Haddad nega "gastança" e "fúria arrecadatória": "a sociedade não está pagando um centavo a mais"
Ministro da Fazenda afirma que medidas visam cumprir a Constituição e corrigir distorções fiscais, sem aumentar a carga tributária da população
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), rejeitou nesta segunda-feira (22) as críticas de que o governo federal estaria promovendo "gastança" ou praticando uma "fúria arrecadatória". Durante sua participação em um evento promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo, Haddad destacou que as medidas recentes não representam aumento de impostos, mas sim o cumprimento de uma exigência constitucional de redução de gastos tributários.
"Em 2021, o Congresso Nacional aprovou uma emenda constitucional determinando a redução obrigatória do gasto tributário. Ninguém cumpriu desde então. O que fizemos foi enfrentar desonerações e isenções, como no caso da folha de pagamento, do Perse, de fundos familiares e de offshores. Nada disso significa aumento de imposto. A sociedade não está pagando um centavo a mais. Quem está pagando é quem antes não pagava", afirmou o ministro.
Reposição da base fiscal
Haddad explicou que a estratégia do governo busca recompor receitas que foram reduzidas ao longo de duas décadas, sem ampliar a carga tributária da população em geral. "Estamos apenas repondo um dinheiro que foi perdido. Isso é necessário para que possamos controlar as despesas e garantir sustentabilidade das contas públicas", declarou.
O ministro também criticou a narrativa de que a atual gestão estaria focada em arrecadar mais a qualquer custo. "O que eu acabei de apresentar dá testemunho de que não é verdade, nem que houve gastança nem que há uma fúria arrecadatória", disse.
Histórico da carga tributária no Brasil
Haddad lembrou que a carga tributária brasileira cresceu em períodos anteriores por razões estruturais e políticas. "O Brasil já viveu fúria arrecadatória. Durante o regime militar, de extrema direita, a carga como proporção do PIB subiu de 16% para 26%. Para estabilizar a moeda no Plano Real, entre 1994 e 2002, ela aumentou de 26% para 32%", ressaltou.
Para o ministro, a atual política fiscal não se compara a esses movimentos. "O que está acontecendo agora? Nada disso. Estamos recompondo a base fiscal para garantir sustentabilidade no futuro", concluiu.


