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      Cade adia decisão sobre fusão entre Marfrig e BRF após pedido de vista

      Maioria dos conselheiros votou pela aprovação sem restrições, mas julgamento definitivo foi postergado

      Mafrig e BRF (Foto: Divulgação/Mafrig)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) adiou nesta quarta-feira (21) a decisão final sobre a fusão entre a Marfrig (MRFG3) e a BRF (BRFS3), apesar de a maioria dos conselheiros ter se manifestado favoravelmente à operação. A informação foi divulgada originalmente pela Reuters e repercutida pelo InfoMoney.

      A união, anunciada em maio, prevê a incorporação de 100% das ações da BRF — dona de marcas como Sadia e Perdigão — pela Marfrig, resultando na criação da MBRF, um gigante do setor de proteínas animais com faturamento estimado em R$ 152 bilhões anuais. O julgamento foi suspenso após o conselheiro Carlos Jacques Vieira Gomes pedir vista do processo. O caso deverá retornar à pauta em até 60 dias.

      Detalhes da votação e impacto no mercado

      O relator do caso e presidente do Cade, Gustavo Augusto de Lima, votou a favor da aprovação sem restrições, sendo acompanhado pela maioria dos conselheiros. Caso seja confirmada, a fusão ampliará a disputa direta com a JBS, líder global na produção e comercialização de carnes e alimentos processados.

      Outro ponto debatido foi a participação da Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (Salic), fundo de investimento do governo da Arábia Saudita, que detém 11,03% da BRF e 24,49% da Minerva, concorrente da Marfrig. Os conselheiros entenderam que um eventual papel político da Salic na futura MBRF deve ser analisado em momento posterior, caso o grupo venha a integrar a nova companhia por meio da troca de ações.

      Posição dos conselheiros sobre a Salic

      Durante a sessão, o conselheiro Victor Oliveira Fernandes destacou: “Se a Salic for fazer parte da MBRF na troca de ações, a própria Salic disse que vai notificar a operação. Se isso mudar, vai ensejar uma nova notificação ao Cade”.

      Na mesma linha, o relator Gustavo Augusto afirmou: “A solução é simples: aprova-se a operação e declara-se que os direitos políticos da Salic não poderão ser exercidos até que o tribunal se declare sobre o tema”.

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