismo e a crueldade promovidos como compensação simbólica pelos fracassos neoliberais não oferecem soluções concretas, apenas ampliam a dor social.</p>
<p>O paralelo com experiências anteriores da política argentina — como as crises de 1989 e 1999 — é inevitável. A dúvida que permanece é se Milei representa a continuidade do ciclo de aprofundamento neoliberal ou se será lembrado como o “último recurso” de um sistema em colapso.</p>
<h2>Tentativa de reposicionamento internacional</h2>
<p>Com o isolamento político interno em expansão, Milei busca agora respaldo no exterior. O encontro anunciado com Donald Trump tem claro objetivo simbólico: apresentar-se como aliado estratégico do atual presidente norte-americano em um momento de fragilidade interna.</p>
<p>Ainda que esse gesto possa fortalecer sua imagem entre setores específicos, a crise argentina não será resolvida por apoios externos. A realidade econômica e social pressiona cada vez mais e coloca em xeque a própria sobrevivência do governo.</p>

Redação Brasil 247

O presidente argentino Javier Milei, em Buenos Aires - 
27/01/2025

original

1250x600

610x380

1280x490

300x400

500x240

321x200

square

360x640

320x320

thumbnail

viewImage

América Latina

Javier Milei busca socorro nos Estados Unidos enquanto seu governo afunda

<p><b>Por Nicolás Misculin</b></p>
<p><b>BUENOS AIRES (Reuters) -</b> Dezenas de milhares de argentinos encheram as ruas do centro de Buenos Aires nesta quarta-feira para exigir mais verbas para universidades e atendimento pediátrico, que sofreram cortes com as medidas de austeridade do presidente Javier Milei.</p>
<p>A popularidade de Milei caiu após seus profundos cortes orçamentários, e ele se depara com as consequências de um escândalo de corrupção e uma derrota legislativa nas eleições provinciais de Buenos Aires no início deste mês.</p>
<p>Milei enfrenta eleições de meio de mandato de alto risco em outubro, nas quais seu partido busca garantir assentos suficientes para impedir que o Congresso, controlado pela oposição, anule seus vetos.</p>
<p>O protesto desta quarta-feira tem como objetivo pressionar os parlamentares a rejeitarem os vetos de Milei, no início do mês, a leis que teriam aumentado o financiamento de universidades públicas e hospitais pediátricos. Milei argumentou que as leis prejudicariam o equilíbrio fiscal do país.</p>
<p>Desde que assumiu o cargo em dezembro de 2023, o presidente argentino reduziu drasticamente os gastos públicos e conseguiu reduzir a inflação mensal de dois para um dígito.</p>
<p>Na segunda-feira, ele anunciou a proposta do governo para o orçamento do próximo ano, que, segundo ele, garantiria o equilíbrio fiscal e, ao mesmo tempo, incluiria aumentos de 17% nas alocações para a saúde, 8% para a educação e 5% para as aposentadorias, acima da inflação.</p>
<p>Mas em uma declaração, a Universidade Nacional de Buenos Aires afirmou que o orçamento "não faz mais do que aprofundar a crise sem precedentes" pela qual o sistema universitário público passa. Ela afirmou que a proposta não leva em conta a retomada dos projetos de infraestrutura e manutenção interrompidos e o aumento dos salários dos professores.</p>
<p>(Reportagem de Leila Miller)</p>

Luis Mauro Filho

Manifestante agita bandeira enquanto participa de marcha para defender as universidades públicas em Buenos Aires, Argentina - 17/09/2025

3000x1800

Argentinos marcham por mais financiamento para educação e saúde

<p><b>247 - </b>O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina encolheu 0,1% no segundo trimestre de 2025 em relação aos três primeiros meses do ano. Trata-se da primeira retração em um ano, sinalizando perda de fôlego da economia em meio a salários historicamente baixos e cenário político conturbado pelas eleições legislativas.</p>
<p>Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), a economia ainda mostra expansão em termos anuais: houve crescimento de 6,3% em comparação ao mesmo período de 2024. No entanto, os principais motores internos apresentam desaceleração. O consumo das famílias, responsável pela maior fatia do PIB, caiu 1,1% no trimestre. As exportações recuaram 2,2% e os investimentos, 0,5%. Apenas os gastos públicos avançaram, com alta de 1,1% no período.</p>
<h3>Incerteza eleitoral pressiona projeções</h3>
<p>Para analistas, os números confirmam a estagnação que se arrasta há alguns meses e reforçam o peso da instabilidade política. A proximidade das eleições legislativas acentuou as incertezas, impactando decisões de consumo e de investimento.</p>
<p>Nicolás Alonzo, analista da consultoria Orlando J. Ferrerés &amp; Asociados, avaliou que o objetivo oficial de encerrar 2025 com avanço de 5,4% no PIB, como apresentado no projeto de Orçamento de 2026, dificilmente será alcançado. “Seria preciso crescer 0,8% ao mês para chegar nesta meta no final do ano, um ritmo bastante difícil”, afirmou.</p>
<h3>Descompasso entre projeções e realidade</h3>
<p>Embora o resultado trimestral estivesse em linha com as expectativas de mercado, a discrepância entre o otimismo oficial e a trajetória real da economia torna-se evidente. O governo argentino aposta em recuperação mais intensa no segundo semestre, mas a queda do consumo e a retração nas exportações expõem as fragilidades estruturais do país.</p>
<p>(Com informações do Valor Econômico)</p>

PIB da Argentina registra queda no segundo trimestre

<p><b>247 - </b>O presidente da Argentina, Javier Milei, dirigiu-se, na segunda-feira (15), em cadeia nacional, à população para apresentar o projeto de Orçamento de 2026. Segundo adiantou o mandatário, o plano estará centrado na meta de “déficit zero”, que o governo defende como pilar de seu programa neoliberal e condição necessária para tentar estabilizar o país.</p>
<p>De acordo com o jornal <a href="https://www.pagina12.com.ar/858241-profundiza-el-ajuste-rechazo-de-las-universidades-al-presupu">Página 12</a>, o Conselho Interuniversitário Nacional (CIN) denunciou que o orçamento anunciado por Milei para a educação superior “aprofundará o ajuste” nas universidades, e voltou a exigir ao Congresso que ratifique, nesta quarta-feira (16), a lei de financiamento universitário vetada pelo governo.</p>
<p>Por meio de um breve, porém contundente comunicado, os reitores das universidades nacionais contestaram os números apresentados pelo chefe de Estado em cadeia nacional. Durante a transmissão, Milei afirmou que as despesas projetadas para as universidades somam “4,8 trilhões de pesos”.</p>

Leonardo Sobreira

Universidades denunciam cortes de Milei em novo orçamento

<p><b>247 - </b>O Itamaraty emitiu neste domingo (14) uma nota oficial agradecendo à Justiça argentina pela confirmação da identidade de Francisco Tenório Cerqueira Júnior, pianista brasileiro desaparecido em 18 de março de 1976, em Buenos Aires. Segundo o comunicado, a informação foi repassada à Embaixada do Brasil na Argentina em no sábado (13), após a identificação das impressões digitais do artista.</p>
<p>De acordo com a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, “o governo brasileiro saúda os esforços da Justiça e da Procuradoria de Crimes contra a Humanidade argentinas que resultaram no avanço desse caso”. O texto enfatiza ainda que a medida representa “mais um exemplo da importância da atuação em prol da Memória, da Verdade e da Justiça, direito inalienável das vítimas, dos familiares daqueles que sofreram a violência dos regimes de exceção e também das sociedades da Argentina, do Brasil e de outros países latino-americanos”.</p>
<h2>Identificação e circunstâncias da morte</h2>
<p>A confirmação do destino de Tenório Júnior foi anunciada pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), com base em laudos da Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF). A análise revelou que o corpo do pianista, morto a tiros e sepultado como indigente, foi encontrado em 20 de março de 1976 em Tigre, região metropolitana de Buenos Aires.</p>
<p>Segundo a investigação, as digitais do músico foram compatíveis com registros de cadáveres arquivados pela Procuraduría de Crímenes contra la Humanidad entre 1975 e 1983. Apesar da confirmação, ainda não há definição sobre uma possível exumação no Cemitério de Benavídez para coleta de material genético.</p>
<h2>Contexto histórico</h2>
<p>O desaparecimento de Tenório ocorreu poucos dias antes do golpe militar que depôs María Estela Martínez Perón e instaurou uma ditadura na Argentina. O caso se insere no contexto da Operação Condor, aliança repressiva entre regimes militares da América do Sul durante os anos 1970 e 1980.</p>
<p>À época, Tenório acompanhava Vinícius de Moraes, Toquinho e outros músicos em uma turnê internacional. Ele saiu do hotel após uma apresentação e nunca mais foi visto.</p>
<h2>Atuação da comissão brasileira</h2>
<p>A CEMDP destacou que mantém um protocolo contínuo para coleta de impressões digitais e amostras de sangue de familiares de desaparecidos brasileiros, medida que possibilita colaborações com investigações no exterior. O órgão ressaltou ainda o papel central de seu representante Ivan Marx na articulação com entidades estrangeiras.</p>
<p>Após a confirmação da identidade, os familiares de Tenório foram imediatamente comunicados pela comissão, que afirmou continuar prestando apoio e colaborando em diligências para a localização definitiva dos restos mortais.</p>
<h2>Legado musical</h2>
<p>Francisco Tenório Júnior era considerado um dos pianistas mais talentosos de sua geração. Além de sua carreira solo, atuou em festivais, gravações e turnês, colaborando com nomes consagrados da música brasileira. Sua trajetória, interrompida aos 34 anos, deixou um legado marcante na consolidação e projeção internacional da música popular brasileira.</p>

Guilherme Levorato

Cultura

Itamaraty agradece Argentina pela identificação do corpo de Tenório Júnior

<p><b>247 - </b>A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) anunciou, com base em informações divulgadas pela Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF), a identificação do destino do pianista Francisco Tenório Cerqueira Júnior. A confirmação, publicada no portal <i>Governo Federal - Participa + Brasil</i>, foi obtida por meio da análise de impressões digitais. O músico, desaparecido em Buenos Aires em 18 de março de 1976, foi morto a tiros e sepultado como indigente na Argentina.</p>
<p>Tenório Júnior, considerado um dos pianistas mais respeitados de sua geração, acompanhava Toquinho e Vinícius de Moraes em uma turnê pela América do Sul quando desapareceu. Segundo a CEMDP, a descoberta foi possível graças ao cruzamento de registros de cadáveres arquivados entre 1975 e 1983 pela Procuraduría de Crímenes contra la Humanidad, na Argentina, com bancos de dados de desaparecidos.</p>
<h2>Reconstrução do caso</h2>
<p>De acordo com a investigação conduzida pela EAAF e autorizada pela Cámara Federal de Apelaciones en lo Criminal y Correccional de Buenos Aires, as digitais de Tenório foram compatíveis com as de um corpo encontrado em 20 de março de 1976. O cadáver, com marcas de disparos de arma de fogo, havia sido localizado em um terreno baldio na região de Tigre, nos arredores da capital argentina.</p>
<p>Apesar da confirmação da identidade, ainda não há certeza sobre a possibilidade de exumação no Cemitério de Benavídez, em Buenos Aires, para coleta de material genético.</p>
<h2>Operação Condor e memória histórica</h2>
<p>O desaparecimento do pianista ocorreu poucos dias antes do golpe militar que derrubou María Estela Martínez Perón da presidência argentina e instaurou uma ditadura no país. O caso se insere no contexto da Operação Condor, aliança repressiva entre regimes militares da América do Sul nos anos 1970 e 1980.</p>
<p>A CEMDP destacou que mantém um procedimento sistemático para coleta de impressões digitais e amostras sanguíneas de familiares de desaparecidos brasileiros, com o objetivo de colaborar em investigações internacionais. Segundo o órgão, o trabalho de seu representante Ivan Marx tem sido central na articulação com entidades estrangeiras.</p>
<h2>Apoio à família</h2>
<p>Após receber a confirmação da EAAF, a CEMDP informou ter comunicado de imediato os familiares de Tenório e garantiu que seguirá prestando assistência. Em nota, reforçou o compromisso de colaborar com diligências que visem à localização e identificação definitiva dos restos mortais do artista.</p>
<p>Francisco Tenório Júnior, além de sua carreira solo, deixou um legado marcante na música brasileira. Nos anos 1970, foi presença constante em festivais e turnês dentro e fora do país, trabalhando ao lado de nomes consagrados e contribuindo para a projeção internacional da música popular brasileira.</p>

Argentina identifica corpo do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior após quase 50 anos de mistério

<p><b>247 </b>- A ex-presidente da Argentina Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015) deu alguns alertas ao atual presidente ultradireitista Javier Milei, após a derrota do governo nas eleições legislativas da província de Buenos Aires. A ex-chefe da Casa Rosada fez o comentário após a aliança peronista Fuerza Patria, da qual ela é uma das principais líderes, ganhou a disputa com uma diferença de 13,5 pontos percentuais sobre o partido governista La Libertad Avanza (LLA).</p>
<p>“Você viu Milei? Banalizar e vandalizar ‘Nunca Mais’, que representa o período mais sombrio e trágico da história argentina, não é algo sem mérito. Rir da morte e da dor dos seus oponentes também não. Mas apontar o dedo e estigmatizar os deficientes, enquanto sua irmã recebe 3% de desconto nos medicamentos deles, é letal”, escreveu a ex-presidenta nas redes. </p>
<p>“É melhor nem contar como estão os outros (aqueles que ainda têm emprego). Com dívidas de comida, aluguel, contas ou remédios e, além disso, com cartões de crédito estourados. Saí da bolha, mano... está ficando pesado. Se amanhã um raio dividisse todos nós, kirchneristas, ao meio e só restassem cinzas, você ainda estaria com pouco dinheiro e superendividado... ‘economista, especialista em crescimento, com ou sem dinheiro’”, acrescentou a peronista.</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="es" dir="ltr">¿Viste Milei?...<br/><br/>Banalizar y vandalizar el “Nunca Más”, que representa el período más negro y trágico de la historia argentina, no es gratis.<br/><br/>Reírte de la muerte y el dolor de tus oponentes, tampoco.<br/><br/>Pero señalar con el dedo y estigmatizar a los discapacitados, mientras tu…</p>— Cristina Kirchner (@CFKArgentina) <a href="https://twitter.com/CFKArgentina/status/1964841149740261515?ref_src=twsrc%5Etfw">September 8, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<p> </p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="es" dir="ltr">🇦🇷Cristina Fernández de Kirchner sale al balcón de su residencia para saludar a los cientos de simpatizantes que se reunieron frente a su casa tras el triunfo peronista en las elecciones provinciales de Buenos Aires <a href="https://t.co/YmGD2Iq1Yz">https://t.co/YmGD2Iq1Yz</a> <a href="https://t.co/NwbzXOn1UW">pic.twitter.com/NwbzXOn1UW</a></p>— RT en Español (@ActualidadRT) <a href="https://twitter.com/ActualidadRT/status/1964923970760966223?ref_src=twsrc%5Etfw">September 8, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Leonardo Lucena

Cristina Kirchner manda recado a Milei após eleição legislativa

<p><b>247 - </b>A Adecoagro, grupo de produção agroindustrial com atuação na Argentina, Brasil e Uruguai, anunciou nesta segunda-feira (8) a assinatura de um acordo para a compra de 50% da Profertil, maior fabricante de ureia granular da América do Sul. A informação foi divulgada pelo portal <i>IstoÉ Dinheiro</i>.</p>
<p>A transação envolve a aquisição da fatia pertencente à canadense Nutrien, estimada em cerca de US$ 600 milhões. Os 50% restantes permanecem com a estatal argentina YPF, líder em petróleo e gás no país, que ainda detém o direito de preferência para igualar a proposta no prazo de 90 dias.</p>
<h3>Operação estratégica</h3>
<p>O negócio será viabilizado por meio de uma parceria entre a Adecoagro e a Asociación de Cooperativas Argentinas (ACA), que ficará com 20% da participação adquirida. A Profertil é considerada um ativo estratégico: responsável por cerca de 60% do consumo argentino de ureia, possui capacidade anual de 1,3 milhão de toneladas do fertilizante e 790 mil toneladas de amônia.</p>
<p>Instalada em Bahía Blanca, no principal polo petroquímico do país, a unidade opera com acesso a gás natural e energia a custos competitivos, além de gerar receita dolarizada por conta do perfil exportador de sua produção. Entre 2020 e 2024, a companhia registrou EBITDA médio anual de aproximadamente US$ 390 milhões.</p>
<h3>Expansão e diversificação</h3>
<p>O CEO da Adecoagro, Mariano Bosch, destacou que a aquisição reforça a estratégia de diversificação do grupo. “Esta transação constitui uma oportunidade estratégica para a Adecoagro”, afirmou. Ele acrescentou: “A Profertil é uma das melhores empresas da Argentina, estrategicamente localizada com acesso a um fornecimento de gás competitivo, em uma região que é importadora líquida de ureia. Na Adecoagro, sempre nos concentramos em ser o produtor de menor custo, e a Profertil compartilha essa mesma filosofia”.</p>
<h3>Perspectivas</h3>
<p>Segundo a companhia, a expectativa é que a operação seja concluída até o fim de 2025, após o cumprimento das condições regulatórias e de mercado. O Rabobank atua como assessor financeiro exclusivo da Adecoagro e da ACA no processo.</p>

Brasil

Adecoagro compra metade da maior produtora de ureia da América do Sul

<p><b>247 - </b>O governo Lula (PT) anunciou, em nota conjunta do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a abertura de três novos mercados para exportação na Argentina.&nbsp;</p>
<p>De acordo com o comunicado, as negociações sanitárias concluídas entre os dois países permitem que o Brasil exporte ovos em pó destinados à alimentação animal, matérias-primas de suínos e miúdos suínos in natura. A medida fortalece a integração econômica entre Brasil e Argentina, principais parceiros no âmbito do Mercosul, e abre novas oportunidades para o agronegócio brasileiro.</p>
<h2>Expansão do mercado pet e da suinocultura</h2>
<p>Com população de mais de 45 milhões de habitantes, a Argentina tem um setor de nutrição animal em rápida expansão, impulsionado pelo crescimento do mercado pet. Esse cenário cria uma demanda crescente por insumos de qualidade, na qual o Brasil passa a atuar de forma mais competitiva.</p>
<p>No caso da cadeia suinícola, a abertura representa uma alternativa estratégica para cortes menos consumidos no mercado interno, oferecendo novas possibilidades de escoamento da produção nacional.</p>
<h2>Resultados das exportações e integração comercial</h2>
<p>Em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 1,5 bilhão em produtos agropecuários para a Argentina, com destaque para itens agroflorestais, cacau e café. Com o novo acordo, o país alcança 425 aberturas de mercado desde o início de 2023, consolidando-se como um dos principais fornecedores da região.</p>
<p>Segundo a nota oficial, o avanço é resultado do trabalho conjunto entre o MRE e o MAPA, reforçando a estratégia de diversificação e ampliação das exportações brasileiras.</p>
<p>O anúncio marca mais um passo no aprofundamento das relações comerciais entre os dois países, sinalizando perspectivas positivas para produtores e exportadores do agronegócio nacional.</p>

Aperto de mãos em frente às bandeiras do Brasil e da Argentina

Agro

Brasil abre três novos mercados na Argentina

<p><b>247 -</b> As eleições legislativas realizadas neste domingo (7) na província de Buenos Aires representaram um duro golpe para o presidente argentino Javier Milei. Segundo informações da Telesur e C5N, o peronismo, reunido na coalizão Força Pátria, conquistou uma vitória expressiva e consolidou sua posição como principal força de oposição ao governo direitista de Javier Milei.</p>
<p>De acordo com a contagem provisória da Junta Eleitoral da Província, a Força Pátria, liderada pelo governador Axel Kicillof, obteve 46,93% dos votos, superando por mais de 13 pontos a aliança formada por La Libertad Avanza e o PRO, que ficou em segundo lugar com 33,86%. A coalizão Somos Buenos Aires alcançou 5,41%, enquanto a Frente de Izquierda-Unidad obteve 4,38%.</p>
<p>O ministro de Governo da província, Carlos “Carli” Bianco, destacou a amplitude da vitória:</p>
<p>“Estamos vencendo em 6 dos 8 distritos eleitorais e em 99 dos 135 municípios da província de Buenos Aires. Os resultados foram realmente avassaladores a favor da nossa força política.”</p>
<p>Com 14,3 milhões de eleitores, Buenos Aires representa mais de 37% do eleitorado nacional, o que torna esse resultado um termômetro relevante para as eleições legislativas marcadas para 26 de outubro. A participação, porém, foi menor que o esperado: 64%, abaixo da média histórica de 75%.</p>
<p>Além das cadeiras na assembleia provincial — 23 senadores, 46 deputados e seus suplentes —, foram eleitos vereadores e conselheiros escolares em 135 municípios. Pela primeira vez em 42 anos de democracia, a votação legislativa provincial ocorreu de forma separada da nacional.</p>
<h3><b>Desgaste do governo Milei</b></h3>
<p>A derrota do governo ocorreu em meio a denúncias de corrupção que envolvem Karina Milei, irmã e secretária-geral da presidência, investigada por esquemas de propinas na Agência Nacional para Deficientes. Paralelamente, as políticas de arrocho e cortes sociais impulsionaram a rejeição popular.</p>
<p>O analista internacional Javier Romero avaliou o resultado como um marco:</p>
<p>“É um duro golpe nas ambições hegemônicas de Javier Milei, que pensava estar tomando tudo para si. O presidente não melhorou a vida dos argentinos, fez cortes brutais em todos os benefícios sociais, triplicou os preços dos serviços públicos e a renda média caiu em um terço.”</p>
<p>Esse cenário fortalece a imagem de Axel Kicillof, já visto como potencial candidato presidencial para 2027.</p>
<p>As eleições em Buenos Aires expuseram a fragilidade da base de apoio de Javier Milei e abriram caminho para uma disputa ainda mais intensa na arena nacional. O resultado fortalece o peronismo.</p>

Apoiadores do Fuerza Patria celebram a vitória da coalizão com bandeiras argentinas e cartazes de Axel Kiciloff e Verônica Magario

Vitória peronista em Buenos Aires impõe duro revés a Javier Milei

<p><b>BUENOS AIRES (Reuters)</b> - O Congresso da Argentina derrubou nesta quinta-feira (4), pela primeira vez, um veto do presidente Javier Milei, aumentando a pressão sobre o líder libertário às vésperas de importantes eleições legislativas.</p>
<p>Por 63 votos a 7, o Senado controlado pela oposição deu o empurrão final para derrubar o veto de Milei a um projeto de lei que aumenta gastos e proteções para pessoas com deficiência.</p>
<p>Em agosto, a câmara baixa já havia rejeitado o veto pela primeira vez.</p>
<p>Milei, que reduziu drasticamente os gastos do governo por meio de uma série de medidas de austeridade, argumentou que o projeto de lei ameaça o equilíbrio fiscal do país.</p>
<p>O revés para Milei no Congresso também ocorre após a mídia local publicar, no final de agosto, gravações de áudio que supostamente mostram o então chefe da agência argentina para pessoas com deficiência, Diego Spagnuolo, discutindo suborno e sugerindo que a irmã e chefe de gabinete de Milei, Karina Milei, estava recebendo propina.</p>
<p>Spagnuolo foi rapidamente demitido pelo governo e o presidente classificou os comentários como "mentira".</p>
<p>A derrubada do veto presidencial no Congresso precede as eleições legislativas na província de Buenos Aires, neste fim de semana, e as eleições de meio de mandato, em outubro. Milei, que atualmente conta com uma pequena minoria no Congresso, precisa aumentar seus assentos para poder manter suas políticas em andamento.</p>
<p>A última vez que o Congresso derrubou um veto presidencial total foi em 2003, durante o governo do presidente Eduardo Duhalde, de acordo com a imprensa local.</p>
<p>(Reportagem de Walter Bianchi)</p>

O presidente argentino Javier Milei em cerimônia do Dia da Bandeira Nacional em Buenos Aires, Argentina

Congresso argentino resiste e derruba veto de Milei sobre proteções para pessoas com deficiência

<p><b>Por </b><a href="https://www.brasildefato.com.br/2025/09/03/russia-ironiza-acusacao-de-governo-argentino-de-culpa-em-escandalo-envolvendo-irma-de-milei/"><b>Brasil de Fato</b></a> - A embaixada russa na Argentina negou, com dose de ironia, qualquer ligação nos vazamentos de áudios de um escândalo de corrupção envolvendo Karina Milei, irmã do presidente argentino, Javier Milei, e Secretária Geral da Presidência do país. Na segunda-feira (1º), foi iniciada uma investigação federal após denúncia do governo de que Karina teria sido vítima de “espionagem ilegal” com suposta influência estrangeira.</p>
<p>O governo Milei acusa especificamente, sem apresentar evidências, Rússia e Venezuela. A Casa Rosada apenas diz que Caracas está “em conflito” com a Argentina e que espiões russos atuam no país.</p>
<p>“Lamentamos informar que, no contexto de mais um escândalo político interno de grande repercussão, nosso país esteja sendo novamente mencionado de forma negativa”, afirma a nota da embaixada russa.</p>
<p>“Rejeitamos categoricamente essas acusações, considerando-as infundadas e falsas. O desejo de ver ‘espiões russos’ em cada esquina é irracional e destrutivo. A Rússia defende consistentemente a construção de uma cooperação equitativa e mutuamente respeitosa com a Argentina, no âmbito de uma parceria estratégica abrangente baseada na forte amizade entre nossos povos.”</p>
<h2>Propina</h2>
<p>A Justiça argentina ordenou o fim da divulgação de áudios “gravados ilegalmente” de Karina Milei, e publicados pela imprensa, no que o governo chamou de “operação de inteligência ilegal”. A medida responde a um pedido do Executivo contra o material vazado pela imprensa na sexta-feira, no qual Karina Milei afirma: “Não podemos entrar na briga entre nós. Nós precisamos estar unidos”.</p>
<p>O restante do conteúdo da gravação, supostamente de 50 minutos, é desconhecido publicamente. O porta-voz presidencial da Argentina, Manuel Ardoni, assegura que Karina Milei foi gravada “ilegalmente na Casa Rosada”, sede do Executivo.</p>
<p>O escândalo veio a público após a divulgação, em 19 de agosto, de outros áudios nos quais o então titular da agência de Deficiência (Andis), Diego Spagnuolo, assegura que a irmã do presidente recebia 3% das compras de medicamentos para deficientes.</p>
<p>O agora ex-funcionário afirma nessas gravações ter avisado a Javier Milei sobre a suposta trama de sua irmã e secretária da Presidência. A divulgação dos áudios de Spagnuolo gerou uma denúncia judicial que resultou em mais de 20 mandados de busca e apreensão.</p>
<p>O escândalo atinge a presidência a poucos dias das eleições legislativas de Buenos Aires, que ocorrem neste domingo e servem de termômetro para o pleito de outubro que renova o Congresso argentino. Os planos de Milei de finalmente obter maioria parlamentar podem então ser frustrados.</p>

Tudo sobre argentina