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      “Estamos sofrendo a agressão mais forte desde 1964", diz Elias Jabbour

      Para o economista, sanções dos EUA contra o Brasil e ataques ao STF representam grave escalada de ingerência estrangeira e exigem unidade nacional

      Elias Jabbour (Foto: Reprodução/YouTube/Podcast 3 irmãos)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O economista e professor Elias Jabbour classificou como “a agressão mais forte desde 1964” o conjunto de medidas adotadas pelo governo dos Estados Unidos contra o Brasil, incluindo sanções pessoais ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Em vídeo publicado nas redes sociais, Jabbour alertou que o país vive um momento de grave ameaça à sua soberania institucional e conclamou a sociedade brasileira a construir uma ampla frente de defesa nacional.

      “O que está acontecendo hoje no Brasil não acontecia desde o golpe de 64, ou seja, uma potência estrangeira se envolver diretamente nas instituições de Estado do Brasil”, afirmou. Segundo ele, a escalada de hostilidades por parte dos Estados Unidos já havia sido prevista: “Esse ataque deveria escalar, atinge agora diretamente o ministro do Supremo, que está à frente dos processos do 11 de Janeiro. Acredito que a tendência, até o final do ano que vem, é de escalada nessa crise entre os governos brasileiro e norte-americano.”

      Jabbour também destacou que as tentativas do governo Lula de estabelecer diálogo direto com a Casa Branca têm sido sistematicamente ignoradas. “Todas as tentativas do governo Lula de negociar diretamente com o governo dos Estados Unidos não têm resposta. Ou seja, eles não querem conversa”, denunciou.

      O economista alertou para o caráter excepcional das sanções impostas por Washington: “O Brasil é o único país do mundo que recebeu sanções de 50%, enquanto todos os demais países receberam sanções menores. Estão todos negociando com os Estados Unidos, menos o Brasil, que está sendo tratado de maneira hostil.”

      Para ele, a resposta nacional deve ser imediata e articulada. “Vejo como primeira tarefa a busca por uma unidade entre nós e, logo em seguida, ou de forma simultânea, a construção de uma unidade nacional em torno da defesa do país. A situação é grave e demanda uma capacidade muito grande de amplitude da nossa parte. Juntar o máximo possível de pessoas e organizar organizações políticas interessadas na defesa do país”, defendeu.

      A escalada da crise diplomática

      A reação de Jabbour ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar uma ordem executiva nesta quarta-feira (30) impondo uma tarifa adicional de 40% sobre produtos importados do Brasil, elevando o total para 50%. A medida foi acompanhada pela declaração de emergência nacional, com base na Lei dos Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), de 1977.

      Segundo a nota oficial da Casa Branca, o governo brasileiro representa “uma ameaça incomum e extraordinária” à segurança e aos interesses dos Estados Unidos. O comunicado acusa diretamente o STF e o ministro Alexandre de Moraes de perseguirem adversários políticos, censurarem críticas, aplicarem sanções arbitrárias e ameaçarem empresas americanas.

      A nota ainda menciona o caso de Paulo Figueiredo, residente nos Estados Unidos, como exemplo de perseguição por manifestações feitas em solo americano. Washington também denuncia “prisões sem julgamento por postagens em redes sociais” e afirma que a política externa do presidente Trump tem como prioridade “defender empresas americanas da extorsão e proteger a liberdade de expressão dos cidadãos dos EUA”.

      Sanções contra ministros e suas famílias

      Além das tarifas comerciais, Trump ordenou a revogação dos vistos de Moraes, de outros ministros do STF e de seus familiares. As sanções pessoais integram uma política iniciada em maio, que prevê restrições de visto a estrangeiros acusados de censura. A decisão marca uma nova e grave deterioração nas relações diplomáticas entre os dois países.

      A retórica empregada pela Casa Branca aproxima-se de setores da extrema direita brasileira e representa uma clara tentativa de interferência nas instituições nacionais. Até o momento, não houve resposta oficial do governo Lula ou do Supremo Tribunal Federal às acusações.

      Soberania em xeque

      As declarações de Elias Jabbour se somam às crescentes preocupações de setores democráticos e nacionalistas frente à ofensiva do governo Trump. O economista alertou: “Estamos vivendo um momento inédito na história do Brasil desde o golpe de 64. Vamos ficar espertos.” Para ele, é urgente construir uma frente ampla que reúna todos os que estejam comprometidos com a defesa da soberania nacional.

      A crise, além de econômica e diplomática, se anuncia como um divisor de águas nas relações do Brasil com o mundo, especialmente diante do alinhamento da política externa dos Estados Unidos a agendas de confronto e desestabilização. A resposta brasileira, interna e internacional, deverá ser estratégica e firme. Assista:

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