Pressão contra PEC da Blindagem reduz chances de votação da anistia aos golpistas do 8/1
Críticas nas redes e manifestações nas ruas colocam deputados sob pressão
247 - A crescente insatisfação popular com a chamada PEC da Blindagem e com a tramitação do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro tem pressionado Segundo a coluna de Letícia Casado, do UOL, a Câmara entrou sob holofotes e agora qualquer decisão tende a ser avaliada com lupa pelo eleitorado.
O cenário político se agrava porque a rejeição vem não apenas da oposição, mas também de partidos do centrão e até de legendas da base. Uma anistia ampla e irrestrita a Jair Bolsonaro (PL) e a outros condenados pela trama golpista é considerada improvável no Congresso e enfrenta resistência do Planalto e do STF, que poderia invalidar a lei caso fosse aprovada.
Articulações e impasses no Congresso
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde fevereiro, lidera a defesa da anistia total ao pai. O relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), descartou a medida: “a anistia ampla está fora de cogitação”. Eduardo reagiu com ameaças políticas.
Nos bastidores, o centrão tenta costurar com PT e parte do PL uma alternativa: reduzir penas sem beneficiar diretamente o ex-presidente. Essa fórmula já vinha sendo discutida desde 2024.
Repercussão negativa após aprovação da PEC
A aprovação da PEC da Blindagem e a urgência da anistia provocaram forte reação pública. Juristas e especialistas alertam que a proposta, que restringe a responsabilização de parlamentares e dirigentes partidários, pode facilitar a entrada de organizações criminosas como PCC e Comando Vermelho na política. O texto segue agora para o Senado, onde a expectativa é de rejeição.
O episódio foi classificado como a maior ofensiva legislativa contra as leis anticorrupção desde a redemocratização.
Protestos com apoio de artistas
Em resposta, movimentos sociais e partidos de esquerda convocaram protestos para este fim de semana. No Rio de Janeiro, os músicos Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque confirmaram presença.
A mobilização tem apoio do grupo 342 Artes, liderado por Paula Lavigne, e inclui apresentações artísticas em diversas capitais. O tamanho dos protestos poderá influenciar diretamente os rumos da votação na Câmara.
Deputados sob pressão nas redes
As redes sociais também funcionaram como termômetro da rejeição. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou a PEC, embora 90% dos deputados de seu partido tenham apoiado o texto.
O petista Kiko Celeguim (SP) se declarou arrependido de seu voto e acusou o líder Hugo Motta de descumprir um acordo. O pedetista Mauro Benevides (CE) precisou se explicar após críticas em massa em suas postagens. Já Pedro Campos (PSB-PE) divulgou um vídeo afirmando ter mudado de posição e prometendo ingressar com ação no STF.