Para ministros do STF, Eduardo Bolsonaro forneceu "prova final" para condenação por traição à soberania nacional
Decisão do presidente dos EUA foi comemorada por Eduardo e reforça investigações no STF sobre ações contra a soberania nacional
247 - Após a sanção imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao ministro Alexandre de Moraes, integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) passaram a considerar que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) cavou seu próprio destino no Judiciário brasileiro. Segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1, ministros da Corte avaliam que o filho de Jair Bolsonaro (PL) forneceu o que consideram ser a “prova final” para as investigações que apuram seu envolvimento em articulações contra a soberania nacional e contra o próprio Judiciário.
Na quarta-feira (30), Eduardo celebrou publicamente a decisão de Trump de aplicar a Lei Magnitsky contra Moraes — responsável pela relatoria da ação penal do 8 de janeiro — e afirmou que a sanção foi resultado direto de sua atuação nos Estados Unidos. “Ele já vinha dando seguidas provas de cometimento de um crime contra a soberania nacional, agora selou seu destino dentro do STF”, afirmou um interlocutor de ministros do Supremo ouvido pela reportagem. A suspeita é de que Eduardo Bolsonaro esteja promovendo, em território norte-americano, ofensivas contra autoridades brasileiras, o que amplia o cerco da Justiça sobre suas atividades no exterior.
Investigação contra Jair Bolsonaro segue sem alterações - A ação penal que tem Jair Bolsonaro como réu pela suposta participação no planejamento de um golpe de Estado também permanece no radar do Supremo. Embora Trump tenha citado o julgamento de Bolsonaro como uma das justificativas para as sanções contra Moraes — além da imposição de tarifas ao Brasil —, os magistrados da Corte afirmam que o andamento do processo não será alterado. De acordo com a reportagem, o julgamento pode ocorrer já em setembro.Em nota divulgada na quarta-feira, o STF reiterou seu apoio a Moraes, o que, na visão dos ministros, demonstra o “óbvio” reconhecimento da legalidade das ações conduzidas pelo relator.
No Palácio do Planalto, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) interpretaram a medida de Trump como uma movimentação política clara em favor de Jair Bolsonaro. Avaliam que qualquer dúvida sobre o alinhamento do presidente dos Estados Unidos com o bolsonarismo foi completamente dissipada com a sanção contra Moraes. A Casa Branca, ao justificar a decisão, praticamente ignorou motivos econômicos e evitou menções concretas a problemas nas importações brasileiras. O foco recaiu sobre o ataque ao ministro do STF, a defesa das big techs e o endosso a Bolsonaro.
Enquanto bolsonaristas comemoraram o gesto de Trump, o governo brasileiro preferiu adotar cautela. Isso porque, apesar do anúncio da nova alíquota de 50% para alguns produtos — como café, frutas e carnes —, o tarifaço ficou abaixo do que havia sido prometido publicamente por Washington. Além disso, os itens atingidos são justamente parte da pauta do agronegócio que apoia Bolsonaro, o que reforça o cuidado do governo em não escalar o conflito.
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