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Governo Milei vai intervir no câmbio para conter alta do dólar na Argentina

Tesouro vai atuar no mercado após queda de mais de 2% do peso; decisão ocorre às vésperas da eleição em Buenos Aires

Presidente da Argentina, Javier Milei - 13/05/2025 (Foto: Agustin Marcarian/Reuters/Arquivo)

247 - O Tesouro da Argentina anunciou que vai intervir diretamente no mercado de câmbio para tentar conter a valorização do dólar frente ao peso. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (2) e ocorre em meio a um cenário de instabilidade política e eleitoral, a poucos dias da votação na província de Buenos Aires, marcada para domingo (7). As informações são do Metrópoles.

A decisão foi comunicada pelo secretário de Finanças, Pablo Quirno, em publicação no X (antigo Twitter). “O Tesouro Nacional anuncia que, a partir de hoje, participará do mercado de câmbio livre para contribuir com sua liquidez e funcionamento normal”, escreveu o dirigente.

Pressão sobre o peso e títulos em queda

O anúncio veio após um início de semana marcado por forte volatilidade. Na segunda-feira (1º), com os mercados americanos fechados por feriado, o volume de negociações foi baixo e o peso argentino recuou mais de 2% frente ao dólar, em comparação ao fechamento da semana anterior.

No mercado de dívida, os títulos soberanos com vencimento em 2035 despencaram para 62 centavos de dólar, o menor patamar desde abril, de acordo com dados da Bloomberg.

Crise política e impacto eleitoral

Antes de recorrer ao Tesouro, o governo do presidente Javier Milei havia acionado o Banco Central para realizar leilões extraordinários de câmbio e aumentar os compulsórios bancários, mas as medidas não surtiram efeito. A pressão cambial se intensificou em meio a denúncias de corrupção contra a secretária-geral da Presidência, Karina Milei, irmã do presidente.

O desgaste político ficou evidente no último domingo, quando o candidato apoiado pelo governo terminou em quarto lugar nas eleições locais de Corrientes. Agora, a disputa em Buenos Aires, província que concentra cerca de 40% da população argentina, é vista como um teste crucial para a governabilidade e como uma prévia do pleito nacional de outubro, quando haverá renovação parcial do Congresso.

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