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Padarias argentinas enfrentam crise: 14 mil estabelecimentos fecharam em um ano e meio

Queda no consumo de pão e facturas expõe impacto da política econômica de Javier Milei no setor de panificação

Padarias argentinas enfrentam crise: 14 mil estabelecimentos fecharam em um ano e meio (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

247 - A crise econômica que se intensifica na Argentina durante o governo de Javier Milei já levou ao fechamento de 14 mil padarias em todo o país, segundo reportagem do jornal Página12. O consumo de pão, considerado um dos alimentos básicos da dieta argentina, caiu 50% no último ano e meio, enquanto a venda de facturas (doces típicos consumidos no café da manhã e lanche) despencou 85%.

De acordo com o presidente do Centro de Panaderos da província de Buenos Aires, Martín Pinto, a situação do setor é dramática. “Só seis de cada dez máquinas estão funcionando e produzir no país está cada vez mais caro”, afirmou. Ele destacou ainda que a crise mudou a lógica de produção: “Hoje as padarias só fabricam por encomenda, com dois ou três produtos básicos, e as geladeiras ficam desligadas porque aquilo que não se vende acaba no lixo”.

Consumo em queda livre

Tradicionalmente, o pão é um dos principais indicadores sociais na Argentina, sendo usado como parâmetro para medir níveis de pobreza. A brusca redução nas vendas reflete a perda de poder aquisitivo da população e o impacto direto das políticas de ajuste do atual governo.

No caso das facturas, a queda de 85% é ainda mais expressiva. Pinto ressaltou que até mesmo as promoções não encontram consumidores: “Já nem mesmo a dúzia do dia anterior, vendida com 50% de desconto, consegue sair”.

Um retrato da crise econômica

O cenário descrito pelo setor de panificação é um retrato fiel da realidade que atravessa o país. Com custos de produção em alta, queda brusca no consumo e milhares de negócios fechados, a sobrevivência de muitas panaderías depende hoje da demanda mínima de clientes fiéis e da redução drástica da oferta de produtos.

Para os trabalhadores do setor, o fechamento em massa desses estabelecimentos significa perda de empregos e enfraquecimento de uma tradição cultural profundamente ligada à vida cotidiana argentina.

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