Cresce pressão do Centrão para Bolsonaro apoiar Tarcísio em 2026
Líderes do Centrão avaliam que agravamento da situação jurídica do ex-mandatário inviabiliza sua candidatura e defendem apoio ao governador de SP
247 - A crise política e jurídica envolvendo Jair Bolsonaro (PL) ganhou novo fôlego após a operação da Polícia Federal realizada na última sexta-feira (18). O agravamento da situação gerou reações imediatas entre os líderes dos partidos do Centrão, que agora intensificam a pressão para que Bolsonaro desista de disputar a eleição presidencial de 2026.
Segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1, a ideia defendida por esses partidos é de que Bolsonaro, ao deixar a corrida, apoie um nome da direita com melhores condições eleitorais e jurídicas. O preferido do grupo é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do ex-mandatário.
De acordo com dirigentes do Centrão, Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), agravaram ainda mais a situação com provas produzidas contra si mesmos. O conteúdo do celular apreendido durante a operação é visto como potencialmente comprometedor. Já o pen drive encontrado na residência do ex-mandatário teria, segundo interlocutores, pouca utilidade investigativa.
Além das cinco acusações já em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo a de tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro passou a ser investigado também pelos crimes de obstrução de Justiça, coação no curso do processo e atentado à soberania nacional.
Na decisão que autorizou a operação da última sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes descreveu como “expressos atos executórios e flagrantes confissões” a tentativa da família Bolsonaro de pressionar o governo dos Estados Unidos para que impusesse sanções ao Brasil caso o processo contra o ex-mandatário não fosse arquivado.
O agravamento não se restringe ao ex-mandatário. De acordo com a reportagem, Eduardo Bolsonaro, cujo mandato parlamentar havia sido interrompido por uma licença, passou a enfrentar um ambiente político hostil desde que essa licença terminou neste domingo (20). Caso não apresente renúncia formal, suas faltas na Câmara dos Deputados começarão a ser contabilizadas, o que pode resultar na perda do mandato.
Mesmo diante do risco, Eduardo intensificou os ataques públicos, adotando tom de ameaça contra o STF e contra o delegado da Polícia Federal Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações que envolvem a família Bolsonaro no STF.“Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você... ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente”,disse o parlamentar em um vídeo publicado nas redes sociais no domingo (20).
As declarações foram recebidas com indignação pela direção da PF, que já estuda medidas para responder às ameaças. O delegado Shor é um dos responsáveis por inquéritos sensíveis relacionados ao ex-mandatário no Supremo.
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